19 Dezembro 2024
"Por isso o Brasil deverá trabalhar com outros países e organizações para desenvolver instrumentos financeiros inovadores que incentivem investimentos em projetos sustentáveis, ao mesmo tempo em que se busca garantir transparência e responsabilidade na gestão desses recursos", escreve Gilberto Lima, produtor de conteúdo, dono da Agência Celacanto, especializado em clima e finanças sustentáveis, e parceiro da Alter Conteúdo, em artigo publicado por Alter Conteúdo, 18-12-2024.
As atenções do mundo estão voltadas para o Brasil por causa da COP30, em Belém, que será realizada em novembro do próximo ano. O encontro será o mais decisivo desde que o país reassumiu um papel de destaque nas discussões internacionais sobre mudanças climáticas. Será uma oportunidade para mostrar liderança, mas também um desafio enorme para consolidar políticas climáticas eficazes e ambiciosas.
Com sua vasta biodiversidade e inúmeros recursos naturais, o Brasil tem autoridade para liderar discussões sobre conservação e uso sustentável desses benefícios. Mas terá de enfrentar em Belém o financiamento climático, um dos principais gargalos da COP30. Garantir recursos suficientes para a transição para uma economia de baixo carbono e para a proteção de ecossistemas críticos é fundamental.
O financiamento é crucial para que o Brasil possa implementar estratégias eficazes de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A transição para energias renováveis, a redução do desmatamento e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis requerem investimentos substanciais. E o país também precisará de apoio financeiro internacional para lidar com os impactos adversos das mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos que afetam setores como a agricultura e a infraestrutura.
A COP30 terá de fortalecer a cooperação internacional para mobilizar esses financiamentos. Por isso o Brasil deverá trabalhar com outros países e organizações para desenvolver instrumentos financeiros inovadores que incentivem investimentos em projetos sustentáveis, ao mesmo tempo em que se busca garantir transparência e responsabilidade na gestão desses recursos.
Por fim, um dos maiores desafios, tanto em 2025 como nas próximas décadas, será a defesa da ciência. Em um contexto onde a desinformação pode minar os esforços climáticos, as políticas devem ser ainda mais fundamentadas em dados científicos robustos, garantindo que as decisões tomadas hoje ajudem a proteger o planeta para as gerações futuras.