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Na Faixa de Gaza, após a trégua, é o Apocalipse. Mulheres grávidas e bebês recém-nascidos agora estão desnutridos. Artigo de Giorgio Monti

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16 Abril 2025

"Mais uma vez alguém decidiu que, para resolver problemas, o instrumento a ser usado é a guerra. Alguns acreditam que é um “remédio” amargo, mas útil. Nunca vi uma guerra que resolvesse qualquer problema. Esse instrumento não funciona e, como médico, afirmo: esse “remédio” só mata o paciente", escreve Giorgio Monti, médico internista e de emergência, desde outubro de 2024 é coordenador médico da ONG Emergency em Gaza, em artigo publicado por La Stampa, 12-04-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Estou costeando o mar com o resto da equipe, em breve nos separaremos para chegar às duas clínicas de cuidados primários de saúde onde trabalhamos em Al-Mawasi e Al-Qarara (província de Khan Younis). Nossos colegas de Gaza estão nos esperando.

Até três meses atrás, essa rua era um bazar caótico e movimentado. Dividia em dois um imenso campo de deslocados. Barracas feitas de paus de madeira e lonas de plástico empilhadas umas sobre às outras. Uma série interminável de banquinhas improvisadas onde se vendia de tudo. As crianças corriam por toda parte, era difícil se mexer, muitas vezes bloqueados pelo tráfego. Hoje, a estrada que acompanha o mar está deserta. Poucas pessoas caminham, poucos carros lotados de pessoas, algumas carroças puxadas por burros. Um pequeno grupo de pessoas nas laterais da estrada olha desconsoladamente para um carro estragado, se controlam e cuidam que tudo esteja bem. Não muito longe, ecoam tiros de artilharia e o ruído de aviões com suas bombas. Parece-me uma cena irreal.

Há semanas, a guerra voltou com força total aqui na Faixa de Gaza. Com meus próprios olhos já vi muitas guerras: no Afeganistão, no Iraque, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana.

Sempre violência, sempre feridos, sempre crianças sem comida, sempre pessoas deslocadas, sempre casas danificadas. Mas aqui é tudo... mais. Khan Younis fica no centro da Faixa: uma cidade moderna que, antes da guerra, tinha a população de Florença (cerca de 360.000 habitantes).

Atravessá-la é uma experiência surreal: nada além de estradas de chão batido esburacadas, casas desmoronadas e, as que estão de pé, à beira de ruir e pendendo perigosamente sobre as ruas. Crateras de bombas, buracos de balas e canhões nos muros. Vejo algumas inscrições e pergunto o que são: os soldados as deixaram, me dizem, e está escrito: “Voltaremos para terminar o trabalho”. Desses escombros saem pessoas que ainda vivem por lá.

A principal cidade é a Cidade de Gaza, do tamanho de Palermo (600.000 habitantes). Fui para lá assim que o cessar-fogo foi declarado. Estava com nosso colaborador Sami. Pilhas de entulhos, estradas intransitáveis até onde a vista alcançava, apenas uma grande extensão de casas em ruínas: uma destruição imensa.

Tanto que, no caminho, perguntei a Sami quando chegaríamos, e sua resposta foi que já tínhamos chegado ao que restava da cidade. Quase sem perceber, me ouvi dizendo: “é o Apocalipse”. No centro, ainda se conserva alguma coisa, mas em frente ao Hospital Al-Shifa, novamente um golpe ao coração. Era o maior (700 leitos) e mais moderno hospital. Agora é um prédio prestes a desmoronar com a fachada crivada de tiros de tanques. Filas intermináveis de pessoas na distribuição de pão.

Após a breve trégua, tudo voltou ao que era há semanas: fronteiras fechadas hermeticamente para a entrada de ajudas e de pessoas, explosões de granadas e o sibilar de mísseis. Os sistemas de transporte - carros e motocicletas de três rodas com botijões de gás de cozinha em vez de motores, formando uma procissão colorida - desapareceram por falta de combustível. A água doce é escassa e preciosa, e as pessoas se aglomeram para conseguir um pouco em carrinhos puxados por burros, conduzidos por garotinhos que tentam ganhar uns trocados. No mercado faltam há semanas ovos, açúcar, café e carne. Apenas vegetais produzidos localmente, como berinjela, abobrinha, tomate ou rúcula, podem ser encontrados. Suleiman diz que os cigarros custam 10 euros... cada! Ontem, chegou à nossa clínica de cuidados primários em Al-Qarara o médico, Moaz, feliz porque havia encontrado batatas (20 euros por kg) e limões (15 euros por kg). As padarias para distribuição gratuita de pão estão fechadas há dias. Não há farinha nem gás para alimentar os fornos. Bandos de saqueadores se enfrentam nas ruas.

As batalhas pelo pão deixaram mortos e feridos no chão. As pessoas estão cansadas e confusas.

Mohammed, um de nossos médicos, me disse que não consegue e não quer mais assistir ao noticiário, agora ele só quer cuidar de sua esposa que está esperando um bebê. Alguns desmontaram e remontaram até dez vezes sua barraca de madeira e plástico para se deslocarem, às vezes, para o norte e, às vezes, para o sul, a fim de tentar escapar das bombas e dos ataques. Uma barraca pode custar até 1.000 dólares, um carro para evacuação pode custar até 500.

Os drones nos acompanham com seu zumbido intenso. As bombas e os tiros são mais ou menos intensos e, portanto, mais ou menos próximos. É a trilha sonora de um filme feio, muito feio. Há alguns dias, Mustapha, um enfermeiro, chegou atrasado, pensei que não tinha conseguido carona. Estava muito sério: “Estou voltando do funeral de parte da minha família que perdi com as últimas bombas”. Só consigui abraçá-lo. Seguidamente dou uma olhada no terminal para me certificar de que não chegou uma ordem de evacuação imediata, o que basicamente significa que “as bombas chegarão em breve”. Há algumas noites, teve a evacuação do lote ao lado do nosso e, hoje de manhã, depois de uma noite sem dormir, a casa do vizinho está com todas as janelas quebradas.

Algumas centenas de metros adiante, uma casa foi atingida, ninguém sabe quantas pessoas estavam lá dentro.

Dias atrás, o Hospital Nasser foi atingido por um drone e, na praça do hospital, uma bomba incendiou a estação dos jornalistas. Eles estão aqui há meses, na clínica que nós, da Emergency, construímos com orgulho: atendemos mais de 100 pessoas por dia. Adultos com dores musculares e feridas, idosos com doenças crônicas que não conseguem encontrar remédios, crianças com dores de barriga, febre e tosse. Muitas doenças se tornaram comuns novamente devido à guerra e às más condições de higiene, como tuberculose, sarna e piolhos.

A desnutrição aguda de crianças e mulheres grávidas nunca havia sido registrada em Gaza até alguns meses atrás. Uma mulher vem todas as manhãs, quer verificar sua pressão, mas depois começa a chorar e diz que não aguenta mais. Ajuda-me olhar com esperança para o pequeno grupo de mulheres grávidas que aguardam exames na área de atendimento para a saúde materno-infantil: sinto uma sensação de confiança na vida. Durante o Ramadã, já encerrado, era de cortar o coração ver as tentativas de respeitar a tradição festiva: nas mesquitas, os cânticos, as idas e vindas para visitar parentes, as crianças nas ruas brincando e, ao fundo, as rajadas de tanques e canhões dos navios. Não paro de me perguntar por que isso está acontecendo. Quanto valem as vidas perdidas ou arruinadas para sempre? Aqui respiro ódio, violência e sofrimento e sei que essas emoções gerarão ainda mais ódio, violência e desejo de vingança. Mais uma vez alguém decidiu que, para resolver problemas, o instrumento a ser usado é a guerra. Alguns acreditam que é um “remédio” amargo, mas útil. Nunca vi uma guerra que resolvesse qualquer problema. Esse instrumento não funciona e, como médico, afirmo: esse “remédio” só mata o paciente.

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