30 Outubro 2006
Por 6 votos a 1, o Tribunal do Júri Federal de Cuiabá absolveu ontem o delegado civil aposentado Ronaldo Antonio Osmar, acusado de ter sido o mandante do assassinato do missionário espanhol Vicente Cañas. O crime ocorreu há 19 anos, em abril de 1987. O julgamento durou cinco dias e mobilizou indigenistas, antropólogos e ONGs. Na floresta amazônica, no norte de Mato Grosso, Cañas vivia só, em um barraco perto da aldeia dos enawenê-nawê, os índios bravos. Sua missão era proteger os índios dos brancos incivilizados e da ganância de fazendeiros que queriam avançar sobre a terra dos nativos.
O corpo do pregador, que tinha 46 anos, foi encontrado por indigenistas cerca de 40 dias após sua morte. O laudo médico-legal informa que ele teria sido atingido a golpes de porrete e de uma peixeira.
A investigação indicou um suposto conluio entre o delegado e fazendeiros irados com os índios, que não aceitam intrusos em sua reserva. Ronaldo Antonio Osmar, na época, comandava a Polícia Civil em Juína, a 737 quilômetros de Cuiabá.
(cfr. notícia do dia 30-10-06, desta página).
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Júri absolve acusado de matar o jesuíta Vicente Cañas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU