• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Breves do Facebook

Mais Lidos

  • Concepção equivocada de que civilização ocidental é superior está esfacelada. Perda de protagonismo do Ocidente traz enorme instabilidade, mas também a possibilidade de surgimento de um mundo “policêntrico e multilateral”

    A destruição da natureza está na lógica do capitalismo: reflexões sobre o mito do Ocidente. Entrevista especial com Fabian Scheidler

    LER MAIS
  • Casos de câncer preocupam comunidades rurais em SC e RS

    LER MAIS
  • Itinerância comprometida com a vida e a paz. Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    Solenidade Pedro e Paulo Apóstolos – Ser Igreja no seguimento de Jesus. Reflexão de Sonia Cosentino

close

FECHAR

Revista ihu on-line

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

24 Agosto 2021

Christian Edward Cyril Lynch

O PLANO GOLPISTA E SEU REMÉDIO

Quando houver o tal "golpe", serão arruaças orquestradas por Bolsonaro que serão vendidas como "manifestações espontâneas" do povo, e ele dirá não ser responsável por eles, para não ser deposto nem impedido. Quer criar um ambiente de caos para trocar a "paz" por anistia para ele.

O plano de Bolsonaro é fomentar a arruaça em setores da polícias militares e no pessoal civil que armou para ficar na dependência dele a decretação ou não de GLO pelo Exército. O Congresso sabe disso, mas está muito ocupado comendo o orçamento.

Não está longe o dia em o STF terá de fazer reinterpretação do art. 142 da Constituição para autorizar excepcionalmente o legislativo e judiciário a decretarem GLO em caso de omissão do executivo. Esse seria um caminho para quebrar a mecânica do plano golpista de Bolsonaro.

 

Maria Helena Lorscheiter

Esta semana lembramos do dia do historiador e da historiadora. Eis uma boa matéria de nossa história recente, um tanto desconhecida de muitos!

O homem que salvou o Piratini do bombardeio. Disponível aqui.

 

Margaret Godoy

Meu pai, então sargento do exército, estava lá. Do lado da Constituição. Era perito em carros de combate. Poucos dias antes desses dias fatais, ele reuniu a família (minha mãe, meu irmão, minha avó e eu) e disse que ele iria ficar no quartel por um tempo "de prontidão" (essas palavras sempre me causavam medo - eu tinha 9 anos). Disse também que meu irmão e eu não iríamos à escola nos próximos dias e que ...nossa casa (que tinha dois pisos) poderia ser transformada em um hospital, se fosse necessário... a guerra não aconteceu, meu pai voltou para casa, mas eu vivi, aos 9 anos, um prenúncio do que aconteceria 2 anos depois.

 

Cesar Benjamin

Estados Unidos e China estão disputando taco a taco o domínio da tecnologia da fusão nuclear controlada, que no futuro garantirá energia limpa e inesgotável. Ambos os países já manejam máquinas extremamente complexas que conseguem operar por algum tempo em temperaturas de milhões de graus centígrados, mais do que a temperatura do Sol.

O Brasil produz a soja que engorda os porcos que são servidos a engenheiros, físicos e matemáticos nos horários de almoço.

Agro é pop.

 

Olhar Contemporâneo

Mas se houvesse prova de boçalidade... O cara gabaritava!

 

Cesar Benjamin

Sem palavras.

 

Cesar Benjamin

Ontem ouvi um físico brasileiro, filho de japoneses, falar sobre sua trajetória e seus trabalhos atuais. Um dos temas foi a relação entre beleza e verdade, muito destacada ao longo da história da ciência, especialmente na matemática.

Aprendi um conceito novo para mim: wabi-sabi, a estética japonesa que valoriza as imperfeições e vê beleza nas coisas imperfeitas.

A wikipedia diz que o conceito remonta ao Japão do século XV e encontra sua base nos ideais do zen budismo, que tem entre seus preceitos a aceitação da impermanência. O palestrante mostrou algumas peças de cerâmica feitas com a estética wabi-sabi.

Logo me dei conta de que o conceito se aplica também às pessoas. A aceitação das imperfeições, da impermanência e do envelhecimento é decisiva na nossa existência.

Era só isso.

 

Antonio Riserio

ESQUERDA E IDENTITARISMO

Participei ontem de um encontro organizado por Leandro Fortes sobre esquerda e identitarismo. Leandro chamou a mim, ao ex-bbb ex-deputado Jean Willys e à filósofa trans Luíza Coppieters, que apareceu com uma bonita camiseta preta exibindo em dourado a foice e o martelo.

O primeiro a falar foi Willys. Ouvi completamente entediado. O Brasil é mesmo colonizado e defasado. Willys apresentava como novidade o que mais parecia uma apostila universitária norte-americana da década de 1990 (mesmo assim falha e incompleta, passando ao largo da origem do seu tema em Gramsci e das presenças de Reich e Lukács, por exemplo) sobre “marxismo cultural”. Além disso, passou ao largo de uma nota viva brasileira no campo freudiano-marxista... E ainda veio defasado, ao bradar contra a expressão “identitarismo” em nome da “interseccionalidade”, que é uma bobagem, um truísmo só: cruzar as diversas “opressões” sofridas por uma pessoa – por exemplo: uma mulher, preta, lésbica – para chegar à brilhante conclusão de que ela é mais “oprimida” do que uma mulher branca heterossexual... Como diz a filósofa francesa Nathalie Heinich, essa turma está se especializando em ficar descobrindo a lua... Bem. Sobre marxismo cultural, faço aqui um miniverbete simplificador:

O chamado “marxismo cultural” se enramou pelos campi no pós-contracultura. Foi um campo teórico-ideológico que se configurou na confluência dos pensamentos de Antonio Gramsci, de György Lukács (especialmente, História e Consciência de Classe), da Escola de Frankfurt (Max Horkheimer, Theodor Adorno) e de Herbert Marcuse, que ganhou notável projeção midiática como “guru” dos sixties. Em todos esses pensadores, a questão da cultura veio para o primeiro plano. Com Marcuse, tivemos mais claramente a retomada da “esquerda freudiana”, a mescla de Marx e Freud, que já nos vinha das pregações de Wilhelm Reich e do húngaro Géza Róheim, o criador da antropologia psicanalítica. No Brasil, quando ainda não havia psicanalistas por aqui e antes mesmo do próprio Freud ter formulado mais amplamente sua teoria cultural em O Mal-Estar na Civilização, tivemos a intuição da possibilidade desta perspectiva freudomarxista no “Manifesto Antropófago” de Oswald de Andrade, que é de 1928, contemporâneo, portanto, de Reich e Róheim, cuja viagem à Austrália central aconteceu no ano seguinte: a fantasia mitopoética do “matriarcado de Pindorama”, tal como sonhada por Oswald, fala de uma sociedade sem classes e livre da repressão aos instintos, que deveria servir de modelo para a construção do mundo tecnológico do futuro. Marcuse, se tivesse conhecido, teria ficado fascinado.

É isso. Infelizmente, não pude ouvir a fala de Luíza, que me interessava (e interessa) muito. A internet itaparicana me traiu. Me tirou do ar. De modo que nem ouvi Luíza (coisa que ainda espero recuperar), nem pude conversar com os participantes do evento.

PS. Acabo de ler um artigo completamente colonizado e imbecil de uma identitária, na revista “CartaCapital”, dizendo que as mulheres afegãs rejeitam o “feminismo civilizatório”. É uma barbaridade, em todos os sentidos. E incrivelmente arrogante e etnocêntrica: a identitária se acha no direito de falar pelas mulheres afegãs... quando as mulheres mais brilhantes do Afeganistão, a exemplo de Sahraa Karimi e Chékéba Hachemi (ver post em seguida a este, aqui mesmo no meu perfil) dizem justamente o contrário do que ela proclama...

 

Idelber Avelar

Não costumo reproduzir colunas de jornal, mas esta do Reinaldo José Lopes merece a exceção. Acompanho-a com o comentário feito por Nelson Moraes:

“Na mosca.

Ou de como o ‘trago verdades inconvenientes’ de certa ala disseminadora de supostas informações ‘encobertas pela grande mídia’ faz florescer um jardim de sofismas e falácias que dão sustentação a um regime de exceção, adubando o jornalismo desonesto com ares afetados de ‘compromisso com a verdade doa a quem doer’”.

 

Reinaldo José Lopes

Pois é, eu também resolvi escrever uma coluna sobre os textos lamentáveis que marcaram o retorno do Leandro Narloch pra Folha. O link está no primeiro comentário. Antes que me acusem de "bater palma pra maluco dançar" ou "dar palco", eu diria que o palco já está dado faz tempo, infelizmente, e a roda vendo o cara dançar já é enorme. O que eu posso tentar fazer é mostrar exatamente o que está errado no MÉTODO dele, e é o que fiz na minha coluna.

-----------------

Sim, gentil leitor, eu também fiquei mortificado ao saber da volta do colega Leandro Narloch ao rol de colunistas desta Folha. Considero inegável que os livros e textos dele tenham ajudado a envenenar o debate público brasileiro. O narlochismo não passa de linha auxiliar do bolsolavismo.

A questão é que existe método no conjunto da obra do escriba curitibano. Seja falando dos indígenas do Brasil, de Zumbi dos Palmares, das glórias do liberalismo econômico ou da crise do clima, as especialidades de Narloch são:

1)Pegar uma vírgula e transformá-la numa página inteira. Para ele não importa o contexto dos fatos, apenas detalhes levemente dissonantes (e, em geral, pouco relevantes) que lhe permitam dizer “A-há, eis o que estavam escondendo de você, leitor”;

2)Usar e abusar do que se chama evidência anedótica: o que Fulano ou Sicrano viram uma ou duas vezes é algo que, para ele, tem o mesmo peso de anos de observações cuidadosamente controladas e análises estatísticas;

3)Pura incapacidade de interpretar temas complexos que aparentemente ele não domina.

A coluna de reestreia dele por aqui traz bons exemplos das maracutaias 1 e 3. Ao circunscrever o problema da crise do clima ao número de pessoas diretamente mortas por desastres naturais no último século, Narloch coa o mosquito e engole o camelo, como diria o bom Nazareno.

Isso porque aumentar a temperatura da Terra é o tipo da mudança que traz impactos não lineares e caóticos, como a mariposa que bate asas aqui em São Carlos e produz um tufão nas Filipinas. Nosso colunista paranaense não inclui na conta dele as mortes extras por malária, as vidas que serão ceifadas em guerras civis impulsionadas por escassez hídrica e o que fazer quando não for mais possível plantar café em São Paulo ou na Etiópia. E olhe que estou deixando de lado a possibilidade de mudanças realmente catastróficas, como alterações de grande escala em correntes marinhas.

Quando fala sobre a questão indígena, Narloch também adora usar o item 2, repetindo histórias sobre silvícolas malvados vendendo macaquinhos para turistas na beira da estrada. Isso seria um indicativo de como se deve relativizar a suposta boa relação entre os nativos e os ecossistemas naturais.

Ainda que cada BR deste país estivesse coalhada de guaranis fazendo liquidação de micos-leões, porém, isso não anularia o fato, comprovado por incontáveis dados de satélite e trabalho de campo, de que reservas indígenas são os principais baluartes contra o desmatamento, tanto aqui quanto em outros países. Curiosamente, eis um dado que ele não costuma mencionar com o mesmo entusiasmo.

Mas a obra máxima do narlochismo foi a tentativa de argumentar, com base no DNA, que os indígenas de 1500 foram tranquilamente integrados na sociedade colonial. Afinal, o genoma dos brasileiros carrega uma porcentagem apreciável de material genético ameríndio.

Narloch só se esqueceu de notar que há um brutal viés sexual embutido nesses dados. Só 0,5% dos brasileiros carregam cromossomos Y (a marca genética da masculinidade) derivados de homens indígenas. Trata-se de uma assinatura clara de conquista violenta: mulheres são estupradas ou viram concubinas, homens são executados ou escravizados, não conseguindo deixar descendentes.

Aproveitando a temporada de mea culpa, Narloch podia fazer o seu. Cada cascata vinda de sua pena virou justificativa intelectual para que a súcia hoje no comando do país esteja fazendo o que faz.

 

Flávio Lazzarin

 

André Vallias

"O Brasil está decolando" — Paulo Jegues

 

André Vallias

"atenção, é preciso estar atento e forte! não temos tempo de temer a morte"

 

 

Faustino Teixeira

Já falei aqui mais de uma vez do recente livro de Bruno Latour, traduzido ao português, "Júbilo, ou os tormentos do discurso religioso" (2013, na edição original). Ele sublinha que "entre a catolicidade virtual de um povo a ser ressuscitado e os estreitos caminhos de uma Igreja Católica e Romana, existe hoje um abismo intransponível de tempos desperdiçados, de ocasiões perdidas...".

Ele fala da urgência de se buscar o caminho da imanência. E complementa: "Se quisermos falar novamente a linguagem da religião (...) teríamos de nos deixar desextirpar, metáfora após metáfora, narrativa após narrativa, ritual após ritual, salmo após salmo, da oposição entre o baixo e o alto, a terra e o céu, a imanência e a transcendência (...). Mas quem nos ensinará a desviar o olhar do distante e encontrar o próximo? Quem detectará o espiritual no plano da imanência?"

É claro que temos hoje o exemplo bonito do papa Francisco ao priorizar a narrativa bíblica, o caminho do diálogo e sobretudo da hospitalidade e do amor. Isso já é um bom empurrão. Embora, circulando ele, estão lobos ferozes e tradicionalistas, que emperram qualquer tentativa de mudança mais profunda na igreja.

Acordei hoje com a sinalização de uma aluna minha do curso de Clarice Lispector, Laine, sempre muito participativa. Ela me lembrou sobre a segunda leitura da liturgia de hoje, que de fato é tremenda e machista, tirada da Carta de São Paulo aos Efésios: "As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor. Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja" (Ef 5, 22-23).

Ao assistir a missa online pela manhã, Laine falou que o sacerdote que ministrava a eucaristia falou que "o marido é a caneca da mulher assim como Cristo é a cabeça da Igreja". Fiquei aqui pensando sobre o impacto que leituras como essa exercem sobre as pessoas, e como também as afasta da centralidade da narrativa evangélica. Muito triste!!!

 

Faustino Teixeira

Alivia minha alma

faze com que eu sinta

uma alegria modesta e diária

Abençoa-me

para que eu viva

com alegria

o pão que como,

o sono que durmo,

faze que eu tenha

caridade e paciência

comigo mesma,

Amém

Clarice Lispector

 

Paulo Bittencourt

ROTA 42

Nossa própria viagem é viajante e estrada

(Fernando Pessoa)

* * *

UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE O NASCIMENTO DE JESUS

Paulo J. S. Bittencourt

Professor da UFFS – Campus Erechim

Na série de artigos ora publicados em “Rota 42”, discorremos sobre os principais critérios metodológicos para se identificar núcleos historicamente confiáveis no estudo do Jesus histórico a partir da análise de fontes literárias do Novo Testamento. Vimos, nesse sentido, que o primeiro destes critérios diz respeito ao “atestado independente”, de acordo com o qual as histórias dos Evangelhos que têm a maior probabilidade de serem mais autênticas que outras consistiriam justamente naquelas encontradas em várias dessas tradições independentes.

Um segundo critério, conhecido como o de “disparidade”, é nutrido justamente pela precaução diante das camadas redacionais de fundo querigmático, conceito atinente, como já vimos, ao anúncio do cerne da mensagem cristã aos que não a conhecem, visando à sua conversão. Com efeito, é sempre importante relembrar a função persuasiva dos relatos evangélicos. Seus autores estavam tentando converter ou instruir os convertidos a partir da “verdadeira” visão das coisas.

O cerne do “critério de disparidade” é bem assentado por Bart D. Ehrman: “(...), quaisquer histórias nos Evangelhos que não coincidam com o que sabemos que os primeiros cristãos teriam dito sobre Jesus, ou, na verdade, quaisquer histórias que pareçam ir diretamente de encontro aos interesses dos cristãos em contá-las, têm grande chance de serem historicamente exatas.”

Em sua síntese metodológica, Ehrman insiste no princípio lógico de que os cristãos não inventariam histórias que funcionassem contra suas visões ou interesses. Trata-se simplesmente de diagnosticar tradições sobre Jesus que diferem frontalmente daquilo que os cristãos primitivos gostariam de dizer sobre ele. Há uma série de exemplos que demonstram claramente a força analítica desse critério. A título de ilustração, mencionemos por ora um deles, a saber, aquele que versa especialmente sobre a proveniência de Jesus.

Todas as fontes em questão, isto é, os Evangelhos, atestam plenamente que Jesus cresceu em Nazaré. Parece óbvio que um cristão não se mostrasse propenso a inventar uma história como essa pela simples razão de que revelaria um constrangimento para cristãos posteriores (Cf. Jo 1, 46). Aliás, conhecemos, a partir da releitura feita em Mt 2, 6, a ênfase depositada sobre a tradição profética bíblica de Mq 5, 1-2, para se referir à messianidade de Jesus. Donizete Scardelai, em “Movimentos messiânicos no tempo de Jesus: Jesus e outros messias”, nos recorda “que no tempo de Jesus havia uma tradição viva que circulava no meio judaico, profetizando sobre Belém da Judéia como sendo o local em que nasceria o soberano para governar os destinos de Israel.” Belém era a terra natal de Davi, e, portanto, essa tradição representava o germe do ideal restaurador que o passado de Davi representou para o futuro da tradição messiânica. [Scardelai inclui “outro verso bíblico muito sugestivo no livro de Samuel, em que se exalta Éfrata (Belém) para evocar o local de origem da família de Davi: ‘Davi era filho de efrateu de Belém de Judá, chamado Jessé, que tinha oito filhos’ (1Sm 17, 12).”] Em suma, o rei davídico deveria nascer da linhagem real davídica.

É aqui que entram os relatos sobre o nascimento de Jesus em Belém. Sabemos que muitos deles estão imersos em inúmeras imprecisões. A menção ao nascimento de Cristo no reinado de Herodes implica considerar o ano 4 a.C. como o da morte do governante. Mas o recenseamento pelo qual os pais de Jesus teriam viajado a Belém só poderia ter se dado no ano 6 d.C., durante a expulsão do etnarca Herodes Arquelau. Somente nesse ano é que Públio Sulpício Quirino foi nomeado governador da Síria, à qual justamente a Judeia foi incorporada para efeitos de recenseamento. O censo se referia somente à Judéia, e não há, conforme somos informados em Lc 1, 2, qualquer indício de que Augusto o tenha decretado para todo o império. Não há também uma evidência sequer de que, na racionalidade do sistema burocrático romano, os recenseados teriam de se deslocar para suas supostas regiões de origens tribais, atestadas por linhagens genealógicas que remontariam, como no caso da descendência davídica de José, a mil anos no passado. Há óbvias razões, portanto, para se aceitar que os cristãos não teriam quaisquer motivos para inventar que o Cristo veio de Nazaré, o que significa muito provavelmente que Jesus veio mesmo de lá.

Há outros exemplos interessantes que atestam a fecundidade interpretativa do “critério de disparidade”, e que, simplesmente por isso, merecerão nossa atenção nas próximas publicações desta coluna

 

Rosane Pavam

"O governo de São Paulo cortou, triturou e reduziu a formação escolar. No Novo Ensino Médio, “Ciências Humanas e Sociais” só se forem “Aplicadas”. “Ciências da Natureza”, “Linguagens” e “Matemática” só em intersecção com “suas Tecnologias”. Se o Mercado aponta que designers de jogos ou operadores de planilhas eletrônicas estão em falta, o ensino médio público suprirá essa demanda por mão-de-obra. Já se esses trabalhadores terão o repertório necessário para compreender a lógica das planilhas ou para criar o conteúdo artístico dos jogos e aplicativos, este problema não mais competirá à escola pública. Dirão os mais cínicos que foram os próprios estudantes, no pleno exercício do seu protagonismo, que escolheram trocar a sua formação escolar geral por cursinhos profissionalizantes precários."

via Taline Barros

A farsa do ensino médio self-service. Disponível aqui.

 

Paulo Sergio

 

Fernando Altemeyer Junior

• 27/08/1999- Morte de dom Hélder Pessoa Câmara (nascido em Fortaleza em 07/02/1909). Faleceu no Recife, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em 1952, grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e movida pela firmeza permanente e pela não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, particularmente doutorados honoríficos. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Um dos articuladores principais do Concílio Vaticano Segundo. Poeta esmerado, pregador inflamado, místico profundo.

• 27/08/2006 – Falecimento em São Paulo, de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, jesuíta, dirigiu a Arquidiocese de Mariana de 1988 a 2006 e presidiu a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entre 1988 e 1995. Antes, bispo auxiliar de São Paulo por doze anos entre 1976 e 1988. O Vaticano, por meio da Congregação para a Causa dos Santos, autorizou o início do seu processo de beatificação e canonização. Nascido no Rio de Janeiro, RJ em 05/10/1930. Seu papel foi fundamental para a elaboração do documento episcopal da Conferencia Geral de Puebla em 1979. Inteligência excepcional. Memória prodigiosa. Santidade vulcânica.

• 27/08/2017 – falece com 98,4 anos de idade, o arcebispo negro José Maria Pires, emérito da Paraíba-PB. Nascido em 15/03/1919, na pequena Córregos em Minas Gerais, nordeste do Estado, participou das quatro sessões do Vaticano II. Inteligência e coração interligados em altíssimo nível. Fez da periferia o centro de sua vida e ação pastoral. Bispo assumidamente negro e defensor da liberdade. Amigo pessoal de Juscelino, seu conterrâneo.

 

Paulo Sérgio Bezerra

"Quando falta teologia, sobram asneiras..."

Moisés Mendes

Na quarta-feira teremos um clássico único do futebol não só no Brasil. O confronto de dois grandes times comandados por técnicos assumidamente adoradores de fascistas.

Não deve existir outro clássico igual no mundo.

 

Cesar Benjamin

Bruno Rico

"Eu amo esse vídeo porque ele é muito suco de Brasil e representa bem o momento de surto coletivo que estamos vivendo.

Alguém espalha pânico na cidade dizendo que a represa estourou, só que não tem represa no local, a imprensa compra a ideia, manda uma repórter sensacionalista que narra um cenário de fim de mundo. Cachorros caramelos correm sem destino, transeuntes também, pessoas saem de casa com a roupa do corpo. Parece Madureira em dezembro, mas é Nova Friburgo.

O MAIOR DESASTRE DO BRASIL é o título!"

 

Christian Edward Cyril Lynch

LIVRO NOVO NA PRAÇA: "O SÉCULO DO POPULISMO" de Pierre ROSANVALLON

Pelos vários cantos do mundo, as democracias estão em crise e líderes populistas galgam o poder. Estarão as democracias se autodestruindo e se transformando em "democraturas"? Estaremos ingressando em uma era dos populismos?

Para responder a essas questões, precisamos analisar os populismos contemporâneos. Para tanto, o *Ateliê de Humanidades Editorial* traz ao público umas das principais obras existentes sobre o populismo, escrita pelo historiador e teórico da democracia Pierre Rosanvallon.

Em *O século do Populismo*, Rosanvallon apresenta uma teoria crítica do populismo. Isso é feito em três passos. Primeiramente, faz uma análise detalhada da anatomia do populismo contemporâneo. Em seguida, reconstrói as três histórias dos populismos, incluindo aí a importância das experiências latino-americanas. E, por fim, desenvolve uma crítica aprofundada e bem argumentada da ideia de democracia presente nas ideologias populistas.

Com isso, o autor torna possível pôr um fim às estigmatizações impotentes do populismo, ao mesmo tempo que traça as linhas gerais do que pode ser uma alternativa mobilizadora para a renovação da democracia.

O Século do Populismo tem um prefácio de Rosanvallon à edição brasileira e uma Introdução à obra do autor escrita por Christian Lynch e Diogo Cunha. Ele faz parte da *Coleção Pierre Rosanvallon* da *Biblioteca do Pensamento Político* do Ateliê de Humanidades Editorial. Publicaremos em seguida a tetralogia do autor sobre as mutações das democracias contemporâneas: "Contra-democracia: política na era da desconfiança" (2006), "Legitimidade democrática: imparcialidade, reflexividade, proximidade" (2008), "Sociedade dos iguais" (2011) e "O bom governo" (2015).

Autor: Pierre Rosanvallon

Tradução: Diogo Cunha

Revisão técnica e concepção editorial: André Magnelli

Editora: Ateliê de Humanidades Editorial

Páginas: 327

Ano: 2021

ISBN:978-65-86972-05-4

Preço: 83,00 (+ frete)

*Promoção de pré-lançamento*

Adquira agora o livro em preço de pré-lançamento (válido até 31 de agosto), com envio a partir de 26 de agosto (quinta-feira).

- 01 livro (25%)

- Compre e presenteie! 02 livros (-25%) ou 03 livros (-25% sem frete)

- Preço exclusivo para Apoiador do Ateliê (-30%)

Compra no site: clique aqui.

Ou por Whatsapp: 21-98260-9154.

 

Marta Gustave Coubert Bellini

Carola Saavedra, O mundo desdobrável. Ensaios para depois do fim. Ed. Relicário.

Minha filha assiste ao desenho do Rei Leão, que é para mim uma espécie de Rei Lear, e comenta que o leão é o rei dos animais. pela primeira vez talvez, sobre a facilidade com que reproduzimos certas estruturas de poder.

Aproveito para perguntar: mas filha, o que faz o rei dos animais? ao que ela responde sem titubear: ele manda nos outros. Aha, e por que ele manda? Quem decidiu isso? Ela responde meio sem paciência: ué, ele manda porque o pai dele mandava e o avô também mandava. Eu aproveito a deixa, justamente: e quem estabeleceu isso? Não sei, ela responde já entediada. Eu insisto, vai ver os outros animais não querem ser mandados por ele, nem pelo pai dele, nem pelo avô. vai ver os outros animais querem tomar as próprias decisões, querem autonomia. a liberdade de cometer seus próprios erros. Ela, sem tirar os olhos da tela, faz um carinho em meu ombro e diz, como se eu fosse um caso perdido: mamãe, você está atrapalhando o desenho. p. 39/40.

 

André Vallias

Da série "As instituições estão funcionando":

PF passa por momento tenebroso e há sanha para calar policiais, diz delegado que denunciou Ricardo Salles

PAINEL

O delegado apresentou na manhã desta segunda (23) sua defesa, à qual o Painel teve acesso.

Saraiva esteve à frente da operação Handroanthus, classificada como a maior apreensão de madeira ilegal da história do país, em dezembro de 2020.

Ele foi trocado do cargo de superintendente da PF no Amazonas por decisão de Maiurino um dia depois de enviar ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra o então ministro do Meio Ambiente. O novo diretor-geral tinha acabado de tomar posse. Internamente, justificou que a decisão estava tomada antes do documento.

O delegado se diz perseguido pela direção e se defende mencionando decisão recente do STF que reconhece o direito de manifestação por parte de servidores públicos.

“A decisão do STF não poderia ter chegado em melhor hora, ante a sanha para calar policiais que, no cumprimento do seu dever funcional, atingem os grandes criminosos do nosso país. Aliás, vários destes policiais têm sido atingidos por sucessivas 'coincidências', pelas quais perdem cargos de chefia e deixam de ser promovidos (coincidentemente todos que tinham relação com as investigações contra o ex-ministro Ricardo Salles)”, escreve Saraiva.

Ele cita entre esses outros policiais “atingidos” os nomes de Franco Perazzoni e Rubens Lopes da Silva.

Perazzoni foi quem pediu busca e apreensão contra Salles e, como mostrou o Painel, teve sua promoção barrada pela gestão Maiurino. Silva foi trocado no início de julho do cargo de chefe da Divisão de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico.

“Justamente neste momento tenebroso para a Polícia Federal é proferida uma abençoada decisão da Suprema Corte que nos garantiu, ao menos, o direito de expressão, até então garantido a todo cidadão brasileiro, salvo se fosse policial”, continua.

O embate entre o delegado e Salles teve início após o ex-ministro atuar em em apoio a madeireiros alvos de investigação. Em entrevista à Folha na época, Saraiva afirmou que na PF não passaria boiada.

O policial afirma em sua peça de defesa que o governo federal e a polícia não saíram em defesa dos investigadores da Handroanthus.

“Lamentavelmente, o governo federal, e especialmente, a administração da Polícia Federal, mantiveram-se inertes diante dos graves ataques (por parte da organização criminosa) à operação, à instituição e aos policias”, escreve.

Segundo o policial, “no afã” de puni-lo, a direção da PF transformou regras do setor de Comunicação Social em norma disciplinar para persegui-lo.

Como exemplo do que alega ser perseguição, Saraiva cita casos de outros delegados que deram entrevistas e que usam canais no YouTube para expor o trabalho desenvolvido na corporação.

“Chama atenção a diferença de tratamento entre o entendimento usualmente utilizado pela administração da PF, para situações similares, e a postura persecutória que vem sendo adotada em relação a este servidor”, diz ele.

Em sua defesa, Saraiva também mira diretamente o diretor-geral, nomeado por Jair Bolsonaro.

O delegado afirma logo no início do documento que desde que entrou na PF, nunca deixou a corporação para “receber penduricalhos” em outros órgãos.

Segundo ele, essa postura é bem diferente dos “delegados de cativeiro” e “delegados pet”, como são chamados internamente os investigadores que são emprestados para outros órgãos, em sua maioria, para cargos de indicação política– Maiurino ficou os últimos anos fora da PF, como secretário de segurança do STF e também ocupou cargos na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Ao falar das investidas contra delegados, Saraiva lembra do memorando enviado por Maiurino ao STF em que o diretor-geral propõe uma reestruturação interna no órgão que tira a autonomia de delegados nas investigações de autoridades com foro especial.

Na opinião de Saraiva, o documento, revelado pelo Painel, mostra que a investidas contra os investigadores “parece ser um modus operandi da atual direção”.

“Espero que a sociedade brasileira fique muito atenta a este tipo de iniciativa, vez que as representações policiais, em relação a crimes praticados por agentes políticos, ficariam a mercê da análise de conveniência e oportunidade, realizada por superiores indicados por agentes políticos”, afirma o delegado.

Painel

Editado por Camila Mattoso, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Fabio Serapião e Guilherme Seto.

FSP 23.08.2021

 

Carlos Linhares

Severo desabafo de Marieta


Notícias relacionadas

  • Breves do Facebook

    Gustavo Tupinambá A melhor charge dos últimos tempos publicada, mais uma vez. Jelson Oliveira "Que ritos expiatórios, que [...]

    LER MAIS
  • Breves do Facebook

    André Vallias Mauro Lopes Mais uma noite de repressão violenta em São Paulo, Porto Alegre e Salvador. E Temer teria assin[...]

    LER MAIS
  • Breves do Facebook

    Adriano Pilatti Os chefes da pelegada querem tanto diretas-já quanto Tancredo as queria em 1984, quando pedia diretas nos palanq[...]

    LER MAIS
  • Breves do Facebook

    Rudá Guedes Ricci Paulista Cesar Benjamin Matéria da Época: "'No mundo, sobra dinheiro. No Brasil, há muito que vender.' [...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados