05 Julho 2024
O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo espanhol, publicado por Religión Digital, 01-07-2024.
Avida de um cristão começa a mudar quando ele descobre que Jesus é alguém que pode ensiná-lo a viver. As histórias do evangelho não se cansam de apresentar Jesus como Mestre, alguém que possa ensinar uma sabedoria única. Aquela sabedoria que tanto surpreende os seus vizinhos de Nazaré.
Na verdade, os primeiros que o conheceram eram chamados de discípulos, estudantes, isto é, homens e mulheres dispostos a aprender com o seu Mestre Jesus.
Os cristãos de hoje devem se perguntar se não esqueceram que ser cristão é simplesmente “viver a aprendizagem” de Jesus. Descobrir, a partir dele, qual é a forma mais humana, mais autêntica e alegre de enfrentar a vida.
Quantos esforços não são feitos hoje para aprender a ter sucesso na vida: métodos para ter sucesso no trabalho profissional, técnicas para conquistar amigos, artes para ter sucesso nas relações sociais. Mas onde podemos aprender a ser simplesmente humanos?
Existem alguns cristãos para os quais Jesus não é de forma alguma a inspiração de suas vidas. Eles não conseguem ver que relação pode haver entre Jesus e o que eles vivenciam diariamente. Jesus tornou-se uma personagem que eles pensam conhecer desde crianças, quando na realidade continua a ser o “grande desconhecido” para muitos. Um Jesus sem verdadeira consistência, incapaz de animar a sua existência cotidiana.
E, no entanto, que Jesus mais conhecido e seguido com mais fidelidade possa transformar as nossas vidas. Não como o professor distante que deixou um legado de sabedoria admirável à humanidade, mas como alguém vivo que, desde o mais profundo do nosso ser, nos acompanha com paciência, compreensão e ternura.
Ele pode ser nosso professor de vida. Pode nos ensinar a viver, não a manipular os outros, mas a servir. Poderemos descobrir que é melhor viver dando do que acumulando. Ouvindo a sua mensagem e seguindo os seus passos podemos aprender a viver de uma forma mais solidária e menos egoísta, a correr mais riscos por tudo o que é bom e justo, a amar as pessoas como ele as amou, a confiar no Pai como ele confiava. 14 Tempo Comum – B (Marcos 6,1-6)