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Havia um jardim na origem do mundo. Por que hoje não o cuidamos mais? Artigo de Marinella Perroni

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07 Setembro 2022

 

"Para a fé bíblica, a consciência de ser o único ser vivo capaz de 'cultivar e cuidar' a terra é um fato teológico. Não por acaso, o que outros chamam de universo ou cosmos ou mesmo planeta Terra, os crentes chamam de criação. E eles sentem que compartilham a responsabilidade com o próprio Deus. Por que, então, o planeta em que vivemos hoje está tão gravemente doente? Por que, apesar das evidências científicas e dos apelos insistentes para cuidar da terra, nos deixamos seduzir pela obtenção de interesses imediatos mesmo quando se traduzem em sentenças de morte para o futuro de todos? Essas não são perguntas retóricas precisamente porque, como nos conta a história do Éden, o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal já foi colhido: pode-se errar, é claro, mas não se pode fugir à responsabilidade do que se é e do que se faz. Esta é a identidade profunda dos humanos", escreve Marinella Perroni, biblista, fundadora da Coordenação de Teólogas Italianas, em artigo publicado por Donne Chiesa Mondo, setembro de 2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo.

 

Hoje, passear em um belo parque não é privilégio de poucos. Antigamente, porém, apenas os aristocratas podiam se dar ao luxo de morar em castelos cercados por jardins extraordinários, quase sempre construídos segundo o modelo, que ficou famoso no mundo, do “jardim italiano”. No entanto, se você quiser tentar entender o mito bíblico do jardim do Éden, que é um dos dois relatos da criação com as quais o livro de Gênesis abre (cc. 2-3), é preciso apelar para uma imaginação bem diferente.

 

É preciso ter estado no Oriente Próximo, onde nasceram as histórias bíblicas, ou mesmo na Andaluzia, onde ainda é possível experimentar porque justamente um jardim é adequado para contar a origem de tudo o que vive. A água das fontes que jorra e borbulha, a sombra que vence até um sol implacável que desertifica tudo ao seu redor, a exuberância das plantas e das flores que exibem sua beleza: só quem teve oportunidade de desfrutar dessa mistura de sensações pode entender por que na Bíblia o grande mistério do nascimento da vida remonta à obra de um Deus que “plantou um jardim no Éden, para os lados do leste, e ali colocou o homem que formara” (2,8), um Deus que é representado como um soberano ou alto funcionário da corte oriental que “passeava no jardim pela viração do dia” (3, 8). Todo o grande mito da segunda história da criação se desenrola nesse jardim: uma mise en scène rica de claros-escuros como a vida humana na qual colidem e se entrelaçam força e fragilidade, harmonia e laceração.

 

O Éden é mais do que apenas um cenário de palco ou um set de filmagem. É um lugar que pulsa de vida: graças a uma poça de água que jorrava da terra e irrigava o solo, Deus pode moldar o pó da terra e depois, infundindo-o com seu sopro de vida, torná-lo um ser vivo; e será graças a esse ser vivo que o jardim será cultivado e cuidado, mas também que os animais adquirirão a sua identidade porque receberão um nome. No Éden, a vida não apenas começa, mas explode com toda a sua energia, positiva e negativa. Sem essa polaridade, sem essa tensão, a vida não é vida e nem Deus é Deus: a ideia bíblica de Deus só toma forma se colocada em relação com a verdade desta vida. Vida real, não artificial e, por isso mesmo, repleta de contrastes e, sobretudo, de soberania limitada.

 

Para os seres humanos, e apenas para eles, o Éden não é apenas o lugar onde, mecânica e deterministicamente, a vida se reproduz. É o lugar da inteligência da vida com tudo o que isso implica. Muitos séculos depois, um sábio israelita, filho de Sirach, dirá isso captando o significado mais profundo do relato do Gênesis, que não narra uma criação do nada de todas as coisas, seres humanos incluídos, mas revela que teve como dom o segredo da vida porque “inteligência, língua, olhos, ouvidos e juízo para pensar; cumulou-os de saber e inteligência. Criou neles a ciência do espírito, encheu-lhes o coração de sabedoria, e mostrou-lhes o bem e o mal. (Eclesiástico, 17, 6-7).

 

O Éden, o jardim da vida, é o lugar onde pensamos, onde surgem as questões e onde procuramos o sentido profundo das coisas, o lugar onde, ao contrário de todos os outros seres vivos, os seres humanos devem medir-se com o discernimento, experimentar o que comporta a diversidades entre as espécies, mas também entre os sexos, confrontar-se com as astúcias e as seduções, aceitar que sem morte não há vida porque ser humanos comporta o desejo de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ou seja, acessar o mistério mais profundo da vida, mesmo que isso exija renunciar a comer o fruto da árvore da vida e viver para sempre.

 

O roteiro do mito do Gênesis do Éden se desenvolve entre o interdito com o qual Deus quer proteger os humanos do fardo da plena consciência da vida (2, 16s: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não com da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque, no dia em que dela comer, certamente você morrerá”) e a constatação de que o conhecimento do bem e do mal não é sem preço (3, 22: “Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre!”).

 

O jardim só pode assistir, mudo, ao nascimento da consciência e à perda da inocência. Não há como voltar atrás, e o que o mito conta não é apenas original, é também originário. A polaridade entre o bem e o mal de fato domina a condição humana. Não só as relações entre os humanos, mas também a relação com a terra e tudo o que nela vive. Não podemos fingir que não sabemos.

 

Para a fé bíblica, a consciência de ser o único ser vivo capaz de “cultivar e cuidar” a terra é um fato teológico. Não por acaso, o que outros chamam de universo ou cosmos ou mesmo planeta Terra, os crentes chamam de criação. E eles sentem que compartilham a responsabilidade com o próprio Deus. Por que, então, o planeta em que vivemos hoje está tão gravemente doente? Por que, apesar das evidências científicas e dos apelos insistentes para cuidar da terra, nos deixamos seduzir pela obtenção de interesses imediatos mesmo quando se traduzem em sentenças de morte para o futuro de todos?

 

Essas não são perguntas retóricas precisamente porque, como nos conta a história do Éden, o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal já foi colhido: pode-se errar, é claro, mas não se pode fugir à responsabilidade do que se é e do que se faz. Esta é a identidade profunda dos humanos. É por isso, então, que com sua carta encíclica Laudato si' (2015) o Papa Francisco não quis apenas propor uma análise ampla e ao mesmo tempo rigorosa do que ele identifica como “a raiz humana da crise ecológica” (n. 101-136), e traçar as linhas de uma “ecologia integral” (n. 137-162), mas quis também chamar com força à responsabilidade política de cada um para com o planeta (n. 163-201).

 

 

Em várias ocasiões Francisco recorda que se trata de uma responsabilidade de todos e de cada um e por isso dirige a sua Encíclica “a cada pessoa que habita este planeta” (n. 3), como fez pela primeira vez João XXIII com a sua Pacem in Terris (1963): quando se trata de paz ou de crise ecológica, todos, independentemente de diferentes crenças ideológicas ou religiosas, devem se sentir chamados a promover o bem comum.

 

No entanto, deveria sempre ser acrescentado a esses documentos um apêndice com os nomes de todos aqueles que dedicaram a sua vida, por vezes até ao martírio, pela paz ou pelo cuidado da casa comum. Homens e mulheres, mas principalmente mulheres. Contra as guerras, mais que na guerra, em defesa da Terra, que se sentem mais como mãe do que como irmã, mulheres de todo o mundo estão tentando tecer a teia de relações entre os seres humanos e com o planeta finalmente redimidas da ilusão da onipotência. Talvez, também porque para elas, a esta altura, ser filhas de Eva não significa mais carregar sobre si o peso da culpa, mas sim assumir a responsabilidade pelo conhecimento do bem e do mal. Sabendo bem que isso implica aceitar toda a dolorosa ambiguidade do viver.

 

Quanto a mim, compreendi isso há muitos anos, quando participei de uma conferência de teólogos da libertação realizada em São Paulo, no Brasil. Entrei em uma imensa sala no fundo da qual dominava um impressionante mural que evocava o afresco da criação de Michelangelo. No entanto, não exaltava o poder viril de Adão, mas a generatividade de Eva. De seu ventre brota o rio de água que dá vida a todos os frutos da terra, mas também ao que a inteligência humana é capaz de criar. Compreendi naquele dia porque o mito bíblico do jardim do Éden termina com a afirmação: “O chamou Adão o nome de mulher de Eva, porquanto era a mãe de todos os viventes” (Gênesis 3:20).

 

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