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Gênero, queer e teologia. Entrevista com Lucia Vantini

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18 Julho 2025

Lucia Vantini, professora de teologia fundamental e antropologia filosófica no Instituto de Ciências Religiosas e Estudos Teológicos de San Zeno e ex-presidente da Coordenação Teólogas Italianas.

A entrevista é de Paolo Vavassori e Giorgio Gervasoni, publicada por la barca e il mare, 14-07-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Sua atividade situa-se na intersecção entre filosofia da religião, teologia contemporânea e neurociência, com foco particular no pensamento feminista e na diferença sexual e de gênero.

Eis a entrevista.

Primeiramente, pedimos que nos ajude a nos orientar numa terminologia que é desconhecida, ou pelo menos pouco clara, para a maioria. Fala-se de teologia de gênero e teologia queer? Pode explicar, se possível, de forma simples o que se entende e quais são as principais diferenças entre essas duas teologias?

Na realidade, as explicações dessas categorias agora estão praticamente em toda parte e são plenamente acessíveis. As pessoas que ainda não têm as ideias claras provavelmente têm resistências ou medos que as impedem de abordar essas questões. De qualquer forma, se a repetição ajudar, lembremos que as teologias de gênero nascem do reconhecimento de que a nossa corporeidade é sexualizada e que isso influencia pensamentos, palavras e interpretações sociais e políticas de maneiras que nem sempre são justas. Aliás, muitas vezes trata-se não apenas de estereótipos, mas de violências simbólicas e práticas propriamente ditas que traem as vidas concretas. A categoria de "gênero" nos ajuda a perceber isso e a desconstruir tudo isso.

A teoria queer se conecta às perspectivas de gênero, mas é mais radical, porque assume uma categoria insultante tornando-a uma epistemologia transformadora propriamente dita: "queer", na verdade, era originalmente um insulto contra as minorias sexuais. Ao se reapropriar do termo, as teorias queer visam minar completamente as categorias identitárias fixas, criando espaços de liberdade para aqueles que não se conformam aos binários estabelecidos. Se o gênero distingue entre sexo biológico e papéis sociais, o queer vai além, mostrando que sempre existe um terceiro espaço que não pode ser absorvido pelas definições binárias tradicionais, e chega até a propor uma identidade instável e fluida.

A senhora propõe como premissa para um discurso correto a distinção entre "gênero" e "ideologia de gênero", que é frequentemente usada de forma pejorativa para desacreditar e rejeitar a priori qualquer reflexão sobre questões de gênero. Em positivo, que benefícios a reflexão sobre o conceito de "gênero" pode trazer?

"Ideologia" indica situações que traem a complexidade da realidade, como explicou o Papa Francisco: "A realidade é mais importante que a ideia".

Existe uma ideologia de gênero?

Não, se nos referimos àqueles que usam essa categoria de forma desconstrutiva, como explicado acima: trata-se de não tomar como certo o que é "masculino" ou "feminino". Isso não é ideologia, é inteligência.

Por exemplo, sabemos bem que gerar outra vida dentro de si diz respeito apenas às mulheres, mas não podemos deduzir disso que o cuidado da vida seja algo exclusivamente feminino. O drama desse erro é evidente: um mundo violento e egoísta que jamais assume a responsabilidade pela dor infligida aos povos, às vidas consideradas dispensáveis e à natureza. Em positivo, a reflexão sobre o conceito de "gênero" nos permite estar vigilantes contra linguagens excludentes, impedir determinismos biológicos, reconhecer que as palavras não apenas descrevem, mas criam realidades, e abrir espaços de inclusividade e justiça para aqueles que não se conformam aos estereótipos dominantes e para aqueles que vivem na fragilidade da falta de reconhecimento.

Entrando um pouco mais no específico, quais são as características salientes da teologia de gênero e que vantagens ela pode trazer ao pensamento teológico como um todo?

A teologia de gênero apresenta uma função crítico-desconstrutiva que desmantela estereótipos arraigados no discurso religioso, uma atenção à performatividade da linguagem (as palavras criam realidades), uma hermenêutica situada que reconhece a parcialidade de cada perspectiva e uma valorização da experiência cotidiana como sujeito de reflexão. As vantagens para a teologia são significativas: um rosto não patriarcal de Deus e uma masculinidade não sacralizada, maior inclusividade eclesiológica, visão antropológica complexa e enriquecida e conexão entre reflexão teológica e urgências de justiça do presente. Essa abordagem não relativiza a verdade, mas a pluraliza ao reconhecer que todo discurso emerge de uma posição encarnada que requer discernimento e compartilhamento.

Uma das objeções mais radicais ao conceito de gênero, e mais incompatível com a atual doutrina do magistério, é que daria origem a uma autodeterminação da própria sexualidade. Na prática, a tarefa do ser humano não seria reconhecer o que se é (um dado pré-construído), mas sim o decidir (de forma criativa) por si mesmos. Digo de forma ainda mais direta: de criaturas, nos tornaríamos criadores?

A crítica decorre de um mal-entendido. Não se trata de moldar o próprio corpo de acordo com uma consciência caprichosa ou por meio de uma vontade soberba e arrogante. Basta entrar em contato com histórias concretas para entender que se trata de trajetórias muito mais complexas. De qualquer forma, não se trata de autodeterminação absoluta, mas sim de reconhecer que nunca temos uma relação imediata com a corporeidade: sempre apelamos a ordens discursivas para dar sentido à experiência.

A verdadeira questão é distinguir entre o que é dado e o que é destinado: ser biologicamente homens ou mulheres não deveria levar a deduções automáticas sobre o futuro psicológico e ético de uma pessoa. A condição de criatura está destinada ao florescimento do seu eu, de acordo com modos e processos habitados pelo mistério divino ao qual cooperamos: somos guardiões responsáveis do nosso ser, não executores passivos de um programa predefinido escrito sabe-se lá onde. Isso não significa que todas as possibilidades estejam abertas, mas que o devir está previsto na própria condição de criatura, habitado pelo Espírito desde o início.

Passemos à teologia queer. Como afirma em seus textos, a perspectiva queer fornece uma "preciosa força desconstrutiva sobre os estereótipos explícitos e implícitos da ordem simbólica cristã". O que há de precioso nesse percurso?

A contribuição preciosa da perspectiva queer reside na abertura de um terceiro espaço, indecidível, que impede que tudo seja reduzido a lógicas binárias rígidas. Expõe a violência dos sistemas normativos ao mostrar como certas categorias podem "ferir mortalmente" as existências. Abre caminhos de liberdade ao escapar das definições rígidas, questiona a universalidade das normas revelando como o "natural" é muitas vezes uma construção histórica.

No contexto cristão, significa questionar representações estereotipadas de santidade, modelos rígidos de gênero e exclusões realizadas em nome da "natureza". Não visa destruir, mas libertar a vida das fórmulas estereotipadas, permitindo que cada diferença seja reconhecida em sua dignidade.

No conceito de queer, a pessoa é entendida como um dinamismo, como uma identidade que não é fixa, que a pessoa é essencialmente peregrina. Na sua opinião, essa imagem do ser humano é fiel àquela que recebemos das Escrituras?

Certamente. Essa visão é fiel às Escrituras, que nos retratam como viandantes, suspensos entre a origem e o cumprimento estão os nossos passos e as pegadas da história. A imagem do ser humano feita "à imagem e semelhança" de Deus expressa precisamente isso: somos imagem de Deus, mas a semelhança se constrói no tempo da liberdade, que nos é dado. Nós somos devir.

As Escrituras apresentam constantemente o ser humano em caminho: Abraão rumo a um destino desconhecido, o povo no deserto, Jesus sem "onde reclinar a cabeça", os discípulos chamados a seguir caminhos sempre novos. O Espírito nos ajuda a fomentar a memória criativa, a reconhecer legados e a fazê-los florescer.

Essa visão dinâmica não nega a consistência da identidade, mas a liberta da fixidez: a identidade cristã é relacional mais que substancial; ela se constrói por meio do encontro. Uma compreensão mais plena e completa do ser humano possibilita uma compreensão mais plena do divino. As perspectivas de gênero e queer impactam a maneira como pensamos sobre Deus, e particularmente o Deus dos cristãos?

Sim, o impacto é significativo. Uma imagem patriarcal de Deus se sedimentou em nossa ordem simbólica, reforçando injustiças entre os gêneros. O problema não é que Deus seja Pai, mas o uso sexista das metáforas masculinas que exclui o mundo feminino.

As perspectivas de gênero contribuem para dinamizar a imagem de Deus — pensando nele como Verbo ativo em vez de substantivo estático, desenvolvendo teologias relacionais e integrando dimensões corpóreas e cósmicas. Não se trata de feminilizar Deus, mas de libertá-lo das gaiolas patriarcais para redescobrir sua riqueza inesgotável que abraça e transcende toda diferença.

Deus como mistério que excede todas as definições e acolhe cada vida em sua plenitude.

Por que a teologia de gênero e queer perturba a liderança da Igreja, mas também grande parte de sua base?

A perturbação surge porque tocar a interpretação da diferença sexual significa tocar algo crucial, simbolicamente incontornável. O temor é sinal de inteligência, enquanto o medo nos fecha e se torna violento em relação a vidas que se apresentam diferentes de como as havíamos previsto.

As resistências têm múltiplas raízes: ameaça aos sistemas de poder consolidados, medo do desconhecido quando as certezas são questionadas, resistências inconscientes ligadas à ordem simbólica dominante. Frequentemente, reagimos a caricaturas em vez de conteúdos reais Nós não somos Deus e não sabemos o que certas vidas representam no olhar amoroso e criativo de Deus. O desafio é distinguir entre temor inteligente e medo paralisante.

A Igreja sempre teve enormes problemas com o tema do desejo; pode a teologia queer levar a uma temporada de pacificação nesse conflito?

Eu não acredito que a teologia queer por si só resolverá o problema do desejo na Igreja. Precisamos de sinergias múltiplas porque o problema é sistêmico. A Igreja sempre teve dificuldades com o desejo, reduzindo-o à esfera sexual e opondo-o à espiritualidade. Criou-se uma cisão entre espiritual e corpóreo, público e privado.

O paradoxo é que a Igreja vive dos desejos do povo, mas depois os sequestra, não os restitui enriquecidos à vida. A teologia queer pode contribuir demonstrando que as identidades são dinâmicas, a diversidade é riqueza e a exclusão empobrece a todos. O que é necessário é uma transformação em direção a uma ética da vulnerabilidade, uma espiritualidade encarnada, uma pastoral de acompanhamento que reconheça: a vida é mais importante do que as nossas definições.

Leia mais

  • As incômodas teologias das mulheres
  • Sexualidade e questão de “gênero”. Entrevista com Giovanni Del Missier
  • Todas as possibilidades de gênero. Novas identidades, contradições e desafios. Revista IHU On-Line, Nº. 463
  • Gênero, sexualidade e biopolíticas. Um olhar teológico. Entrevista especial com Giannino Piana
  • Judith Butler: "O ataque ao gênero emerge do medo das mudanças"
  • A verdade sobre a chamada “ideologia de gênero”. Artigo de Daniel Horan
  • O nosso sexo não é um destino
  • Ouçam as pessoas LGBT: uma resposta ao documento vaticano sobre teoria de gênero. Artigo de James Martin
  • Coletivos LGBT católicos veem no novo documento publicado pelo Vaticano “uma contribuição ao fanatismo e à violência”
  • 'Homem e mulher os criou': E como ficam os LGBT?
  • Uma resposta ao documento vaticano “Homem e Mulher os criou”
  • “Não é uma questão”: o silêncio que adoece – uma resposta à fala do cardeal Fridolin Ambongo. Artigo de João Melo 
  • Teologia e os LGBT+: perspectiva histórica e desafios contemporâneos
  • As armadilhas de uma teologia de gênero na Igreja
  • E se fossem todos embora as religiosas, os religiosos e os padres LGBTQ+? Artigo de Gabriel Vilardi 

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