Jesuítas portugueses admitem que oito religiosos, já falecidos, abusaram de menores durante décadas

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27 Setembro 2022

 

  • "Foi possível determinar, com elevado grau de probabilidade, a ocorrência de casos de abuso sexual de menores cometidos por oito jesuítas", divulgou a nota da Companhia de Jesus em Portugal, acrescentando que "em geral", os abusos consistiram em tocar em partes íntimas, "embora haja registros de formas mais invasivas".

 

  • Os abusos ocorreram em sua maioria no ambiente escolar, tanto em grupos quanto individualmente.

 

  • "Ainda não temos informações de que houve processos judiciais ou canônicos. Infelizmente, não podemos garantir que todas as medidas que consideramos oportunas hoje sempre tenham sido tomadas, principalmente no que diz respeito ao atendimento e proteção das vítimas".

 

  • A Companhia pediu "perdão" pelos abusos sofridos" e por "não ter podido" protegê-los, e convidou as vítimas a denunciar.

 

A informação é publicada por Religión Digital, 27-09-2022.

 

A Companhia de Jesus em Portugal reconheceu hoje ter um registro de oito jesuítas, "todos já falecidos", que abusaram sexualmente de menores no país entre 1950 e 1990, a maioria dos casos em ambiente escolar.

 

"Foi possível determinar, com elevado grau de probabilidade, a ocorrência de casos de abuso sexual de menores cometidos por oito jesuítas", divulgou a Ordem em comunicado, acrescentando que "em geral", os abusos consistiram em tocar em partes íntimas, "embora haja registros de formas mais invasivas".

 

As vítimas, de ambos os sexos, tinham entre 9 e 16 anos.

 

Abuso em grupo e individual

 

Os acontecimentos decorreram “na sua maioria” em ambiente escolar, “envolvendo algumas das escolas” de jesuítas, “tanto em contexto de grupo como em contato individual, sendo algumas relatadas como únicas, outras como pontuais e outras mais recorrentes”.

 

 

A nota especifica que tinha conhecimento destes casos através de uma plataforma criada no final de 2021 no âmbito do despacho para apurar estas situações, que “a maioria” não era conhecida à altura dos acontecimentos e, quando foi noticiado, isolaram o suspeito em uma casa religiosa sem exercer atividade apostólica e o depoimento da vítima foi tomado, entre outras medidas.

 

"Todavía no tenemos información de que haya habido procesos judiciales o canónicos. Lamentablemente, no podemos garantizar que siempre se hayan tomado todas las medidas que hoy consideramos oportunas, particularmente en lo que respecta a la atención y protección de las víctimas", afirmó la orden.

 

"Ainda não temos informações de que houve processos judiciais ou canônicos. Infelizmente, não podemos garantir que todas as medidas que hoje consideramos apropriadas sempre tenham sido tomadas, principalmente no que diz respeito ao atendimento e proteção das vítimas", afirmou a nota.

 

Informações "escassas e não objetivas"

 

Da mesma forma, reconheceu que a revisão de seus expedientes "permite concluir" que as informações sobre esses casos "são muito escassas e pouco objetivas", tornando "muito difícil, sem relatos específicos das vítimas, compreender claramente em que circunstâncias ocorreram abusos, se foram ou não denunciados e que medidas foram tomadas.

 

 

A Companhia de Jesus informou que entregou a informação ao Grupo de Investigação Histórica da Comissão independente criada pela Conferência Episcopal Portuguesa no final de 2021 que estuda os abusos sexuais cometidos contra menores na Igreja Católica em Portugal e que "continua em plena vontade de colaborar" com essa equipe.

 

Da mesma forma, pediu "perdão" pelos abusos sofridos" e por "não ter podido" protegê-los, e convidou as vítimas a denunciar.

 

Portugal vive este ano a sua primeira investigação em grande escala de casos de abusos no seio da Igreja (focados em agressões a menores), num país onde mais de 80% da população se declara católica. A Comissão que estuda esses abusos de menores no país recebeu cerca de 350 denúncias em seis meses.

 

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