12 Dezembro 2023
Uma enorme peça de tapeçaria de 6,90m por 6,30m, em fundo preto, contendo mais de 180 painéis de 30cm X 30cm que traduzem histórias, gritos de dor, sofrimento, resistência e esperança de mulheres de todas os continentes, foi confeccionada pela costureira brasileira Janine Marja Schneider, no atelier instalado na parte inferior de sua residência em Viamão, no Rio Grande do Sul.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Janine não só recebeu os painéis e os acomodou numa tapeçaria maior, denominada de “Cachoeira da Solidariedade e Resistência”, mas também foi uma incentivadora para que grupos de mulheres no Brasil produzissem painéis contando suas histórias. Ela envolveu duas escolas de educação juvenil de Viamão e Rubem Berta (POA), motivando professoras que, por sua vez, motivaram crianças a também produzirem painéis.
A “Cachoeira” integra um movimento global coordenado pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), chamado Thursdays in Black (Quintas-Feiras de Preto), e foi lançada e exposta na 11ª Assembleia do organismo ecumênico, reunido no ano passado em Karlsruhe, Alemanha. A experiência vai contada, agora, em 120 páginas de livro, lançado em Genebra. Enquanto isso, a “Cachoeira” em patchwork é apresentada em várias partes do mundo.
“Eu me emocionei com cada peça recebida pelo correio”, conta Janine, mostrando em seu celular a imagem de painéis enviadas por mulheres de diferentes partes do planeta. A tapeçaria concluída foi esticada na sacada da residência da tecelã para o registro fotográfico da maior e mais significativa obra que ela produzira até então.
Foto: Conselho Mundial de Igrejas
O livro “Cachoeira de Solidariedade e Resistência – Compartilhando as Histórias” traz o testemunho das autoras dos painéis e palavras de incentivo à luta das mulheres no combate da violência que sofrem. “A violência contra as mulheres é um assunto quase diário em nossos meios de comunicação. Devemos continuar a encontrar formas novas e criativas de ensinar aos nossos filhos e irmãos, colegas e líderes, que tal violência é sempre inaceitável”, declarou a presidente emérita da Federação Mundial de Mulheres da Igreja Metodista e Unida, Alison Judd.
A publicação foi apresentada pelo arcebispo da Igreja da Suécia, Martin Modéus, no Centro Ecumênico em Genebra, na quarta-feira, 29 de novembro. O Quintas-Feiras de Preto incentiva mulheres e homens a vestirem preto nesse dia da semana como sinal de pertença a um movimento global que trabalha por um mundo sem estupro e violência. O preto representa, neste movimento, a cor de resistência e resiliência.
Foto: Enviada pelo autor/P Silvio.Schneider)
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