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21 Novembro 2023

"Os que tirarem um tempo para ver o filme de Mendonça Filho, vão ser confrontados com seus respectivos fantasmas. E como ele diz no filme, os melhores documentários são os filmes de ficção e as distopias são o melhor retrato do devir. E tudo ficou o dever de pensar o futuro de nossas queridas cidades, e seus cinemas (e da nossa cultura tão atacada)", escreve Antonio Henriques Lemos Leite Filho, professor do curso de direito do campus da cidade de Goiás da Universidade Federal de Goiás (UFG), em artigo sobre o documentário de Kleber Mendonça Filho, publicado por A Terra é Redonda, 16-11-2023.

Eis o artigo.

Assistir Retratos fantasmas de Kleber Mendonça Filho é nos deparar com nossos velhos fantasmas, dos velhos cinemas e da forma de ocupação dos centros das cidades que vivi, e como dessas lembranças emergem meus fantasmas, e com certeza, de todos aqueles que viveram a vida dos cinemas dos centros de nossas cidades. Às vezes penso que minha primeira religião foi o cinema, depois vieram o catolicismo, o futebol e mais tarde o trotskismo. Uma vez lendo Trotsky, a certa altura ele descreve que no socialismo o cinema teria o papel da religião, na sociabilidade e no encantamento, e teríamos uma nova religião civil, como tantas que professamos ao longo da vida.

No entanto, os cinemas como esse espaço de encontro nas ruas das cidades foram declinando desde o fim do século passado. Eu cresci ao lado do Cine Roxy (outrora Cine Imperial), que fez partes dos negócios da família de meu avô, em Anápolis, e nele aconteceram minhas primeiras experiências com as cortinas vermelhas e a projeção na sala escura. Em muito menor medida também frequentei o Santana e o Santa Maria.

Mas no Roxy eu encontrei e me tornei íntimo de Mazzaropi, chorei (acho que pela primeira vez no cinema) quando o Lupa morreu em O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, e fiquei extasiado quando meu pai negociou com o bilheteiro para eu entrar depois do início da sessão para ver Planeta dos Macacos (a censura nos impedia). O sons do cinema invadiam e faziam parte do cotidiano da casa da minha vó, que morava ao lado. Lembro como ela ficava triste com os sons das longas perseguições de moto em Chuva Negra de 1990, que a faziam lembrar de meu tio recém falecido, que era motociclista.

Tão marcante como as sessões do Roxy, foi meu pai ter me levado para assistir o Império Contra Ataca no cine Casablanca em Goiânia, e sentir o medo atávico de me deparar pela primeira vez com Darth Vader. Depois o Roxy reprisou o Guerra nas Estrelas (na época chamávamos somente assim), talvez o jedaismo e a força, tenham se tornado uma religião à parte. Quando, muitos anos mais tarde, levei meu filho no cinema pela primeira vez, vimos Ameaça Fantasma, senti que um ciclo da minha vida tinha se completado.

Ao nos mudarmos para Porto Velho passei a frequentar outros templos. O velho e imponente Cine Resky, os filmes de kung-fu no Cine Brasil, e o destino de nossas gazetas vespertinas, que exigiam que saíssemos correndo do recreio a tempo de pegar as matinês das 16 horas no Lacerda, onde assisti Ben-hur, Superman, Gandhi, Mad Max, Betty Blue, e centenas de filmes, dentre eles o primeiro pornô.

Voltando à Goiânia nos 1990 a maioria dos cinemas ainda estavam nas ruas do centro, e ainda havia um em Campinas (um bairro antigo), neste ano seriam inauguradas as salas do Bougainville, o segundo shopping com cinemas da cidade, e pouco a pouco fomos vendo os cinemas do centro fecharem, virarem igrejas e outros empreendimentos, e nossas cidades com os centros menos vivos e cinzas. E assim sumiram o Casablanca, o Astor, o Capri e tantos outros.

O Filme de Mendonça Filho, me fez lembrar vividamente das longas conversas com o projetista do Cine Cultura, esse ainda existe (mas não é propriamente um cinema de rua), que certa vez me disse que Cinema Paradiso era a estória da vida dele. Não há como assistir ao filme dele e os relatos ali mostrados sem lembrar do filme italiano.

E com o fim dos cinemas de rua, seguimos destruindo os centros de nossas cidades, aceitando as pressões do capital, que não aceita a ideia de preservação dos patrimônios, que fica cada vez mais arboricida, que faz cada vez mais uma cidade ser hostil a pedestres e ciclistas. Que não tem o humano como centro.

Os que tirarem um tempo para ver o filme de Mendonça Filho, vão ser confrontados com seus respectivos fantasmas. E como ele diz no filme, os melhores documentários são os filmes de ficção e as distopias são o melhor retrato do devir. E tudo ficou o dever de pensar o futuro de nossas queridas cidades, e seus cinemas (e da nossa cultura tão atacada).

O cine Ritz na rua 8 ainda resiste, junto a bares frequentados pela juventude, mas até quando?

Referência

  • Retratos fantasmas;
  • Brasil, documentário, 2023, 93 minutos;
  • Direção e roteiro: Kleber Mendonça Filho;
  • Montagem: Matheus Farias;
  • Direção de fotografia: Pedro Sotero.

 

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