“É muito difícil para mim imaginar como vamos sobreviver até o final do século”. Entrevista com George Monbiot

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22 Março 2023

Jornalista, pesquisador, professor, divulgador, ativista... George Monbiot (Londres, 1963) é uma das figuras mais reconhecidas do ambientalismo mundial, famoso entre, outras coisas, por promover a prisão do ex-ministro britânico Tony Blair por crimes contra a paz, fundar a campanha The Land Is Our (A terra é nossa) pelo direito de acesso à terra e receber das mãos de Nelson Mandela o Prêmio Global 500 Roll of Honor por sua defesa do meio ambiente. De seus artigos no jornal The Guardian às suas palestras e livros, não parou de propor soluções – sem se casar com ninguém – para atenuar as crises ambiental e climática que a humanidade sofre.

Se em seu livro anterior, Salvaje: renaturalizar la tierra, el mar y la vida humana (Capitan Swing, 2016), aprofundava a necessidade de restaurar e reflorestar grandes áreas do planeta para salvar a humanidade e os seres que habitam a Terra, agora o autor volta com Regénesis: alimentar al mundo sin devorar el planeta (Capitan Swing, 2023), entrando de cheio nas contradições e nos problemas do sistema alimentar global.

Se alguém espera uma defesa da agricultura ecológica predominante ou da pecuária extensiva como soluções, está enganado. O britânico deixa claro que as medidas que requerem retirar mais terra da natureza não são o caminho e aponta para novos horizontes: da produção de proteínas por meio de bactérias ao cultivo de grãos perenes, passando pela aposta na pesquisa do enriquecimento do solo para que seja substrato de cultivos tanto ecológicos quanto produtivos, deixando sempre espaço para a biodiversidade. A polêmica está servida.

A entrevista é de Pablo Rivas, publicada por El Salto, 19-03-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Uma nova ciência chamada "ecologia do solo". Lendo seu livro, dá a sensação de que existe todo um universo bem debaixo de nossos pés sobre o qual quase nada sabemos. O que temos embaixo pode ser a chave para o nosso futuro?

Sim. É chamativo o pouco que investimos em pesquisar o solo, sendo que é possível dizer que é o mais importante de todos os ecossistemas. De nossas calorias, em última instância, 99% provêm do solo. Quase toda a vida terrestre depende dele e, no entanto, sabemos muito pouco a seu respeito. É como um buraco negro. Leonardo da Vinci disse que sabíamos mais sobre as esferas celestes do que sobre o solo debaixo de nossos pés. E, hoje, continua assim.

Estamos gastando bilhões de dólares para explorar a superfície de Marte, em parte porque pensamos que algum dia poderemos transformá-la para podermos viver lá – o que é uma ideia absurda; é simplesmente impossível, nunca vai acontecer –, mas, ao mesmo tempo, estamos fracassando na hora de investir esse dinheiro para explorar a superfície de nosso próprio planeta, para garantir nossa sobrevivência aqui.

Os cientistas estimam que identificamos apenas 10% dos pequenos animais que habitam o solo. Como é possível que, em pleno século XXI, ignoremos tanto os processos bioquímicos e as interações biológicas que ocorrem no solo e que poderiam melhorar a agricultura e a biodiversidade global?

É assombroso que saibamos tão pouco a esse respeito, sem falar que até pouco tempo nem considerávamos o solo como um ecossistema. E não é apenas um ecossistema, é uma estrutura biológica. O solo não existiria se não fossem pelas pequenas criaturas que vivem nele. Elas o criam e constroem da mesma forma que os animais constroem os recifes de coral.

Ignoramos tanto sua biologia que acabamos tratando-o como uma simples substância sobre a qual as plantas se mantêm de pé e à qual podemos adicionar fertilizantes químicos. Contudo, agora sabemos que para manter a vida humana neste planeta temos que nos ocupar da biologia do solo, bem como de sua química.

Seu livro aborda uma série de novos horizontes para o futuro agrícola. Talvez o mais chamativo seja a alimentação por meio de proteínas microbianas, criar bactérias ricas em proteínas. Parece uma solução futurística. Está mais perto do que pensamos?

Bem, há 40 ou 50 anos realizamos diversas formas de fermentação de precisão. Se você come queijo curado, é quase certo que ingere um produto de fermentação de precisão, que é a química que substitui o coalho e que coagula as proteínas do leite para o consumo como parte do processo de fabricação do queijo. Se você é diabético, a insulina que você utiliza vem de uma fermentação de precisão. Se você toma suplementos vitamínicos ou suplementos alimentares, as vitaminas provêm de uma fermentação de precisão.

Já produzimos muitos produtos com esses métodos, mas, agora, temos a oportunidade de começar a produzir alimentos completos a partir de uma fermentação de precisão, que é muito mais eficiente e exige bem menos recursos do que produzir alimentos a partir de animais ou plantas.

A agricultura orgânica e a soberania alimentar são a solução para muitas pessoas, mas você levanta um problema: não há solo suficiente no mundo para produzir os alimentos que precisamos, por meio das técnicas da agricultura ecológica majoritárias. Este problema não parece gerar um grande debate dentro do movimento pela agroecologia, talvez porque esse tipo de agricultura ainda é minoritário.

Devemos aplicar as mesmas normas a todas as formas de produção de alimentos, buscar deixar de lado nossos preconceitos e fazer perguntas difíceis sobre se o sistema de produção que temos funciona. E isso se aplica tanto à agricultura orgânica quanto à convencional. Existem dois problemas fundamentais com a agricultura orgânica em sua forma atual.

Um deles é que, por ser consideravelmente menos produtiva que a convencional, em média a agricultura orgânica utiliza muito mais terra, de 25 a 40% a mais do que exige a convencional. O uso da terra é um problema ambiental de primeira ordem, porque cada hectare de terra que usamos para nossas indústrias extrativas é um hectare de terra que não pode ser usado para sustentar ecossistemas naturais como florestas, pântanos e savanas.

Temos que minimizar o uso da terra e, lamentavelmente, a agricultura orgânica o amplia. Além disso, há outro problema, em média, a agricultura orgânica produz muito mais nitrogênio do que a agricultura convencional. Se a agricultura convencional já é bastante nociva em relação ao nitrogênio de que necessita, o esterco animal supõe sérios problemas reais de modificação e acréscimo ao solo na orgânica.

Uma questão fundamental em tudo o que estamos falando é, justamente, o consumo de carne. Uma infinidade de estudos e vozes alertam que é altamente ineficiente para as terras e para o planeta. A terra necessária para alimentar o gado, nos países ricos, excede a que possuem, mas o consumo de carne só aumenta: em 2021, foi o dobro de 1990. Sem uma mudança de dieta, não há futuro?

A produção de carne tem um impacto colossal e desproporcional nos sistemas terrestres. É de longe a principal causa da destruição ambiental no setor de alimentos. Por si só, pode provocar o colapso dos sistemas. No entanto, continua se expandindo e a previsão é que seja gigantesca. A produção pecuária aumenta 2,4% ao ano em comparação a uma população humana que aumenta abaixo de 1%.

Trata-se de uma verdadeira crise demográfica. É preciso considerar que não são só as cabeças de gado, mas também a terra e a ração que este gado necessita. É possível dizer que é a maior de todas as crises ambientais, porque a produção de gado exige muito mais terra do que todos os outros usos da terra juntos. Além disso, é em grande parte uma terra muito improdutiva, pois seus ecossistemas foram completamente destruídos para permitir que o gado bovino e o ovino se alimentem.

Conforme argumenta, o debate não é sobre agricultura ecológica versus agricultura intensiva, pecuária extensiva ou intensiva, mas sobre como alcançar rendimentos melhores em menos espaço, favorecendo a biodiversidade. O ambientalismo tem se perdido nos debates?

Sim. A questão crucial é obter altos rendimentos com um baixo impacto. Isso é o que deveríamos almejar em todos os lugares, mas é algo muito difícil de alcançar. De fato, pesquisou-se pouco em relação a esse objetivo específico. Tem havido muita ciência agrícola que aumentou consideravelmente o rendimento dos cultivos, mas a custo de aumentar consideravelmente o impacto ambiental por meio de mais fertilizantes, mais herbicidas e mais pesticidas.

Precisamos encontrar meios muito mais eficazes para reduzir esses impactos. Existem alguns enfoques novos e fascinantes, e penso que um dos mais interessantes é o desenvolvimento de cultivos de grãos perenes. Depois de se comentar sobre isso por um século, finalmente está acontecendo.

Precisamente, entre as soluções que você propõe para reduzir os danos ao solo e minimizar o uso da água está a aposta em grãos de plantio direto e em cultivos de grãos perenes que não precisam ser plantados anualmente. O setor agrícola está preparado para algo assim?

Bem, há pessoas que estão. Existe uma variedade de arroz que surgiu do cruzamento de um arroz comum anual com um parente perene silvestre que agora é comercializado e cultivado em uma vasta área no sul da China. Os agricultores estão muito interessados em obter essas sementes de arroz porque custam muito menos e porque podem ser plantadas a cada poucos anos, em vez de todos os anos, sendo possível seguir a colheita anualmente porque provêm de plantas perenes.

Além disso, por serem plantas perenes, exigem muito menos mão de obra, algo que é um verdadeiro problema no campo chinês, pois muitos jovens se mudaram para as cidades. Tudo isso causa muito menos erosão do solo, o que também se tornou um problema muito significativo na região. Em suma, este arroz perene se tornou muito popular entre os agricultores.

Atualmente, existem muitos outros cultivos perenes em desenvolvimento, embora ainda sem comercialização, pois estão em fase experimental. Há avanços muito promissores e parece que em breve teremos uma ampla variedade de plantas perenes, e acredito que alguns agricultores vão se interessar muito em usá-las. Outros, especialmente aqueles que investiram muito em maquinário necessário para cultivar suas safras anuais, demorarão mais tempo para adotá-las.

Menos uso da terra para alimentar os humanos deixaria espaço para a renaturação de vastos territórios. Em seu livro anterior, você aborda a necessidade de rewilding. O que falta para a humanidade entender que precisa dar espaço ao resto das criaturas que habitam a Terra?

É muito difícil para mim imaginar como vamos sobreviver até o final do século, a menos que recuperemos grandes partes do planeta. Temos que deter essa grande extinção doentia. Se não agirmos, a maioria dos ecossistemas, e com eles a maioria dos seres humanos, desaparecerão. Simplesmente, não será mais possível manter a maior parte da vida na Terra. Também temos de controlar a grande quantidade de dióxido de carbono que emitimos na atmosfera, porque agora sabemos que atrasamos muito em descarbonizar as nossas economias.

Temos que agir urgentemente, mas mesmo se descarbonizássemos tudo amanhã, ainda continuaríamos ultrapassando o 1,5 grau e, provavelmente, os 2 graus de aquecimento global. Portanto, também precisamos extrair dióxido de carbono da atmosfera. A melhor forma de evitar a grande extinção e retirar o CO2 da atmosfera é voltar à natureza em grande escala e restaurar os ecossistemas. Isso significa que devemos libertar a terra de um uso destrutivo, improdutivo, e devolvê-la à natureza. E, de longe, os usos mais destrutivos e improdutivos da terra são a criação de gado bovino e ovino.

Entre a população mundial, 40% dependem de alimentos produzidos em outras nações. Como resolvemos esse problema? Temos que retornar ao local?

Não acredito que possamos. Os números deixam isso muito claro. Em razão dos lugares onde a população humana está espalhada e as terras agrícolas estão distribuídas, não temos escolha a não ser importar grandes quantidades de grãos de longas distâncias. A maioria dos lugares onde vivem muitas pessoas não possui terra agrícola ampla o suficiente para alimentar a todos em nível local.

Em média, a distância mínima necessária para que as pessoas se alimentem com grãos é de 2.200 km. E dependemos em grande medida de grandes áreas pouco habitadas do mundo, como o Meio-Oeste dos Estados Unidos, as pradarias canadenses, o interior do Brasil, as estepes russas e regiões da Ucrânia. Recorremos a elas para obter o alimento do qual dependemos. Então, não acredito que possamos romper completamente essa relação.

Exagerou-se enormemente na relocalização como solução ambiental. É muito mais importante o que você come do que de onde vem. No entanto, por meio de uma fermentação de precisão, por meio do cultivo de alimentos ricos em proteínas e gorduras a partir de micróbios, podemos reduzir uma grande parte dessa dependência das importações, já que com fermentação de precisão é possível produzir em qualquer lugar.

Por exemplo, se você utiliza bactérias que consomem hidrogênio ou metanol, não precisa de nenhuma grande importação, pode conduzi-la de modo independente. Tudo o que precisa é de uma fonte de energia e, se possui luz solar, tem uma.

Das terras agricultáveis, 70% estão nas mãos de 1% de agricultores, pecuaristas ou investidores que as administram. Parece que a terra é o novo ‘El Dorado’ e que a propriedade pública, ou coletiva, não está na ordem do dia.

Houve uma concentração em massa de terras, em nível mundial, e uma financeirização da terra, e agora vemos como os fundos soberanos, o capital privado e os fundos de cobertura estão se apoderando de mais e mais terras. E esses fundos não têm interesse algum em proteger essa terra, nem esse solo. Só querem retornos de 10% ou mais.

Então, espremem a terra o mais forte possível para obter esses retornos. Em seguida, se deixa de ser produtiva, simplesmente vão se desfazer dela e passarão à seguinte fonte de lucros. Este é um modelo de negócios muito perigoso e representa uma enorme ameaça, tanto para a proteção do mundo vivente quanto para nossos meios de alimentação.

O sistema mundial de alimentos é hoje altamente industrializado e interconectado, mas não parece que administre bem as mudanças bruscas. Você aborda a falta de resiliência. Estamos nos aproximando de um ponto de inflexão em que uma perturbação ou turbulência pode desmoronar todo o sistema?

Há muitas provas que sugerem que o sistema financeiro e alimentar estão em uma situação semelhante à do sistema financeiro nos anos imediatamente anteriores a 2008. Existem problemas muito semelhantes em termos de extrema concentração empresarial, sincronização das estratégias corporativas, eliminação da capacidade excedente do sistema e eliminação dos sistemas de apoio.

Tudo se parece muito com o problema que assolou o sistema financeiro. E essa é uma situação extremamente perigosa, porque, se o sistema financeiro arruína, milhares de milhões de pessoas sofrerão muito. Mas se o sistema alimentar para de funcionar bem, será inimaginavelmente pior do que isso. Embora os governos puderam resgatar o sistema financeiro com dinheiro do futuro, não é possível resgatar o sistema alimentar com alimentos do futuro.

A dieta do planeta está ficando padronizada. É um erro que todos comamos o mesmo?

Essa é uma das coisas que torna o sistema alimentar menos resiliente. Estamos convergindo muito rapidamente e todos comemos basicamente o mesmo alimento. Pessoas de uma mesma classe social, onde quer que estejam no mundo, seguem uma dieta muito mais parecida do que a que costumavam comer.

Nosso alimento se tornou mais diversificado em nível local. Se vamos ao supermercado, vemos uma variedade muito maior de alimentos. No entanto, é menos diverso em nível mundial. Se alguém do outro lado do mundo for ao seu supermercado, notará uma variedade de alimentos muito parecida com a que existe no dela.

O problema que você descreve no livro a respeito da poluição do rio Wye pelos excrementos e excedentes das granjas é um velho conhecido na Espanha. A proliferação de grandes granjas, especialmente de suínos, poluiu metade dos aquíferos do país com nitratos, com uma infinidade de problemas. A pecuária extensiva é a solução? Ou não existe outro modo a não ser parar de comer carne, ou ao menos consumir menos?

Não tem como todos continuarem consumindo os níveis atuais de produtos pecuários. Simplesmente, não tem como o planeta suportar. Fez-se um estudo nos Estados Unidos sobre o que aconteceria se fizéssemos o que os chefs e escritores de gastronomia famosos nos dizem para fazer: que passássemos da produção intensiva de carne bovina à produção extensiva, ou, em outras palavras, passar desses horríveis lotes de alimentação nutridos com milho à criação de gado. No entanto, descobriram que seriam necessários 270% a mais de terras.

Então, seria necessário derrubar todas as florestas dos Estados Unidos, drenar todos os pântanos, irrigar todos os desertos, destruir o conjunto dos parques nacionais e destruir todas as cidades, e continuaria sendo necessário importar do Brasil. Simplesmente, não temos espaço suficiente na terra para criar gado dessa forma.

Por outro lado, a pecuária intensiva tem efeitos devastadores, como estamos vendo atualmente na Espanha. A pecuária é a principal causa de uso da terra no planeta, com muita diferença, e, como resultado, é a principal causa da destruição do habitat na Terra.

Você fala de maquinaria pesada que compacta o solo e o torna improdutivo, pesticidas, fertilizantes e herbicidas que danificam os micróbios que o enriquecem... Como é possível que o modelo agrário tenha evoluído para técnicas nocivas que hipotecam a fertilidade dos solos do futuro?

Bem, é porque sua motivação não é a de proteger os recursos ambientais, mas o desejo de lucrar, o lucro das grandes corporações que desenvolvem as sementes, os produtos agroquímicos e o maquinário, e que se consolidam muito rapidamente. Então, agora, são bem poucas e possuem um enorme poder de monopólio nesse mercado: implementam o mesmo sistema em todas as partes.

Ora, é um sistema pouco produtivo. Um sistema com menos fins de lucro poderia ser mais produtivo, se seu objetivo fosse a produtividade. No momento, buscam apenas extrair o máximo de dinheiro possível, com um enorme impacto ambiental. E o que precisamos alcançar é um alto rendimento em todos os lugares, mas um baixo impacto.

Temos que limpar as mãos da grande produção de alimentos para que a agricultura não continue se estendendo por grandes áreas do planeta. Contudo, também precisamos reduzir muito seu impacto, reduzir o uso de água, o uso de produtos agroquímicos, a destruição do solo e todas as outras coisas nocivas que fazemos.

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“É muito difícil para mim imaginar como vamos sobreviver até o final do século”. Entrevista com George Monbiot - Instituto Humanitas Unisinos - IHU