07 Novembro 2025
Nos dias 6 e 7 de dezembro, durante a Cúpula de Líderes da COP30, bicicletas irão circular pelos arredores do evento em Belém (PA) levando as mensagens: “Lula: lidere um futuro sem combustíveis fósseis” e “COP30: Lead the world to a future without fossil fuels.”
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 06-11-2025.
A ação busca chamar a atenção para a necessidade urgente de eliminar gradualmente, de forma justa e equitativa, o uso de combustíveis fósseis — a única solução real para o enfrentamento da crise climática global.
Com o discurso de hoje, ao afirmar estar “convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, o presidente Lula reconhece a urgência de enfrentar as causas estruturais da crise climática. Agora, é fundamental transformar essas palavras em compromisso político concreto como resultado da COP30, é imprescindível que as nações cheguem a um consenso sobre um plano ambicioso, com metas claras e objetivas, para a redução progressiva do uso de petróleo, gás fóssil e carvão mineral, aliado a uma transição energética justa. Afinal, a queima de combustíveis fósseis é responsável por mais de 70% das emissões que causam o aquecimento do planeta.
Na COP28, em 2023, o texto do Global Stocktake (GST), o Balanço Global do Acordo de Paris, que avaliou o progresso coletivo global na ação climática, reconheceu o afastamento dos combustíveis fósseis como ação urgente para esta década crítica. Os países também devem triplicar a capacidade de produção de energia renovável e duplicar a eficiência energética até 2030.
Mas a falta de compromissos mais ambiciosos por parte dos países, somada a um cenário geopolítico extremamente complexo, com a ascensão do negacionismo climático, e a falta de financiamento internacional adequado, suficiente e justo, colocará à prova o comprometimento dos países com o combate à crise que vivemos. Esse cenário reforça a necessidade de maior pressão política e diplomática para que as próximas etapas avancem em compromissos claros e vinculantes.
“A atividade chama a atenção dos líderes e negociadores para o fato de que o combate às mudanças climáticas depende diretamente de um compromisso global pela substituição dos fósseis. A COP30 precisa marcar o início do fim da era dos combustíveis fósseis. O mundo espera liderança, e o Brasil tem a oportunidade de mostrar o caminho”, afirma Délcio Rodrigues, diretor do Instituto ClimaInfo.
Leia mais
- A COP30 precisa planejar o fim dos combustíveis fósseis
- O que esperar da COP30 em Belém, apesar da credibilidade manchada de petróleo do Brasil?
- COP30 no Brasil. E eu com isso? Artigo de Marina Helou e Natalie Unterstell
- COP30 será “choque de realidade” sobre Amazônia, diz Thelma Krug
- COP30 e o perigo climático subestimado
- COP30 será inclusiva e todas as delegações vão participar, afirma Ana Toni
- COP30 em Belém: o espelho turvo do verde e o fracasso anunciado de um sonho climático. Artigo de Paulo Baía
- Desinformação climática explode nas redes e mira a COP30, em novembro
- COP30: Governo busca bancos e filantropia para ajudar em hospedagem de países em Belém
- COP não atingiu propósito para qual foi criada, dizem especialistas
- Alto lá, esta terra tem dono: atrocidades do país da COP30. Artigo de Gabriel Vilardi
- Rumo à COP30: “Clima é a nossa maior guerra”, diz Ana Toni
- “COP30 é uma oportunidade para acabar com a herança bandeirante”. Entrevista especial com Ana Cláudia Cardoso
- Brasil aposta na agenda informal da COP30 enquanto negociações emperram em Bonn
- A caminho da COP30: entre a retórica da eliminação dos combustíveis fósseis e a perfuração na Amazônia
- O ponto de inflexão do financiamento climático