Evangelho de Mateus 5,38-48

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17 Fevereiro 2014

"Vocês ouviram o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente!' Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês. Pelo contrário: se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto! Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele! Dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado."

"Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!' Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu" (Mt 5,38-48).

Leitura do Evangelho de Mateus 5,38-48. (Correspondente ao 7º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico.)

O comentário é de Ana María Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

 Um amor inclusivo

 Como povo de Deus que celebra o ano litúrgico, encontramo-nos agora vivendo o denominado tempo comum.

Os domingos do tempo comum seguem em grandes linhas os passos da vida  pública de Jesus, desde seu batismo por João (1º domingo comum) até o conflito final em Jerusalém e o anúncio do Último Juízo (32º-34º domingo comum).

Neste domingo somos convidados a meditar as palavras de Jesus, geralmente conhecidas como a Nova Lei que traz Jesus. O Evangelho abre a perspectiva do relacionamento humano para além das fronteiras que os homens costumam construir. Para amar uma pessoa é necessário entrar em relação com ela. Por isso, "amar o inimigo" é entrar em relação com ele ou com ela.

É uma relação que implica as duas partes que se relacionam e produz uma mudança em cada uma delas.

Jesus se posiciona contrariamente à prática das leis que não dignificam a pessoa, que a separam em guetos dos justos e os injustos.

Somos nós que classificamos as pessoas, que julgamos segundo nossos olhares egoístas e muitas vezes insensíveis. Toda pessoa é amada por Deus. Por isso é necessário entrar em relação com "essa" pessoa que é amada por Deus, mas que se apresenta como problema para mim.

O relacionamento que propõe o Evangelho implica as duas partes. Como disse o Papa Francisco na entrevista concedida ao jornal La Stampa: "Nunca tenham medo da ternura".

O modelo para a vida cristã e as suas atitudes não é apresentado na sociedade vigente. Ser cristão não é simplesmente ser como qualquer um, mas é ter outros valores e outra visão. O fundamento desses e desse modo de agir é o amor do Pai e a vida de Jesus.

Nesta semana somos convidados a nos colocar diante do amor de Deus, que é um amor inclusivo e nos faz partícipes desse amor.

Podemos nos perguntar: quais são nossos "inimigos"?

Quais são as implicâncias desta mensagem de Jesus na nossa vida e nas nossas relações?

Oração

Pai, cria em mim um coração dócil ao Espírito, modelando-o segundo o teu modo de ser, e coloca-me no caminho da verdadeira perfeição.

Alegria do pecador

Foi dito a ti:

Tem um nome sem mancha
como um bom fariseu.
Tu jejuas e economizas
nos dias assinalados,
e os papéis de tua vida
estão assinados e absolvidos.
Livra-te de dar a mão
ao doente de aids
saudando seu passado,
ou perguntando seu nome
olhando-o nos olhos.
Os pobres são um abismo
de ignorância e preguiça
que devora ao que se aproxima
com seu tempo e seus bens.
A ansiedade do solitário
pode envolver tua companhia
como um redemoinho de naufrágio.
Talvez baste uma esmola
depositada por telefone
na mão fria
de uma conta de banco.

Mas a Palavra diz:

Os pecadores e excluídos
chamam a Deus,
e Deus desce até eles.
Nós os descobrimos juntos
no mesmo encontro:
prostitutas de avenida,
emigrantes sem papéis,
presos sob grades.
Deus enlodado com fracasso
de pecadores perdidos,
sobrenome divino
triturado por mecanismos
de aço mercantil
e de confusões pessoais.
Aí descobrimos
a dignidade indestrutível
dos chamados
a escória da terra.
Um Deus tão solidário
nos rouba o coração
e nos oferece a alegria
de entregar a vida
para a festa universal
que a tudo refaz. 

Salmos para sentir e saborear internamente as coisas (p.66)
Benjamin González Buelta

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