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Cristofobia: A farsa do opressor vitimizado

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22 Outubro 2020

"Essa ideia de ódio e perseguição aos cristãos no Brasil não encontra nenhum respaldo na realidade, e embora mais pareça uma criação oriunda de mentes delirantes, vem ocupando cada vez mais espaço na sociedade brasileira. A imagem de que as igrejas estão perseguidas por uma sociedade laicista e hostil, cujo objetivo maior é a destruição da família, vem sendo repetida à exaustão, tanto nos cultos e missas de norte a sul do país como nos discursos políticos de Brasília, com o claro objetivo de usar a temática moral para manobrar uma massa conservadora de fiéis e obter deles os dízimos e votos necessários à sustentação de um projeto de poder muito pouco cristão", escreve Lucas Paiva, LGBT católico, escritor e membro do GAPD - Grupo de Ação Pastoral da Diversidade, em artigo publicado por K7, 21-10-2020.

Eis o artigo. 

Em seu discurso na abertura da Assembleia das Nações Unidas, o antipresidente do Brasil contou ao mundo várias mentiras. O seu objetivo primeiro era abrandar os escândalos da devastação e do fogo que fazem arder nossos biomas e da pandemia descontrolada de Covid-19 que está dizimando os brasileiros. Mas ele também reservou um espaço de sua fala para afagar e energizar a onda evangélica fundamentalista e católica reacionária que compõem em grande parte sua base de apoiadores. E o fez com a denúncia de um mal imaginário: a Cristofobia.

Essa ideia de ódio e perseguição aos cristãos no Brasil não encontra nenhum respaldo na realidade, e embora mais pareça uma criação oriunda de mentes delirantes, vem ocupando cada vez mais espaço na sociedade brasileira. A imagem de que as igrejas estão perseguidas por uma sociedade laicista e hostil, cujo objetivo maior é a destruição da família, vem sendo repetida à exaustão, tanto nos cultos e missas de norte a sul do país como nos discursos políticos de Brasília, com o claro objetivo de usar a temática moral para manobrar uma massa conservadora de fiéis e obter deles os dízimos e votos necessários à sustentação de um projeto de poder muito pouco cristão. Ao propagar a denúncia de que são as vítimas perseguidas, esse segmento da sociedade está na verdade criando uma cortina de fumaça para encobrir seus preconceitos contra a emancipação feminina, a liberdade religiosa dos não cristãos, e a conquista de direitos da comunidade LGBTI+.

Os escritos da bíblia são de fato contraditórios, existem passagens muito violentas e problemáticas, ainda mais se forem lidas literal e isoladamente e sem nenhuma contextualização histórica. Mas há no conjunto do texto uma preocupação dos autores, notadamente dos evangelistas do Novo Testamento, em destacar que a proposta divina para a humanidade é composta de Amor, Igualdade e Justiça. “Amai-vos uns aos outros” é apenas um dos versos, talvez o mais conhecido, que enfatiza essa mensagem. Por outro lado, o fundamentalismo religioso, típico do neopentecostalismo evangélico e católico, se apoia no preconceito contra os diferentes para justificar sua proposta de privatização do sagrado e a redução de Deus a um quebra-galho, um coaching de autoajuda, símbolo de uma fé medida pela prosperidade, que afunda as pessoas em óleo ungido e água benta, enquanto remove toda referência de justiça social da mensagem do Evangelho.

Essa visão manipulada da fé permite a transformação das igrejas em negócios bastante lucrativos. Verdadeiras corporações onde não são raras as denúncias de lavagem de dinheiro envolvendo padres e pastores, assim como onde são comuns as práticas de remunerar os líderes religiosos a partir da arrecadação de suas congregações e de impor doações quase compulsórias aos fiéis, mesmo os mais pobres. Situações tão surreais e distantes do exemplo de simplicidade e fraternidade deixado por Jesus, que só mesmo a hipocrisia do falso moralismo é capaz disfarçar tamanho escárnio. Assim, enquanto os fiéis são mobilizados para combater o direito das pessoas LGBTI+ de viverem e serem respeitadas como são, ou para queimar terreiros e apedrejar filhos de santo do Candomblé, ou ainda para se reunirem na porta de hospitais não para ajudar os doentes, mas para constranger uma criança estuprada, a pauta dos bons costumes permite ofuscar os desvios éticos do meio religioso.

Em setembro passado, por exemplo, a pastora Ana Paula Valadão ganhou destaque na mídia pregando que a homossexualidade é um pecado que ofende o próprio Deus, e por isso a AIDS foi enviada como castigo. Já o seu irmão e também pastor André Valadão virou notícia ao dizer que a igreja não é lugar para gays. Aqui vale destacar que Ana Paula é a pastora das roupas de grife que se diz orientada por Deus a morar em Dallas (EUA) para de lá conseguir vencer a batalha espiritual contra o Exu Boiadeiro, e André é o garoto propaganda do Fé Card, um cartão de empréstimo consignado que ele anuncia diretamente do púlpito entre a leitura de um ou outro versículo da bíblia. Ambos os discursos, além de retrógrados, são perversos na medida em que os dois irmãos são suficientemente esclarecidos para compreender os danos que suas palavras causam. Os dois, que nenhuma palavra dedicaram à multidão de brasileiros enlutados pelas mortes ocorridas nessa pandemia, optaram conscientemente por um discurso que causa sofrimento e encoraja a violência, fomentando uma fé preconceituosa e fútil, mas que infelizmente encontra aplauso.

 

 

Há ainda um outro fator importante decorrente da mobilização dos fiéis que é a crescente eleição de políticos religiosos, com destaque para a bancada evangélica do Congresso Nacional. A presença de pastores e reverendos no cenário político faz parte de um verdadeiro projeto de tomada do Estado para implantação de uma agenda autoritária e conservadora cujo ponto alto, além da vitória de Bolsonaro, passa pela ocupação das altas cortes de justiça, com a almejada indicação de um ministro terrivelmente evangélico para o Supremo Tribunal Federal. Isto porque até agora, a Suprema Corte tem sido o campo onde a sociedade civil está conseguido garantir e ampliar seus direitos, como o casamento igualitário e a descriminalização de alguns casos de aborto.

É em contraponto às decisões progressistas da justiça que o imperativo do combate à cristofobia aparece recorrentemente nos discursos da ala religiosa e reacionária do parlamento, não apenas como projeto de lei, mas também como pressão para que o governo tome decisões cada vez mais inspiradas em um viés teocrático. Não por acaso, recentemente o Ministério da Saúde publicou uma controversa portaria com o claro intuito de dificultar o acesso ao aborto legal, inclusive em casos de estupro. E na última semana também a Advocacia Geral da União pediu que o STF libere de punição todas as formas de liberdade de expressão, englobando manifestações artísticas, científicas e profissionais que sejam contrárias aos direitos das pessoas LGBTI+.

Essa cruzada moderna dos bons costumes encontra na moral sexual as motivações para sua maior bandeira, que nada mais é do que lutar pelo direito ao ódio e ao preconceito com quem é diferente, como ficou evidente na gritaria produzida quando, em junho de 2019, o STF criminalizou a homofobia, equiparando-a ao racismo. O pastor e deputado federal Marco Feliciano denunciou na época que essa decisão equivalia a implantação de uma “ditadura gay” que poria fim as liberdades de expressão e religiosa no Brasil. Ele, assim como seus pares, defende ferrenhamente o modelo de família tradicional, aquele formado especificamente por um casal heterossexual e seus filhos, com papeis bem definidos e ascendência do homem sobre a mulher, pois seria o modelo desejado por Deus quando criou Adão e Eva. Nessa visão fundamentalista do texto bíblico, a emancipação feminina e o reconhecimento da comunidade LGBTI+ são as grandes ameaças do nosso tempo e devem ser combatidas em respeito a um mandamento divino.

Nessa celeuma de hipocrisias, a ideologia de gênero é parte fundamental da estratégia para criar um sentimento de que a família está sitiada e as crianças estão em risco. Apelando para o forte preconceito de uma sociedade patriarcal e machista, esses líderes religiosos fazem denunciações fantasiosas a respeito de cartilhas para transformar meninos héteros em gays e de movimentos políticos subterrâneos que trabalham pela legalização da pedofilia. A pastora e ministra Damares Alves chegou ao cúmulo de denunciar um movimento LGBT decidido a censurar a bíblia. Uma teoria da conspiração insustentável para qualquer um com um mínimo de senso crítico, mas que em tempos de correntes de fake news pelo WhatsApp encontra terreno fértil nas mentes e corações mais reacionários.

Outro célebre exemplo é o da também deputada e pastora Flordelis, que aparece em muitos vídeos abusando do discurso de que poderia ser presa por pregar contra o pecado do homossexualismo (sic). Ela, que também defendia que a mulher deveria evitar o divórcio mesmo em situações de violência, é apontada pela polícia como mandante do assassinato do próprio marido. Portanto, ao que parece Flordelis deverá ser presa sim, mas não por homofobia. Essas narrativas de que haveria um cerceamento do Estado contra a liberdade das igrejas e em favor de alguns grupos é o combustível que alimenta a ideia da cristofobia, tão despropositada no Brasil que é um país de maioria cristã onde os líderes religiosos têm suas liberdades de expressão e crença garantidas pela Constituição.

Como cristão e gay, devo lembrar que Jesus Cristo, cujo nome nós gostamos de estampar em camisetas, tatuagens e adesivos de carro, convivia e abraçava os diferentes e excluídos, sem fazer distinção de ninguém. Sua mensagem é para o bem de um mundo que vive em permanente mudança, e isso significa que nem o ser humano nem a família estão sob ataque, apenas estão sob transformação. A cristofobia é a bandeira daqueles que não aceitam o pensamento diverso e desejam manter seus lugares de poder e privilégio, atentando contra a cidadania, a igualdade de direitos e a vida. A democracia não é, portanto, apenas a decisão da maioria, é também a garantia do bem comum a todos os indivíduos, causa que nós por força de nossa própria crença devemos abraçar.

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