A linha vermelha da comunidade internacional para Netanyahu: "Ataques a locais de culto são inaceitáveis"

• Condenação internacional do ataque israelense à única paróquia católica em Gaza, onde um míssil matou pelo menos quatro pessoas e feriu outras sete.
• A ONU, Espanha, Estados Unidos, Itália, Jordânia, Arábia Saudita, Argentina... expressaram sua veemente condenação ao governo de Benjamin Netanyahu. "Ataques a locais de culto são inaceitáveis", declarou a ONU.

A informação é publicada por Religión Digital, 18-07-2025.

O presidente dos EUA, Donald Trump, conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na quinta-feira e expressou seu descontentamento com o ataque israelense à única igreja católica restante em Gaza, que deixou pelo menos quatro mortos.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em uma entrevista coletiva que "o presidente ligou para o primeiro-ministro Netanyahu esta manhã para discutir o ataque à igreja em Gaza", e o primeiro-ministro israelense garantiu a ela que o ataque foi devido a "um erro".

Pouco depois do atentado, o exército israelense disse em um comunicado na quinta-feira que "lamenta os danos causados" à igreja e às vítimas.

O ataque deixou quatro mortos, informou o Ministério da Saúde de Gaza à EFE, embora o Patriarcado Latino de Jerusalém (a mais alta representação católica na Terra Santa) tenha reduzido o número de mortos para dois. Entre os feridos estava o pároco, o argentino Gabriel Romanelli, para quem o Papa Francisco telefonava diariamente desde o início da invasão israelense à Faixa de Gaza até pouco antes de sua morte em abril passado.

Trump é um dos principais aliados de Netanyahu, que perdeu apoio devido à campanha de bombardeios que devastou a Faixa de Gaza e mergulhou seus mais de dois milhões de habitantes em uma grave crise humanitária.

A condenação da Espanha

O atentado foi amplamente condenado em todo o mundo. O Papa Leão XIV disse ter recebido "com profunda tristeza a notícia da perda de vidas humanas e dos feridos causados pelo ataque militar à Igreja Católica da Sagrada Família em Gaza".

O governo espanhol também condenou o bombardeio da Igreja da Sagrada Família na Cidade de Gaza, a única paróquia católica no enclave que também serviu de abrigo para cerca de 500 palestinos.

El Gobierno de España condena el bombardeo a la iglesia de la Sagrada Familia en Gaza, que servía también de refugio para cientos de palestinos, y que ha provocado la muerte de al menos tres personas y varios heridos.

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— Ministerio de Asuntos Exteriores, UE y Cooperación (@MAECgob) July 17, 2025

"Exigimos respeito pelos locais especialmente protegidos pelo Direito Internacional Humanitário e instamos a cessação imediata das hostilidades e dos ataques indiscriminados contra a população civil", afirmou o Ministério das Relações Exteriores, União Europeia e Cooperação em um comunicado. Da mesma forma, o Governo da Espanha "reitera a urgência de se chegar a um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns e a entrada de ajuda humanitária".

Por sua vez, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente o ataque israelense à igreja da Sagrada Família. "Ataques a locais de culto são inaceitáveis", enfatizou Guterres, observando que a igreja também serviu de refúgio para civis deslocados pela guerra em Gaza. "As pessoas que buscam refúgio devem ser respeitadas e protegidas, não bombardeadas. Muitas vidas já foram perdidas", argumentou Guterres.

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