01 Setembro 2022
O cuidado da Criação é um tema central no testemunho da Igreja. “Trata-se de uma questão teológica. O desígnio de Deus em Cristo era também a reconciliação e a cura de toda a Criação”, disse o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pastor Dr. Ioan Sauca, na abertura da 11ª Assembleia do organismo ecumênico internacional, reunido em Karlsruhe, Alemanha, de 31 de agosto a 8 de setembro.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
No relatório que trouxe à plenária, Sauca destacou ações do CMI relacionadas com a migração, paz e justiça, a crise climática, a justiça racial, a guerra na Ucrânia e outros conflitos no mundo, a promoção dos direitos humanos na Terra Santa.
“Para intervir ante as dificuldades da nossa era, necessitamo-nos mutuamente, dependemos uns dos outros, e só podemos avançar se caminharmos juntos, não separados”, frisou. Assim, “me atreveria a dizer que, se o CMI não existisse, hoje teríamos que inventá-lo”, agregou.
A 11ª Assembleia reúne-se sob o tema “O amor de Cristo move o mundo para a reconciliação e a unidade”. Sauca está convencido de que é preciso “continuar nosso caminho ecumênico comum como uma peregrinação de reconciliação e unidade”. Assinalou que não é possível alcançar reconciliação e unidade sem justiça e paz.
O pastor luterano Clóvis Lindner explica a logomarca da Assembleia:
- A cruz amarela é uma clara alusão ao amor de Cristo. A pomba lilás faz alusão a um símbolo de paz e reconciliação largamente conhecido, lembrando também o Espírito Santo e as afirmações bíblicas de esperança. O círculo verde se refere à Terra, e expressa unidade e ecumenismo (oikoumene) que se junta em unidade por objetivos comuns, expressando novo começo. Os caminhos diferentes são simbolizados por ondas (azul e vermelho). Estamos numa peregrinação. Ela nos une, apesar das diferenças religiosas e culturais, para reagir ao chamado de Deus. Nela nos encontramos com outras pessoas com as quais nos unimos em oração e ação por paz e justiça.


O CMI congrega 352 igrejas cristãs das famílias ortodoxa, anglicana, evangélica e protestante, representando mais de 550 milhões de pessoas em 120 países. A Igreja Católica Apostólica Romana não é afiliada, mas trabalha em conjunto com o organismo ecumênico em comissões e ações diversas.
Leia mais
- CMI pede ao Patriarca Kirill: “intervir e pedir publicamente um cessar-fogo durante o serviço da Ressurreição”
- CMI convoca mesa redonda sobre a Ucrânia, pede diplomacia em vez de ameaças, diálogo em vez de confronto
- Eny Raimundo Moreira e o Conselho Mundial de Igrejas - CMI
- Organismos ecumênicos buscam uma nova arquitetura para a economia mundial
- Welby: devemos trabalhar para acabar com o inverno ecumênico
- Holofotes se voltam para relações ecumênicas e inter-religiosas nas sessões da Conferência de Lambeth
- “Escuta a voz da criação”. Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Reconciliação e unidade só se alcançam com paz e justiça, diz líder do CMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU