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19 Março 2024

"A recusa do alimento que caracteriza a posição anoréxica do sujeito revela que a vida humana, para ser reconhecida no seu valor, não pode ser reduzida às necessidades primárias. A tendência a romper os laços sociais amplificada pela Covid nasce de uma pulsão instintiva: proteger-se da ameaça do Outro, do risco de ser ferido", escreve Massimo Recalcati, psicanalista italiano, em artigo publicado por La Repubblica, 29-01-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

Depressão, distúrbios alimentares e fuga para o isolamento estão cada vez mais difundidos nas novas gerações. E escondem uma consciência profunda.

Do ponto de vista da psicanálise não existe doença mental, muito menos critério para definir o que é uma saúde mental considerada normal. Se a psicopatologia clássica, de derivação psiquiátrica, considerou a doença mental como um desvio patológico da norma constituída por aquilo chamado de “mente saudável”, a da psicanálise inverte essa avaliação.

Não se trata tanto de medir o desvio patológico da chamada normalidade (que não existe), mas exatamente o contrário. Diante do que é nosograficamente classificado como doença mental, a psicanálise não lê a simples disfunção do corpo ou do pensamento, nem o distúrbio anormal, mas a manifestação de uma profunda verdade antropológica. 

Tomemos por exemplo a depressão, a anorexia e a atual tendência para o isolamento que afeta muitos jovens. Nesses três “sintomas” não se manifestam tanto as alterações de humor, apetite ou relações sociais, mas uma verdade relativa ao ser humano como tal.

Na depressão, a verdade que se manifesta é que o fundamento da existência humana, como também alega a filosofia da existência, nunca é fundado, nunca é ontologicamente necessário, em outras palavras, que a nossa vida vem ao mundo desprovida de sentido, marcada por uma precariedade incontornável, lançada numa condição inevitável de abandono. O fato de o sujeito deprimido perceber a sua existência como sem sentido, reduzida à, como dizia um de meus pacientes, de um “trapo” ou de um “cuspe”, não é simplesmente o sinal de uma doença mental que altera o humor normal do sujeito, mas de uma verdade profunda que diz respeito à condição humana como tal. É essa verdade que a experiência depressiva revela traumaticamente: a vida não tem sentido, todos embarcamos nela, como dizia Pascal, não por nossa decisão e sem qualquer garantia quanto ao destino e o resultado da nossa viagem.

Da mesma forma, a anorexia, longe de ser uma simples doença do apetite, ensina-nos a grande verdade que o ser humano, como Jesus declarava, não pode viver só de pão. A recusa obstinada pelo alimento que caracteriza a posição anoréxica do sujeito revela que a vida humana, para ser reconhecida no seu valor autêntico, não pode ser reduzida à mera satisfação das necessidades primárias. “Eu não sou um tubo digestivo!”, reclamava uma jovem paciente minha diante da insistência com que seus pais se preocupavam somente com a sua alimentação. No caso da anorexia fica claro que a recusa da comida é a tentativa do sujeito de demonstrar a irredutibilidade do plano humano de desejo àquele animal da necessidade. Não se trata de uma doença mental, mas da necessidade do sujeito reiterar que o que torna a vida realmente humana não é a satisfação das necessidades primárias, mas receber do Outro o sinal do seu desejo.

Isso foi declarado com grande precisão pelo psicanalista-pediatra Winnicott quando, referindo-se aos distúrbios do apetite infantil, lembrava que era preciso procurar a sua causa primária nas dúvidas que essas crianças tinham em relação ao amor dos seus pais.

Finalmente, na tendência de muitos jovens para romperem os laços sociais e entrincheirarem-se no seu próprio isolamento que a epidemia de Covid definitivamente amplificou, encontramos em primeiro plano o impulso da vida para se defender da vida.

Trata-se de uma verdade desconcertante que também nesse caso não diz respeito a uma doença mental, mas sim a uma tendência pulsional típica do ser humano: proteger a própria vida da ameaça do Outro, da sua presença intrusiva, do risco de ser ferido e ofendido pela vida. É essa pulsão que recentemente defini como “securitário”: a vida retira-se da vida por medo da vida.

Não por acaso Freud equiparava - na origem da vida humana - o estrangeiro ao hostil, sustentando que a primeira pulsão era precisamente aquela da defesa, da proteção, da blindagem contra a enorme quantidade de excitações que vêm do mundo externo e do mundo interno. Se, como escreve, “o ódio sempre vem antes do amor” é porque a vida humana não está predisposta à abertura à vida, mas ao seu fechamento securitário. Eis a verdade que se expressa dramaticamente na introversão que caracteriza o atual isolamento juvenil: diante da abertura ilimitada da existência, a vida pode tender a refugiar-se da vida, pode barricar-se, fechar-se, tornar-se um muro. Especialmente se a vida lá fora for uma guerra de todos contra todos, uma luta desenfreada para se afirmar, uma competição perpétua.

Esse é um dos traços mais significativos do sofrimento juvenil contemporâneo que, no entanto, reflete uma tendência pulsional que não diz respeito à doença mental, mas à intimidade de cada um de nós. É o que aparece naquele arrepio que, como recorda Elias Canetti na abertura de Massa e Poder, apodera-se de nós quando inadvertidamente esbarramos com um desconhecido na rua. O arrepio da violação das nossas fronteiras, de um contato com aquilo que não conhecemos e não podemos governar, de uma ameaça que pode resultar fatal e que explica por que, como escreve o próprio Canetti, “em todos os lugares o homem evita ser tocado pelo que lhe é estranho”.

A recusa do alimento que caracteriza a posição anoréxica do sujeito revela que a vida humana, para ser reconhecida no seu valor, não pode ser reduzida às necessidades primárias. A tendência a romper os laços sociais amplificada pela Covid nasce de uma pulsão instintiva: proteger-se da ameaça do Outro, do risco de ser ferido.

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