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11 Mai 2011

"Parte do problema gerado pelo Código Florestal deve-se, em boa medida, ao governo mesmo", escreve Jânio de Freitas, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 12-05-2011.

Segundo o jornalista, "o governo se deu conta de que vários componentes do texto discutido, nos quais se fixou a intransigência dos grandes produtores agrícolas, favoreceriam a retaliação internacional contra os principais produtos da exportação agroindustrial brasileira, a começar da soja. Um desastre".

Eis o artigo.

Negociador do governo, na tentativa de tornar um pouco menos prejudicial ao país o Código Florestal submetido à decisão da Câmara, Antonio Palocci adotou um argumento que atesta, por si só, o alcance negativo desse projeto discutido com tamanho açodamento e com a balbúrdia de grêmios escolares.

O governo se deu conta de que vários componentes do texto discutido, nos quais se fixou a intransigência dos grandes produtores agrícolas, favoreceriam a retaliação internacional contra os principais produtos da exportação agroindustrial brasileira, a começar da soja. Um desastre.

Não se trata apenas, portanto, de resistências do ambientalismo, por sinal muito justificadas pelas anistias e concessões contra o reflorestamento e outras. Nem é o caso de rigidez excessiva do governo na defesa da agricultura familiar e das cooperativas.

Mas parte do problema gerado pelo código e pelo tratamento deplorável que encontrou na Câmara deve-se, em boa medida, ao governo mesmo. Primeiro, por tardar tanto a reconhecer a importância do assunto, enquanto o relator Aldo Rebelo transitava com suas ideias polêmicas e os grandes proprietários sentiam-se na dianteira.
Depois porque, ao sobressaírem as divergências e os impasses, os governistas mostraram-se incapazes de se articular com eficiência.

Além de defecções na bancada governista, com o seu líder, Cândido Vaccarezza, aquém de um desempenho razoável, faltou a coordenação necessária entre os negociadores do governo.

Desde os muitos anos que o projeto passou enfurnado no Congresso até se tornar, agora, o centro de um impasse, nada esteve certo com esse pretenso Código Florestal. Sua aplicação não poderia oferecer nada melhor.