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"Na enfermaria de Khan Younis, os pacientes só pedem para deixá-los morrer". Entrevista com Goher Rahbour

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24 Junho 2025

Goher Rahbour é um cirurgião britânico que trabalhou por um mês no hospital Nasser em Khan Younis. Assim que deixou a Faixa de Gaza para retornar a Londres, contou ao La Stampa os detalhes do que viu.

A entrevista é de Francesca Mannocchi, publicada por La Stampa, 22-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis a entrevista.

Eu gostaria que descrevesse o que viu dentro e fora do hospital Nasser? Vamos começar pelo lado de fora.

Escombros, destruição. É verdade que estamos vendo essas coisas ao vivo há vinte meses, mas quando você as vê de perto, percebe o que o termo ‘apocalíptico’ realmente significa. Para mim, são as pessoas, adultos e crianças, caminhando só pele e osso, descalças em meio aos escombros. A fome que caminha entre as ruínas.

Pode nos contar sobre o dia a dia no hospital Nasser?

Falta tudo no hospital. Então, o dia a dia como médico é lidar com a escassez mais simples: soluções antissépticas para se lavar, antibióticos, faltam gazes na sala de cirurgia. Aquelas para o abdômen, para pacientes que sangram muito. Não têm mais. Não há aspiradores, anestésicos, nada. O dia a dia se transforma: é preciso usar anestésicos vencidos, então acontece que você pensa que seu paciente está dormindo enquanto o opera, e, em vez disso, durante a operação, ele começa a se mexer.

Em quais departamentos do hospital Nasser você trabalhou?

No departamento de oncologia e na nutrição. Eu tinha pacientes com tumores em estágio avançado que não faziam tratamento há meses, falta quimioterapia. São tumores que progridem rapidamente, com metástases para o fígado, pulmões, ossos. Em pacientes que você não pode operar, quando tem que decidir se opera ou não, precisa de uma ressonância magnética, mas não há mais nenhuma em toda Gaza. Conheci o único oncologista que resta em Gaza, o Dr. Zaki. E, sabe, quando você conhece alguém pela primeira vez, você pergunta: ‘Como vai?’ E a pessoa simplesmente responde: ‘Muito mal, muito, muito mal.’ Uma resposta que já estava estampada em seu rosto. Imagine receber pacientes com câncer todos os dias, durante vinte meses, que chegam ao hospital pedindo quimioterapia e, durante vinte meses, você tem que responder: ‘Desculpe, não tenho nenhum medicamento. Não tenho nenhum remédio. Não posso ajudar’. A outra questão é a nutrição. Os habitantes de Gaza não têm frutas, verduras, carne ou peixe há pelo menos quatro meses, desde o fim da trégua. Dentro do hospital, não há nutrição para os adultos. Na Itália ou no Reino Unido, os pacientes recebem nutrição intravenosa ou por sonda nasogástrica. Mas para os adultos, lá não há nada. Não podemos alimentá-los. Mas a parte mais trágica diz respeito às crianças, que chegam com altos níveis de desnutrição, de acordo com os parâmetros da OMS. E como falta tudo, só conseguíamos alimentar pacientes entre seis meses e cinco anos de idade.

O que acontece se uma criança de 6 ou 7 anos chega?

Estamos dizendo que, de acordo com as diretrizes, podemos usar a fórmula para alimentar pacientes apenas entre seis meses e cinco anos. E que as outras crianças tinham que voltar para casa. E enquanto você olha para elas e lhes passa essa informação, você sabe que elas podem morrer. O pediatra do Hospital Nasser ficou arrasado quando falamos sobre isso. Ele perdeu a esposa e três filhos e não podia ajudar seus pacientes. Um trauma constante, diário.

Vamos falar dos números e dados que vêm de Gaza. Para alguns, não são confiáveis porque são fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza. Quais foram suas relações com as instituições em Gaza e, a partir de sua experiência no Hospital Nasser, percebeu a presença do Hamas na estrutura do hospital?

No meu trabalho diário no Nasser, em um mês inteiro, nunca vi uma pessoa em uniforme de combate, não vi uma arma em todo o complexo hospitalar, nem qualquer pessoa que poderia ligar ao Hamas. Os pacientes são apenas pacientes e nenhum deles jamais chegou armado, ninguém chegou que eu pudesse imaginar que fizesse parte de algum grupo armado. Além disso, posso lhe dizer que, como médicos, podíamos circular em todos os lugares dentro do hospital. Não havia restrições. E quanto aos funcionários dentro do hospital, novamente, nada. Uma vez por semana, ou a cada duas semanas, alguém vinha, o diretor de enfermagem, e simplesmente dizia: ‘Somos muito gratos pela sua presença. Muito obrigado’. E era isso. Portanto, não vi nada suspeito no hospital, nem eu nem outros colegas da Grã-Bretanha, Alemanha, Turquia, Noruega, EUA, Jordânia.

Desde que a controversa organização de distribuição de ajuda criada por Israel com o apoio dos EUA (a GHF, Fundação Humanitária de Gaza) começou a operar, mais de 400 pessoas foram mortas tentando receber ajuda humanitária e mais de 3 mil ficaram feridas. Como ficou a situação no Nasser após a criação da GHF?

Foi um desastre completo. No primeiro caso, chegaram no hospital 200 pessoas feridas e 30 morreram, incluindo crianças. Uma cena horrível. Pessoas famintas, em filas por horas para receber ajuda, mortas enquanto esperavam um pouco de comida. Nós operamos, extraímos as balas. No dia seguinte, quando visitei os pacientes novamente, fiz perguntas, assim como você me pergunta agora: onde você estava? O que estava fazendo? E esses pacientes disseram: estávamos no ponto de distribuição de alimentos.

Quem atirou?

Os israelenses, as Forças de Defesa de Israel (IDF).

Tem certeza?

Sim, eles saíram dos tanques e abriram fogo contra as pessoas que esperavam por comida.

E o que você fez depois disso?

Ficamos deitados no chão por uma hora e meia. Um dos meus amigos morreu na minha frente, depois, aos poucos, conseguimos ir embora lentamente.

Os pacientes que chegaram ao hospital vindos do centro de distribuição de alimentos, que tipo de ferimentos tinham?

De todos os tipos. Tiros na cabeça, no peito, no abdômen. E, além disso, também há outros eventos com vítimas em massa, ou diários, por causa das bombas. E essas matam todo mundo. Crianças que estavam apenas tentando brincar ou algo assim, também são mortas.

Enquanto operava, você teve a impressão de que eles foram alvejados intencionalmente?

Em determinados dias, no pronto-socorro, só víamos tiros na cabeça. E nós, médicos estrangeiros, nos perguntávamos: hoje é dia de tiros na cabeça, como isso é possível? No dia seguinte, só no peito. Em outros dias, eram em certas partes do corpo, como pernas ou braços. E depois, aos poucos, você começa a entender: os quadricópteros, esses drones, são programados para atingir áreas específicas do corpo. E também operamos pessoas que foram atingidas quando já estavam no chão. Veja bem, a bala atravessa o ombro e depois vai para a cabeça somente se você já estiver deitado no chão. Esse tipo de bala só pode vir verticalmente de cima, o que é impossível, ou se você estiver deitado e alguém te atingir. E, além desses, casos realmente horríveis: uma mulher grávida de 24 semanas foi atingida por uma bala que atravessou o intestino e depois o útero. O feto morreu. Para mim, foi horrível ver o feto, com as mãos e os pés para fora do útero, e essa jovem que teve que passar por uma histerectomia. Depois que perdeu o feto, não poderá mais ter filhos pelo resto da vida. Ela tem um estoma, ou seja, cólon externo. É simplesmente horrível, horrível psicologicamente, fisicamente, em tudo.

Como conseguiu conviver com esse nível de dor, sabendo que a poucos quilômetros de distância havia dezenas, centenas de caminhões de alimentos e remédios que não entram na Faixa de Gaza, e que poderiam e poderão salvar centenas de milhares de vidas?

Você vê os efeitos do que é e vê os efeitos do que será. Você sabe que, se o alimento não chegar e, se você não conseguir se alimentar, uma infecção da qual você poderia se recuperar com um pouco de antibiótico e força física pode se transformar em pneumonia, e aí você morre disso. Isso acontece todos os dias. Essas são as mortes indiretas desta guerra. Tantas pessoas já morreram, mas quando você parte de um estado de extrema fraqueza, não é preciso muito para ser condenado, porque seu corpo não aguenta, está muito fraco e esse será o resultado a longo prazo. Mesmo que a guerra terminasse hoje, a devastação física e psicológica que ficou durará por toda a vida dessas pessoas. Vou lhe responder com um exemplo. Um garoto de 15 anos, em terapia intensiva, mas consciente. Os estilhaços atravessaram sua coluna e agora ele está paraplégico e não consegue sentir nada abaixo do umbigo. Ele não consegue usar as pernas. Toda a sua família foi morta. Um dia ele olhou para mim e disse: doutor, posso morrer, por favor? A injustiça é esse garoto de 15 anos que terá que usar uma cadeira de rodas por toda a vida, entre os escombros de Gaza, sozinho no mundo. O que é injustiça para ele chegar a dizer: deixe-me morrer, porque eu sei que vou sofrer por toda a vida?

Qual é o maior erro da comunidade internacional sobre Gaza, na sua opinião?

Para mim, é essencial me focar no lado médico, para manter a imparcialidade do meu trabalho, mas é evidente que nestes vinte meses houve um apoio cego a Israel e uma falta de atenção não em querer, mas em pretender um cessar-fogo, demasiada timidez dos governos para deixar a ajuda humanitária entrar. O que quer que tenha acontecido até agora, qualquer que seja a política, quem apoia quem... devia, deve, terá que ficar em segundo plano. Há pessoas inocentes morrendo diante dos nossos olhos há vinte meses. Cessem o fogo, abram as fronteiras, deixem a ajuda humanitária entrar e garantam que essas pessoas possam ser tratadas e alimentadas. Em uma palavra, sobrevivam.

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