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O saldo positivo da derrota trabalhista no Reino Unido

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19 Dezembro 2019

Se “buscar o centro” significa voltar às políticas de 15 anos atrás, está claro que não existe mais espaço econômico ou político para tanto.

O artigo é de Rodrigo Nunes, professor de filosofia moderna e contemporânea na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e autor de Organisation of the Organisationless: Collective Action after Networks, publicado por El País, 16-12-2019.

Eis o artigo.

No Reino Unido como aqui, a maioria das análises da derrota do Partido Trabalhista (Labour) nas eleições da semana passada tem como pano de fundo o impasse da esquerda frente à ascensão global da extrema direita. O que fazer, “radicalizar” ou “buscar o centro”? O risco, porém, é que a possibilidade de aprender com a experiência britânica seja comprometida pela falta de atenção aos detalhes e pela vagueza dos termos em que o problema é posto.

Por exemplo, não se pode comentar a vitória expressiva do Partido Conservador sem atentar às distorções que o sistema distrital produz. Um exame da porcentagem total de votos, em vez do número de cadeiras no parlamento, revela dados interessantes. Os 59 distritos perdidos pelos Trabalhistas decorreram de uma queda de 8% na votação geral em relação a 2017, quando a performance do partido com Jeremy Corbyn –– a melhor desde 2001 –– foi a grande surpresa. Mas os 32% obtidos agora são apenas 3% a menos que o percentual da última vitória de Tony Blair em 2005, e 3% a mais que a apertada derrota para David Cameron em 2010. Quem observa a evolução da porcentagem total nas eleições deste século percebe que a queda do trabalhismo não é o único fenômeno a ser explicado. Apesar do desgaste de uma década no poder, os Conservadores saltaram de aproximadamente 36% nas vitórias de 2010 e 2015 para 42% em 2017 e 44% em 2019 –– justamente as duas eleições dominadas pelo Brexit.

Não se trata de eximir o partido de Corbyn de responsabilidade. É inegável, porém, que os dois últimos pleitos funcionaram em grande parte como referendos sobre o referendo de 2016, e que os esforços trabalhistas para transformá-los em debates sobre justiça social e desigualdade econômica falharam. O Brexit foi um enorme obstáculo à tentativa do Labour de recriar uma polarização clara entre esquerda e direita por um motivo simples: é um tema que atravessa esta oposição diagonalmente. Apoiado tanto por bilionários interessados em transformar o Reino Unido num paraíso fiscal quanto por comunidades “deixadas para trás” por décadas de desindustrialização, o Brexit criava uma ilusória convergência de interesses entre segmentos sociais cuja contradição profunda era exatamente o que o Labour pretendia explorar.

Na verdade, o Brexit cortava ao meio a própria coalizão formada em torno da eleição de Corbyn para a liderança do partido. Desde o início, os Trabalhistas tinham a missão praticamente impossível de manter uma aliança eleitoral que combinava sua base social tradicional nas pequenas cidades de Gales e do norte da Inglaterra, majoritariamente a favor de sair da União Europeia, e uma juventude metropolitana a favor de ficar. As hesitações do partido sobre o Brexit decorriam disso, e foi aí que suas perdas mais pesadas se deram. Tanto para um lado quanto para o outro, aliás: se as derrotas mais emblemáticas foram em distritos historicamente trabalhistas favoráveis ao Brexit, o Labour perdeu 6,4% dos votos totais em distritos predominantemente contrários. Obrigado a tentar ser o partido de leavers e remainers, o Labour acabou desagradando gente demais de ambos os lados. A trágica verdade é que ele provavelmente não conseguiria vencer nem com uma plataforma pró-Brexit, nem com uma plataforma contra.

Outro ponto que custou caro aos Trabalhistas foi, inegavelmente, o próprio Corbyn. É bem verdade que ele enfrentou uma imprensa por vezes chocantemente parcial, e que seus opositores não desperdiçaram oportunidades de jogar sujo. Sem muito carisma ou traquejo, porém, e cercado por conselheiros de mentalidade centralizadora e conspiratória, ele foi um líder da oposição supreendentemente impopular para um período tão conturbado.

Quem são os radicais? Quem são os realistas?

Antes de culpar a “radicalização” pelo fracasso trabalhista, é preciso tentar dar algum sentido concreto à palavra. Em primeiro lugar, há que se lembrar em relação a que a versão atual do Labour representa uma “radicalização”. As duas décadas de hegemonia blairista foram decisivas para criar as condições tanto da crise financeira de 2008, da qual o Reino Unido até hoje não se recuperou, quanto da degradação social e desencanto que alimentaram o caldo de cultura do Brexit. A desilusão do eleitorado trabalhista tradicional não começou com Corbyn, mas nos anos 90. Pode-se discutir se aquilo que os trabalhistas ofereceram nesta campanha agradou aos eleitores; bem mais difícil seria defender que o partido deveria ter se mantido no rumo anterior. Se “buscar o centro” significa voltar às políticas de 15 anos atrás, está claro que não existe mais espaço econômico ou político para tanto. Desde a ascensão de Corbyn, aliás, dois partidos tentaram ocupar este lugar. Os Democratas Liberais, apresentando-se como partido dos remainers, até ganharam 4% na porcentagem geral, mas perderam uma cadeira no parlamento. O Change UK, saudado quando surgiu como “o fim da polarização”, desapareceu sem deixar traços antes mesmo das eleições.

Em segundo lugar, deve-se ressaltar que a “radicalização” do Labour não foi um fenômeno meramente identitário. Não se tratava de vestir vermelho, ostentar a foice e o martelo ou defender uma suposta superioridade moral. A questão não era atrair a população para uma identidade “de esquerda” dada, com seus códigos e marcadores particulares, mas convencer as pessoas de que a esquerda possuía as respostas mais sensatas para os problemas que elas enfrentam no dia-a-dia. Mesmo o uso da palavra “socialismo” deve ser entendido nesta chave: no imaginário político britânico, “socialismo” está mais associado aos anos de glória do estado de bem-estar social que aos regimes do bloco soviético.

É na “sensatez” desta radicalização que reside, talvez, a maior lição do experimento inglês. Seu verdadeiro mérito reside no esforço em fugir à oposição entre “realismo” e “utopia”, em dois sentidos. Primeiro, partindo da noção de que aquilo que aparentava ser “realista” antes da crise de 2008 deixou de sê-lo, pelo simples fato de que a realidade mudou. As desigualdades sociais que se acumularam desde a década de 80 podiam ser mais ou menos administradas em tempos de expansão econômica e abundância de crédito. Numa época de contração e diante de um capitalismo que o próprio Financial Times descreve como rentista, elas se tornam de tal modo explosivas que só podem se resolver em regimes cada vez mais autoritários. Continuar como antes é assumir este risco; a alternativa é atacar de frente as disparidades de poder econômico e político, distribuindo riqueza, quebrando oligopólios privados, diminuindo a força da finança e dando às pessoas mais controle sobre a economia e o Estado. Por outro lado, qualquer aposta numa retomada da atividade econômica hoje precisa necessariamente se haver com a crise climática crescente. Neste caso, continuar como antes é, mais que irreal, simplesmente suicida. Não à toa, a base mais mobilizada de Corbyn são os millenials que chegaram à maioridade após 2008 carregando pesadas dívidas educacionais, sem boas perspectivas de emprego ou renda e com a expectativa de viver num mundo mais e mais inóspito.

Rotas de fuga

Frente a isso, os Trabalhistas foram às ruas com o programa mais ousado apresentado por um grande partido de esquerda em anos: um New Deal Verde, aumento da taxação dos mais ricos, renacionalização e barateamento de serviços fundamentais, Fundos de Propriedade Inclusiva para diminuir o poder de acionistas e aumentar o dos trabalhadores, um terço de participação da força de trabalho em boards corporativos, um programa piloto de Renda Básica Universal. O que é mais importante, e não pode ficar de fora de nenhuma análise, é que estas políticas demonstraram ser altamente populares.

Se é verdade que elas não foram o suficiente para convencer o eleitorado a abandonar outras prioridades, também é verdade que moveram as coordenadas do debate e puseram em questão o interdito thatcheriano de que “não há alternativa”. Ou antes, mostraram que muito daquilo que se costuma apresentar como limites econômicos absolutos é apenas a expressão temporária das correlações de força existentes; e que a política, como aquilo capaz de modificar estas correlações, é necessária justamente lá onde a tecnocracia não é capaz de achar soluções.

Estas medidas escapavam à oposição entre “realismo” e “utopia” também em outro sentido. Em vez de só afirmar princípios abstratos de como as coisas deveriam ser, elas propunham meios concretos para, a partir de condições desfavoráveis, mas mobilizando as forças da sociedade, chegar a uma condição qualitativamente distinta. Em outras palavras, elas se punham exatamente aquela questão que os governos de esquerda latino-americanos, cujo ciclo encerrou-se com o golpe na Bolívia e a derrota da Frente Amplia no Uruguai, falharam em não colocar: o problema da transição para uma outra sociedade. Com isso, instanciavam uma lei universal de qualquer política que se pretenda transformadora –– que a utopia sem realismo é vazia, mas que o realismo sem uma noção de aonde se pretende chegar é cego.

No Reino Unido, a tentativa de fazer da política eleitoral um atalho para recompor as forças capazes de resistir à barbárie crescente, pelo menos por ora, falhou. Mas o saldo organizativo que este expethink tanks, mídia independente e organizações como Momentum, Acorn e The World Transformed –– é muito promissor. Daí também há lições a serem tiradas; e, esperamos, haverá mais no futuro.

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