• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

O “curtailment” e o licenciamento ambiental. Artigo de Heitor Scalambrini Costa

Mais Lidos

  • O teólogo defende uma teologia contextual, encarnada; ele critica abstrações amorfas e estéreis, que servem “para a vaidade” de quem as produz

    No Brasil, há teologias gnósticas: falam de um deus que beira ao motor imóvel de Aristóteles ou uma espécie de talismã. Entrevista especial com Francisco de Aquino Júnior

    LER MAIS
  • Um sinal de esperança de Leão XIV para os LGBT. Artigo de João Melo

    LER MAIS
  • O Papa Leão encontrará coragem para condenar o genocídio palestino?

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    Maria Madalena e o nome de quem Ele conhece

close

FECHAR

Revista ihu on-line

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

21 Julho 2025

"A importância do licenciamento ambiental é inegável e necessária. Todavia, diante de um Congresso de 5ª categoria, dominado pelas elites retrógradas e por uma extrema direita fascista, foi proposto o Projeto de Lei 2.159/2021 (PL da Devastação), que flexibiliza ainda mais as regras para o licenciamento, permitindo que empreendimentos obtenham licenças de forma automática só com base na autodeclaração do empreendedor, sem as análises técnicas prévias pertinentes e necessárias", escreve Heitor Scalambrini Costa.

Heitor Scalambrini Costa é professor associado aposentado da Universidade Federal de Pernambuco, graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP), mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco (DEN/UFPE) e doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Aix, associado ao Centro de Estudos de Cadarache/Comissariado de Energia Atômica (CEA)-França.

Eis o artigo.

A participação dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial é cerca de 82%, mas na matriz elétrica, o percentual é menor, cerca de 60%. No Brasil, o uso de fontes renováveis, solar e eólica, tem crescido exponencialmente, ocupando hoje um papel de relevo na matriz elétrica nacional, o que nos distingue de outros países, cuja dependência dos recursos fósseis é mais elevada. A eletricidade dos ventos e do Sol representa 38% da matriz elétrica, que somada à hidroeletricidade chega a cerca de 88%. Uma posição privilegiada, acima da média mundial, mesmo no caso da matriz energética, onde nossa dependência por combustíveis fósseis, é da ordem de 51%. Ainda assim, temos biomassa abundante e diversificada, com oportunidades estratégicas em agrocombustíveis, produção de hidrogênio, entre outras alternativas que se complementam, garantindo a segurança energética.

Tal crescimento exponencial mostra o viés ofertista, da política energética errática adotada, ao longo dos anos, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), responsável pela formulação de diretrizes e implementação de políticas relacionadas ao setor de energia, incluindo a exploração, produção e comercialização. Produzir energia, como qualquer outra atividade econômica, gera impactos socioambientais, independentes de ser fonte renovável ou não. Não existe energia limpa.

Tais diretrizes deveriam estar alinhadas com o compromisso de combater as mudanças climáticas, reduzindo e mesmo abandonando os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural), principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. Este esforço global é a essência do Acordo de Paris, cujas metas de cada país apontam a ambição na redução das emissões, e estão contidas na “Contribuição Nacionalmente Determinada” (em inglês, NDC) revisada a cada 5 anos.

Atualmente, chegamos ao ponto de, mesmo tendo disponibilidade, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma entidade privada, ter limitado, e até cortado parte da energia gerada por fontes renováveis, porque a expansão da rede de transmissão e a demanda não acompanharam o ritmo de instalação de novos parques de geração, que cresce a taxas mais aceleradas. Ou seja, temos energia, mas não temos linhas de transmissão para seu aproveitamento pelo sistema elétrico nacional. Isto tem acontecido com frequência no Nordeste, maior produtora de energia elétrica a partir do Sol e dos ventos. Esta irracionalidade do planejamento, levou as empresas geradores a exigirem ressarcimento, pois produziram, mas não faturaram.

Em meio à esbórnia vigente no sistema elétrico, o ONS lançou no dia 8 deste mês, o Planejamento da Operação Energética (PEN2025), que fala do agravamento do déficit de potência no Brasil, ou seja, há falta de capacidade de geração de energia. Como solução, o operador recomenda a volta do indesejado horário de verão, além de convocar o acionamento de usinas térmicas, que têm um custo maior de geração e emitem gases de efeito estufa. O ONS justifica a adoção desta opção pelo baixo volume nos reservatórios das hidroelétricas na região Sul, o que elevará mais ainda a conta de energia do consumidor.

Vai entender, ou não é para entender e simplesmente aceitar?
 
Segundo a ONS “ampliar o uso das térmicas, ainda que temporariamente, reforça a importância de se manter uma matriz energética equilibrada e capaz de responder às adversidades climáticas e operacionais”. Argumentos que desmerecem a inteligência alheia diante das atuais propostas do MME, que insiste na exploração do petróleo, “até a última gota”, afirma o próprio ministro. Há ainda outras propostas insanas que se distanciam da sustentabilidade energética e socioambiental, como disseminar pequenas centrais nucleares na região amazônica, e concluir a central nuclear de Angra 3, abrindo a porteira para a nuclearização do país. Mais nucleoeletricidade implica aderir a uma fonte de energia insustentável, cara, suja e perigosa.

A monocracia no setor energético, provoca a repetição de problemas, devido aos interesses lobistas que dominam o MME, em proveito de alguns, contrários à maioria da população, que vive o drama de ver suas contas de energia aumentarem, ano a ano. Além de ignorar, e mesmo impedir, a participação da sociedade civil nas decisões. Assim, problemas antigos ressurgem.

Por exemplo, em 2014, a antiga estatal Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (CHESF) teve atrasos na infraestrutura de transmissão de energia, que teriam impactado o escoamento da energia gerada por parques eólicos. O não cumprimento dos contratos de projetos, vitais para a segurança energética, especialmente o atraso na implantação de linhas de transmissão associadas às centrais de geração para conexão compartilhada (ICG), levou a própria Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) a desabilitar a Companhia, impedindo que a empresa participasse de leilões de linhas de transmissão.

Mais recentemente, um termo técnico em inglês curtailment começou a ser usado com frequência para designar cortes determinados pelo ONS. Em junho de 2025, no Nordeste, os cortes na geração de projetos de grande porte - solar e eólico - não injetados na rede, chegaram ao valor de 27,3% do total produzido, sendo 19,6% por razões energéticas.

Mas o que tem a ver o curtailment e o licenciamento ambiental? 

O curtailment é a redução intencional da geração de energia, especialmente em usinas de fontes renováveis como eólica e solar, quando a produção excede a capacidade de consumo ou transmissão do sistema. Ocorre quando a geração de energia é reduzida ou cortada, seja por razões elétricas, como a capacidade limitada de transmissão; ou energéticas, com excesso de oferta do sistema em relação à demanda. Isto ocorre pela falta de planejamento estratégico, que privilegia a oferta descolada da demanda, pelos atrasos na conexão de projetos à rede, pela demora em adotar o armazenamento por baterias, e de diretrizes claras nos marcos legais construídos com a presença e participação perniciosa dos lobbies, defendendo interesses corporativos, em detrimento dos interesses da maioria da população. 

O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo que licencia uma atividade utilizadora de recursos naturais, sendo instrumento crucial para garantir que a geração seja feita de forma sustentável e com o mínimo impacto ambiental. No contexto do curtailment, o licenciamento pode influenciar a forma como a energia é gerada e como as restrições são gerenciadas. Bem feito, e com um planejamento adequado do sistema elétrico, ajudaria a mitigar o problema de “corte de energia”, garantindo que haja infraestrutura suficiente para escoar a energia gerada e que as usinas possam operar de forma eficiente.

Ao considerar erroneamente a energia solar e eólica fontes de geração “limpas”, as exigências para o licenciamento de grandes projetos com geração centralizada, foram amenizadas, e somente um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) é suficiente para análise do licenciamento. Assim, por considerar estas fontes energéticas de baixo impacto os empreendedores se eximem de apresentar estudos mais aprofundados, o EIA/RIMA.

Por outro lado, a flexibilização das regras de licenciamento tem levado a um aumento do risco ambiental, comprometendo a sustentabilidade da geração de energia, o que pode agravar o problema do curtailment. Os órgãos ambientais estaduais possuem normativas e regramentos definindo critérios específicos que, para atrair os projetos de geração de energia renovável flexibilizaram a legislação. Assim, subdimensionam os impactos, invisibilizando a população atingida, além de desprezar os mecanismos de participação social, com falhas ou limitações no sistema elétrico, agravadas pela falta de licenciamento adequado de projetos de infraestrutura, como linhas de transmissão.

Em resumo, o licenciamento ambiental e o curtailment estão interligados, e um bom licenciamento pode contribuir para sua redução, além de outras medidas. Já a flexibilização das regras de licenciamento pode aumentar os riscos ambientais e agravar o problema da redução e corte da energia gerada.
 
A importância do licenciamento ambiental é inegável e necessária. Todavia, diante de um Congresso de 5ª categoria, dominado pelas elites retrógradas e por uma extrema direita fascista, foi proposto o Projeto de Lei 2.159/2021 (PL da Devastação), que flexibiliza ainda mais as regras para o licenciamento, permitindo que empreendimentos obtenham licenças de forma automática só com base na autodeclaração do empreendedor, sem as análises técnicas prévias pertinentes e necessárias. Caso aprovada caminhamos para um retrocesso danoso que colocará em risco a segurança ambiental e social do país.

Leia mais

  • Estudo aponta vantagens do Brasil em transição energética e descarbonização econômica
  • Por que o PL 2159/2021 é PL da Devastação Socioambiental? Artigo de Gilvander Moreira
  • Transição energética alimenta “corrida” por minerais críticos
  • A conta que o Brasil paga para “descarbonizar” o Norte
  • ONU alerta para os perigos da mineração em Terras Indígenas
  • Mineração em terras indígenas fere a Constituição e desconsidera os direitos indígenas. Entrevista especial com Melissa Curi
  • Com vetos, Lula institui Programa de Aceleração da Transição Energética
  • Congresso Nacional subverte programa de transição energética com combustíveis fósseis, nuclear e agronegócio
  • Programa de transição energética é aprovado no Senado com “pacotão de presentes” para gás fóssil, nuclear e agro
  • PL das eólicas offshore é aprovado com “jabutis” pró-carvão e gás e vai ao plenário do Senado
  • Impactos ambientais e sociais das termelétricas a carvão
  • “Jabutis” pendurados nas eólicas offshore podem custar R$ 25 bi ao ano nas contas de luz
  • Jabutis em PL das eólicas offshore podem custar R$ 28 bilhões e mais emissões
  • “A instalação de termelétricas a gás é um contrassenso”. Entrevista especial com Ricardo Baitelo
  • A era do descenso energético e os limites da transição energética: "o problema fundamentalmente termodinâmico e geológico". Entrevista especial com Antonio Turiel
  • Projetos de energia verde causam racha na cúpula da Petrobras
  • O Brasil da Agenda Verde e do petróleo na foz do Amazonas
  • Transição para economia verde custará 180 mil empregos no Brasil, mas criará outros 620 mil, afirma OIT
  • US$ 73 trilhões para produzir 100% de energia renovável até 2050
  • Energia renovável deve responder por 50% da eletricidade mundial até 2050
  • A queda dos custos de energia renovável abre caminho para uma maior ambição climática
  • “O abandono do petróleo não basta para a transição energética”. Entrevista com Maristella Svampa e Pablo Bertinat
  • “A transição energética não custará apenas dinheiro, mas provocará muitos conflitos”. Entrevista com Joan Martínez Alier
  • A transição energética e a guerra pelos recursos do Sul global
  • Acelerar a transição energética reduz os riscos climáticos
  • “O mundo precisa fazer a transição energética para que haja um futuro viável”. Entrevista especial com Roberto Kishinami

Notícias relacionadas

  • “A valorização do Centro Histórico com o uso social que se pode fazer do Cais Mauá não pode ser reduzida a ganhos econômicos”, diz o sociólogo.

    A cidade (rebelde) da modernidade tardia contra a cidade fordista-industrial. Entrevista especial com Milton Cruz

    LER MAIS
  • Acordo de Paris sobre o clima é aprovado pelo Plenário e vai à promulgação

    O Brasil deverá ser o primeiro país a ratificar o acordo que visa fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima, [...]

    LER MAIS
  • Já entramos no cheque especial ambiental

    LER MAIS
  • ‘Situação é preocupante’. Estiagem no interior do AM

    Seca no Rio Madeira dificulta logística, encarece insumos e combustível. Municípios do Sul do estado são afetados pelo baixo [...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados