Acidente faz ressurgir as críticas ao risco nuclear

Mais Lidos

  • A Nova Maioria Global. Boletim de Conjuntura do Observatório Internacional do Século XXI

    LER MAIS
  • O acesso à “Comida de verdade” e o combate à pobreza do campo à cidade. Artigo de Denise De Sordi

    LER MAIS
  • Carta aberta ao governador e aos deputados do Rio Grande do Sul

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

13 Março 2011

O vazamento de radiação da usina de Fukushima 1 (250 km a nordeste de Tóquio) tirou da defensiva os críticos da energia nuclear e deu munição para que recuperassem espaço num debate em que vinham perdendo terreno.
Ontem, grupos verdes na Europa vieram a público para dizer que o acidente no Japão provaria que não existem garantias de que a energia nuclear pode ser usada de forma segura.

A reportagem é de Uirá Machado e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 13-03-2011.

Verdes da Itália, França e Alemanha cobraram de seus governos o abandono da energia nuclear. Disseram que se uma nação tão avançada quanto o Japão não conseguia proteger sua população, certamente a Europa também não poderia.

"O risco nuclear não é algo que possa ser controlado", afirmou Cecile Duflot, secretária do Europa Ecologia.
Segundo José Eli da Veiga, professor de economia da USP, o acidente deve oferecer novo fôlego para quem condena a energia nuclear.

"Nos últimos anos, o noticiário estava menos antinuclear, e os verdes tinham ido para a defensiva", afirma Veiga, autor do livro "Energia Nuclear: Do Anátema ao Diálogo", com lançamento previsto para esta quarta.

"Quando há um acidente como esse, os governos tornam-se menos receptivos à ideia de construir usinas nucleares e, naturalmente, as críticas ganham força", diz.

O acidente, porém, não apaga uma das razões pelas quais falava-se em renascimento nuclear, com o apoio inclusive de ambientalistas notórios: a busca por fontes de energia alternativas ao petróleo e carvão, necessidade imposta sobretudo pelo aquecimento global.

REAÇÕES

Na Itália, Fabrizio Cicchitto, líder do PDL (partido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi) na Câmara, disse que o governo não vai alterar os planos de gerar energia nuclear no futuro.

Segundo Cicchitto, o acidente não muda os "problemas energéticos" da Itália. O país é o único do G-8 que não gera energia nuclear.

Na Alemanha a reação foi diferente. A chanceler Angela Merkel convocou uma reunião de emergência para discutir a situação.

No final do ano passado, Merkel já havia enfrentado oposição por ter anunciado projeto de lei para estender o uso de usinas nucleares para gerar energia elétrica até 2040. O plano anterior previa que essa fonte deixasse de ser usada a partir de 2022.

Na França, segundo maior produtor de energia nuclear (o primeiro são os EUA), o governo avisou que vai discutir medidas para garantir a segurança de seus 58 reatores.

Para José Eli da Veiga, o curso desse debate vai depender dos relatórios sobre a usina japonesa.

"A controvérsia é muito grande e complicada. Os defensores da energia nuclear vinham conseguindo argumentar que os acidentes decorrem de falhas de segurança. Esse episódio pode dar força para os verdes", diz.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Acidente faz ressurgir as críticas ao risco nuclear - Instituto Humanitas Unisinos - IHU