Afeganistão, símbolo de resistência

Foto: WO Frantisek STEIN, CZE-A | ResoluteSupportMedia - Flickr CC

Mais Lidos

  • Cristo Rei ou Cristo servidor? Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • Dois projetos de poder, dois destinos para a República: a urgência de uma escolha civilizatória. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • “Apenas uma fração da humanidade é responsável pelas mudanças climáticas”. Entrevista com Eliane Brum

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

19 Agosto 2021

 

"O resultado no Afeganistão é o pior possível na medida em que os talibãs tomaram todas as cidades até mesmo a capital Cabul, impondo agora uma teocracia extremamente fundamentalista, violenta aos extremos e intolerante", escreve José Afonso de Oliveira, sociólogo formado pela PUC Campinas e professor aposentado da UNIOESTE.

 

Eis o artigo.

 

Desde a Antiguidade, Alexandre da Macedônia conquistou o mundo de sua época, mas acabou sendo detido e teve que retroceder quanto tentou dominar o que hoje é o Afeganistão.

Um maciço montanhoso de dificílimo acesso só possível para os moradores locais, desde a Antiguidade até os dias atuais eles conseguem resistir a qualquer tipo de invasão.

Quando ao final do século passado a extinta União Soviética ocupou o Afeganistão a resistência que encontrou foi tão terrível que, mesmo tendo 100.000 soldados fortemente armados se viu obrigada a bater em retirada. Um dos líderes dessa resistência era o saudita Osama Bin Laden, financiado pelo governo dos Estados Unidos para organizar os ataques de ocupação.

Nos primeiros anos do século atual o então presidente Bush Jr ordenou um violento ataque ao Afeganistão que segundo o que se propalava naquele momento seria um abrigo internacional de várias facções terroristas que ameaçavam todo o Ocidente Cristão.

Ficaram as tropas norte americanas por cerca de 20 anos nessa região e agora foi dada a ordem de retirada o que está possibilitando a tomada do poder pelo grupo radical e fanático dos talibãs que já estão em Cabul, capital do Afeganistão, impondo uma nova realidade e gerando uma grande crise com a fuga maciça de cidadãos para o resto do mundo.

Mais uma vez os Estados Unidos são obrigados a uma retirada pois que não foram derrotados, mas também não são os vencedores. Invadiram o Afeganistão com a finalidade de trabalharem para destruir as bases do terrorismo, instalando um governo democrático, baseado na liberdade das pessoas. Nesse sentido o fracasso é total e essa guerra lembra muito uma anterior realizada também por longos anos no Vietnã onde também, apressadamente as forças norte americanas tiveram que se retirar sem conseguirem vencer os vietcongs.

O resultado no Afeganistão é o pior possível na medida em que os talibãs tomaram todas as cidades até mesmo a capital Cabul, impondo agora uma teocracia extremamente fundamentalista, violenta aos extremos e intolerante, não respeitando ninguém e, possivelmente vivendo em um grande isolamento do resto do mundo.

Está mais do que na hora para aprendermos a construir a paz, não mais pelas armas e sim por condições dignas de vida para todas as pessoas, indistintamente, construindo uma nova sociedade que terá sim, na democracia a sua forma de exercer o poder para o bem de todos os habitantes. Aí sim é possível uma paz por longo tempo e, hoje, mais do que nunca, isso tem que ser tentado.

 

Leia mais