Irmãs católicas enviam uma mensagem ao Senado: não mexam no Medicaid

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27 Julho 2017

Milhares de irmãs católicas estão pedindo aos senadores para que não mexam nos fundos do Medicaid enquanto líderes republicanos tentam cumprir as promessas de campanha de revogar o Affordable Care Act (Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente).
"Como religiosas católicas, testemunhamos em primeira mão a crise moral de falta de assistência à saúde de qualidade e acessível neste país", diz uma carta assinada por mais de 7.000 irmãs. A carta foi entregue aos escritórios do Senado em 24 de julho.

A reportagem é de Michael J. O'Loughlin, publicada por América, 25-07-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Mais especificamente, as irmãs dizem que estão "extremamente preocupadas com os cortes que seriam feitos ao Medicaid ao acabar com sua expansão e limitar gastos per capita". As religiosas afirmaram que o plano do Partido Republicano "vai contra o nosso ensino religioso católico", descrevendo-o como "a legislação que mais prejudica as famílias estadunidenses que já presenciamos".

Cerca de 75 milhões de estadunidenses, principalmente das classes média e baixa, têm assistência à saúde através do Medicaid, um programa federal que foi expandido quando o Affordable Care Act foi promulgado em 2010.

A Irmã Simone Campbell, líder da organização Network, fez parte da delegação que entregou as cartas ao Capitólio. Ela disse ao América que a "parte boa de as irmãs fazerem isso é que as pessoas confiam nelas como mensageiras. Não temos interesse partidário nisso; trata-se de cuidar das pessoas".

"Como muitas das nossas comunidades prestam cuidados à saúde, nós conhecemos a luta, sabemos os custos, e isso é respeitado pelas pessoas de todo o país", acrescentou.

O Affordable Care Act ficou no limbo nas últimas semanas. Um plano do senado para revogar disposições-chave do Obamacare parece ter tropeçado depois que vários senadores republicanos conservadores e moderados sinalizaram que votariam contra a medida.

Mas após uma reunião na Casa Branca em que o presidente Trump insistiu para que os republicanos cumprissem a promessa de revogar o Obamacare na semana passada, o líder da maioria do senado, Mitch McConnell, disse, no dia 24 de julho, que apresentaria um projeto de lei sobre assistência à saúde ao senado esta semana. Ele não disse qual versão do plano a câmara consideraria inicialmente.

McConnell precisa de 50 dos 52 votos dos senadores do Partido Republicano apenas para começar o debate, mas mais de dois republicanos - que é o máximo de senadores com quem ele pode não contar - disseram que se opõem à legislação republicana.
Segundo a Irmã Campbell, a carta foi entregue a todos os 100 senadores, contendo a seguinte mensagem em relação ao Medicaid: "Não mexa com isso".

"É mais uma parte do enorme coro de pessoas dizendo que isso é ruim para o nosso país, que é ruim para o nosso estado, que é ruim para o nosso povo; não façam isso", disse ela.

A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA também entrou no debate sobre a assistência à saúde, divulgando várias declarações ao longo dos últimos meses, insistindo para que os senadores não revoguem a lei sem garantir que os estadunidenses poderão manter o plano de saúde. O bispo Frank J. Dewane, de Venice, Flórida, presidente da Comissão Episcopal de Justiça e Desenvolvimento Humano, pediu ao Senado para resolver os problemas com a lei de forma mais meticulosa em vez de revogá-la sem substituição adequada.

"Tanto a legislação do American Health Care Act da Câmara dos Deputados dos EUA como a Better Care Reconciliation Act do Senado [que propõe substituir a antiga lei] têm falhas graves e prejudicariam os mais necessitados de maneira inaceitável", disse Dom Dewane na semana passada.

Em uma análise publicada em 20 de julho, o Congressional Budget Office afirmou que a versão do senado da "revogação e substituição" aumentaria o número atual de estadunidenses não segurados em 22 milhões até 2026.

Por sua vez, Irmã Campbell brincou com uma interpretação política da Oração do Pai Nosso ao descrever os esforços de seu grupo para persuadir os senadores a não alterar as leis de assistência à saúde.

"Precisamos nos engajar com as questões sociais do nosso tempo pelo bem comum", disse ela. "É lá que Jesus estava; é lá que nós estaremos."

"É o que estamos fazendo." "O plano de saúde nosso de cada dia nos dai hoje".

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