Mais um trabalhador rural é assassinado no Pará

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14 Junho 2011

Menos de um mês depois de quatro ativistas ambientais serem mortos no Norte do país, o trabalhador rural Obede Loyla Souza, de 31 anos, casado e pai de três filhos, foi assassinado no Pará, no último dia 9.  A Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Igreja Católica, informou que ele foi morto com um tiro no ouvido e que o corpo foi encontrado na cidade de Tucuruí – considerada uma das principais áreas de exploração ilegal de madeira da região, principalmente da castanheira.

A reportagem é de Renata Giraldi e publicada pela Agência Brasil, 14-06-2011. O jornal Folha de S. Paulo, 15-06-2011 também publica a noticia.

De acordo com a CPT, não há informações sobre as razões que levaram à morte de Obede.  Mas testemunhas contaram que, entre janeiro e fevereiro, o agricultor discutiu com representantes de madeireiros na região.

Informações obtidas pela comissão apontam que, no dia do assassinato de Obede, uma caminhonete de cor preta com quatro pessoas entrou no Acampamento Esperança - onde morava o agricultor.  O presidente do Projeto de Assentamento Barrageira e tesoureiro da Casa Familiar Rural de Tucuruí, Francisco Evaristo, disse que viu a caminhonete e considerou o fato estranho. Como Obede, ele também é ameaçado de morte.

No fim de maio, quatro ambientalistas foram assassinados – três no Pará e um em Rondônia.  A lista de pessoas ameaçadas, segundo a CPT, contabiliza mil nomes.  O documento já foi entregue às autoridades brasileiras e também estrangeiras.

A presidenta Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência, no último dia 3, para discutir o assunto em Brasília. Ela ouviu os governadores do Pará, Simão Jatene, do Amazonas, Aziz Elias, e de Rondônia, Confúcio Moura. Também estavam presentes na reunião seis ministros – Nelson Jobim (Defesa), José Eduardo Dutra (Justiça), Maria do Rosário (Secretaria de Defesa dos Direitos Humanos), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).

Ao final da reunião, a presidenta determinou o envio de homens da Força Nacional de Segurança ao Pará.  Os homens chegaram ao estado no último dia 7 e devem permanecer no local por tempo indeterminado, segundo as autoridades brasileiras.

Planalto

Segundo o jornalista Carlos Mendes, em reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, 15-06-2011, a estratégia do Palácio do Planalto é tirar o "foco político" da discussão e isolar o assunto nas pastas de Direitos Humanos e da Justiça, que já coordenam desde a semana passada a Operação Defesa da Vida, montada para tentar acabar com os conflitos na Amazônia.

Por meio de nota, a Secretaria de Direitos Humanos informou que, em conjunto com o Ministério da Justiça e em apoio aos governos estaduais, está realizando a segurança coletiva e auxiliando na investigação dos homicídios ocorridos nos últimos dias. Sobre a morte de Obede Loyola Souza, a nota do ministério foi lacônica e destacou apenas: "A ocorrência de mais esse crime reforça a necessidade de uma ação integrada e enérgica que enfrente a impunidade."

PARA LEMBRAR

1º assassinato foi em maio

A nova onda de mortes no campo começou em 24 de maio com o assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a lista de pessoas ameaçadas chega a 1885 nomes. No início do mês, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião para discutir o assunto e determinou o envio de tropas da Força Nacional ao Pará. Os homens chegaram ao Estado na quarta-feira passada e devem permanecer no local pelos próximos três meses.

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