14 Junho 2022
Uma nova pesquisa mostra que a maioria dos católicos leigos nos EUA discorda dos bispos conservadores em questões controversas, incluindo direitos ao aborto, políticos que recebem a comunhão e a inclusão de pessoas LGBTQ+.
A reportagem é de Grace Doerfler, publicada por New Ways Ministry, 14-06-2022.
Como o National Catholic Reporter explicou : “A pesquisa, realizada em meados de maio, mostra uma clara lacuna entre as opiniões predominantes dos católicos dos EUA e algumas ações recentes de alto nível tomadas pelos líderes da Igreja”. A pesquisa incluiu 1.172 participantes adultos, dos quais 358 são católicos.
A pesquisa , realizada pela Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research, incluiu uma série de perguntas sobre a inclusão LGBTQ+ na vida da igreja. Os resultados revelaram que a maioria dos católicos leigos apoia o pertencimento dos católicos LGBTQ+ à igreja.
A maioria dos católicos dos EUA, independentemente da frequência com que assistem à missa, acredita que a comunhão não deve ser negada aos católicos LGBTQ+: 77% de todos os católicos apoiam os católicos LGBTQ+ que recebem o sacramento.
Fonte: New Ways Ministry
O comentário do NCR sobre a pesquisa apontou que essa estatística “contrasta fortemente” com as atitudes oficiais de algumas dioceses dos EUA em relação às pessoas LGBTQ+, citando a Diocese de Marquette em Michigan, que recentemente determinou que os padres “neguem a comunhão a católicos transgêneros, gays e não-binários 'a menos que a pessoa se tenha arrependido'”.
Um comentário na América colocou esses números em contexto, explicando o amplo apoio dos católicos dos EUA às pessoas LGBTQ+ que recebem a comunhão:
“Esse número não deve surpreender, já que mais de dois terços dos católicos dos EUA agora apoiam o casamento entre pessoas do mesmo sexo (em oposição ao ensino da Igreja), e a Gallup descobriu que, nos últimos 20 anos, o apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo aumentou. consistentemente mais forte entre os católicos do que entre a população americana como um todo”.
Cerca de metade dos católicos pesquisados não tem uma opinião sobre como o Papa Francisco está lidando com questões relacionadas à doutrina da Igreja sobre pessoas LGBTQ+. 24% aprovam a abordagem do Papa, enquanto 26% desaprovam. Os católicos republicanos são um pouco mais propensos do que os democratas a aprovar o tratamento do Papa Francisco às questões LGBTQ+.
A maioria dos católicos apoia a ordenação de mulheres, homens gays e pessoas divorciadas. 65% de todos os católicos acreditam que os gays deveriam poder ser padres. Sobre esta questão, os resultados variaram amplamente de acordo com a frequência com que os entrevistados frequentam a missa. Os católicos que vão à igreja pelo menos uma vez por mês eram menos propensos a apoiar o clero gay, com 44%, enquanto 77% dos católicos que frequentam menos a missa disseram que apoiam padres gays.
A pesquisa revela uma crescente divisão entre os católicos leigos e alguns membros da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA sobre questões altamente politizadas de pertencimento à Igreja. Natalia Imperatori-Lee, professora de estudos religiosos no Manhattan College, disse ao NCR que a divisão “revela um colapso na comunicação e na confiança entre os pastores da Igreja e o povo – são pastores que estão longe das ovelhas”.
Embora a divisão em curso entre as posições dos líderes da Igreja e as atitudes dos católicos leigos aponte para acalorados desacordos políticos na Igreja, a pesquisa também mostra que, entre os católicos comuns que compõem a Igreja, muitos crentes pensam que os católicos LGBTQ+ pertencem plenamente à Igreja.
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