Pesquisa do Instituto Reuters mostra que interesse por notícias cai no Brasil

Foto: 652234 | Pixabay

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24 Junho 2022

 

Brasileiros estão fugindo da notícia. É o que mostra pesquisa do Reuters Institut for the Study of Journalism (Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo), divulgado em Londres na quarta-feira, 15 de julho. Dos brasileiros, 54% afirmaram “evitaro noticiário de propósito, o índice mais elevado dentre os países pesquisados.

 

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

 

A média mundial ficou em 38% dos que evitam buscar informações sobre certos assuntos, sobretudo quando se trata de política ou da pandemia, pois as consideram “deprimente e repetitiva”. A pesquisa ouviu mais de 93 mil leitores em 46 países e é considerada a mais abrangente já realizada sobre o tema.

 

Apenas 42% dos entrevistados disseram acreditar na maioria das notícias na maior parte do tempo. Quem aparece em último lugar nesse item são os Estados Unidos, com apenas 26%. No Brasil, 48% acreditam no que leem. Jovens evitam notícias pois acham “difíceis de acompanhar”. Outro dado curioso da pesquisa mostra a relação entre desgovernança e credibilidade. Quanto mais confusa a política no país, maior aversão às notícias.

 

Em entrevista à Daniela Pinheiro, colunista do UOL, o diretor do Instituto Reuters, o dinamarquês Rasmus Kleis Nielsen, recomendou que em casos de governos populistas, como o Brasil, o ideal é reportar o que o governante faz, não o que ele diz.

 

- Populistas têm uma estratégia de usar as palavras e dizer coisas absurdas com um propósito específico. Quando apenas se reproduz suas frases, entra-se no jogo deles. Isso não é útil nem importante para o público do ponto de vista da informação. Muitas vezes eles dizem coisas tão absurdas que precisam ser reproduzidas pela imprensa. Mas elas precisam de contexto, de detalhe, de explicação.

 

Quando uma autoridade política, sem qualquer evidência diz que as eleições foram fraudadas, isso deve ser noticiado? “Isso é um bom exemplo do que é chamado de clareza moral. É preciso ter claro os valores que você defende, nesse caso, a democracia, e ser muito explícito na hora de confrontar uma afirmação dessas, exemplificou Nielsen na entrevista à colunista do UOL.

 

A pesquisa do Instituto Reuters mostrou que são mulheres com menores índices de educação formal e renda as que mais evitam o noticiário. Ou seja, esclareceu Nielsen,
“não é todo mundo que abandonou o noticiário.” A pesquisa também indicou que, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, pessoas identificadas com a direita desconfiam mais do noticiário.

 

Nielsen deixa um conselho para jornalistas e empresas: “É mais importante do que nunca que se ofereçam produtos confiáveis e de qualidade”.

 

O que nem sempre, diga-se de passagem, se constata na imprensa brasileira.

 

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