Luciano Bernardi, da CPT da Bahia, escreveu a seguinte mensagem, comentando a "empolgante mobilização" do povo de Caetité contra as carretas carregando lixo atômico.

Ele propõe uma reflexão a ser feita sobre "as lições da mobilização das populações de Caetité-BA contra o urânio e seu lixo atômico".

E explica:

"Minha proposta se motiva:

- na massiva e surpreendente (para alguns) resposta popular, fruto de uma convergência que veio sendo construída há anos, frente  a uma ameaça;

- na participação  de todas as componente sociais, com carcterística  macro-ecumênica e pluralista, nas quais está incorporado o trabalho de décadas da CPT e de atuação iluminada pela realidade de igrejas,Cebs, profetas...

- na absoluta falta de respeito, informação, comunicação e transparência  às comunidades e organizações populares, vistas como meros acidentes, por parte do estado e de organismos como a Indústrias Nucleares do Brasil - INB;

- continuação histórica de uma sistemática da pior truculência e ditadura; desta "metodologia maldita",  muitos dos atuais políticos, ainda não conseguem se desvencilhar;

- no fator novo que o nuclear aponta até do ponto de vista religioso da imagem de Deus: algo fortissimamente evocativo, misterioso, infinito... em possibilidades e potencialidades quase infinitas e, como todo "sagrado",
misterioso, ameaçador, terrificante.... Pode-se pensar no nuclear como uma nova forma de "sagrado", ao lado da terra, água, vento, fogo..."