04 Junho 2021
O general Paulo Sérgio, comandante do Exército, cometeu prevaricação, crime previsto no Código Penal e passível de prisão.
Ocorre quando um funcionário público, no exercício de suas funções, falta ao cumprimento do dever.
Quando Hitler invadiu a Tchecoslováquia, Arthur Neville Chamberlain, então primeiro-ministro inglês, foi ao seu encontro e aceitou a invasão a pretexto de evitar a guerra. Winston Churchill, então na oposição, disse uma de suas grandes frases: "Cedeu a honra para evitar a guerra. Terá guerra com desonra." E assim foi.
Os militares brasileiros estão dizendo que cederam a honra a Bolsonaro para evitar um confronto. Preferiram a derrota com desonra, sem mais delongas.
O EB virou exército de blsnero. Para quem ainda não sabia que estão unidos e não há alas militar, ideológica , etc. , mas sim um gov. nazifascista unido em um projeto de poder e destruição.
Vexame público, cheio de consequências. O capitão comprou os generais: aumentos salariais, 6 mil cargos na administração civil, com acumulação de salários e soldos muito acima do teto do funcionalismo, previdência especial, aumentos de verbas retiradas de outros setores.
Não há mais o que fazer. O comando do Exército arquivou o inquérito contra o general intendente Eduardo Pazuello.
Aconteceu o esperado. A paz reina nos quartéis. Bolsonaro tem o controle total das Forças Armadas, desde a demissão coletiva do ministro da Defesa e dos comandantes das três armas.
Hamilton Mourão havia dito que, sem punição, o Exército corria o risco da anarquia.
Mas ninguém ouve o que o Mourão diz.
O vice havia afirmado:
"A regra tem que ser aplicada para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças".
Mas que regra, Arnaldo?
Preocupados com a anarquia
Todos os jornalões advertem que, se Eduardo Pazuello ficar sem punição, a anarquia pode se disseminar no Exército.
São posições fortes da Folha, do Estadão e do Globo, em editoriais e nos espaços dos comentaristas. O Estadão chega a dizer que Bolsonaro se comporta como chefe de milícia.
Isso significa alguma coisa? Significa apenas que, nesse caso, eles estão alinhados com as posições dos democratas. Só isso.
Não significa mais nada. Os jornalões não têm mais o poder de orientar decisões políticas, mesmo que venham fazendo um bom jornalismo, motivado principalmente pelos ataques que sofrem de Bolsonaro.
Os militares poderão ignorar os apelos da imprensa amiga e seguir em frente, como aconteceu há pouco, quando Bolsonaro mandou embora o ministro da Defesa e os comandantes das três armas.
Os jornalões ajudaram a derrubar Dilma e a encarcerar Lula, mas hoje não apitam mais nada. Os jornalões são muito fracos quando o alvo é a direita. E são mais fracos ainda quando atacam a extrema direita.
O fascismo é mais forte do que os jornais de corporação. Até porque muitas vezes, como no golpe de agosto de 2016, eles são aliados.
Um relatório especial da revista britânica conservadora afirma que o Brasil vive hoje "sua maior crise desde o retorno à democracia" e atribui a maior parte dos problemas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Com Cristo no oxigênio, Economist diz que Brasil precisa tirar Bolsonaro em 2022 para sair de crises
(Foto: Reprodução | The Economist)
Fora o elogio e o lamento sobre a Lava Jato, uma boa reportagem, Copio de O Estado de São Paulo, para os não assinantes. RR
'The Economist' critica Bolsonaro e diz que Brasil terá 'década sombria' em edição especial
Revista britânica é uma das mais conceituadas do mundo e mostra o Cristo Redentor usando uma máscara de oxigênio
Redação, O Estado de S.Paulo
03 de junho de 2021 | 12h00
A revista britânica The Economist, uma das mais conceituadas publicações do mundo, traz nesta semana uma edição especial sobre o Brasil com uma série de críticas ao governo Jair Bolsonaro. Como em outras vezes que se referiu ao País, a revista traz na capa uma nova ilustração do Cristo Redentor, desta vez respirando com uma máscara de oxigênio.
No especial, que é capa da revista sob o título 'A década sombria do Brasil', a revista descreve o presidente brasileiro como um homem que quer “destruir as instituições, não reformá-las”, “esmagou todas as tentativas” de uma exploração sustentável da Amazônia e revelou serem “falsos” todos os votos favoráveis à renovação política.
Ao citar o apoio dos militares a seu governo, a revista diz que os generais que se aliaram a ele “esperavam fazer avançar a agenda do Exército” mas, “em vez disso, prejudicaram suas reputações” e afirma que, “sob Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde parecia uma ‘boca de fumo’ (escrito em português e traduzido) para hidroxicloroquina”.
O especial termina com uma reportagem intitulada “Hora de ir”, que afirma que o futuro do País depende do resultado de 2022. O texto destaca o apoio dos militares ao atual presidente, mas destaca o ônus aos generais em apoiar o presidente e os riscos de o presidente, e seus apoiadores cada vez mais armados, não aceitarem um resultado adverso nas urnas. Em março de 2016, a revista deu a foto da então presidente Dilma Rousseff na capa, também com o mesmo título, "Hora de ir".
A reportagem aborda a dificuldade dos partidos de centro em encontrar um nome em comum para a disputa do pleito e, ao citar Lula, que lidera as pesquisas eleitorais, afirma que o ex-presidente “precisa mostrar como o manejo da pandemia custou vidas e formas de sustento, e como Bolsonaro governou para sua família e não para o Brasil”. Para a Economist, “o ex-presidente deve oferecer soluções, não ‘saudades’ (escrita em português e traduzida como nostalgia)” dos anos em que governou o País.
Para a revista, “para voltar aos trilhos, o Brasil deve lidar com velhos problemas”, citando favorecimentos fiscais para a indústria e para funcionários públicos e leis tributárias e trabalhistas que distorcem ou desencorajam o investimento.
A reportagem foi a locais como Camaçari, na Bahia, para mostrar o “sonho adiado” das pessoas que ascenderam à classe C ao longo dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva mas que, depois de uma série de problemas listados pela publicação (em especial as medidas econômicas adotadas no governo Dilma Rousseff), passaram a viver em um contexto de desemprego e queda de renda. O retrato é Vinícius Rabelo, um neto de plantadores de mandioca que trabalhou na fábrica (recém-fechada) da Ford na cidade e que, hoje, vive como motorista de Uber.
A revista cita uma série de problemas que levaram a esse quadro, passando por uma falha do PT em não investir em uma infraestrutura que prometesse ganhos de longo prazo, a política econômica de Dilma, um controle de gastos nunca realizado pelo País e, por fim, a crise do coronavírus e a baixa taxa de vacinação. Porém, a revista aponta “vislumbres de esperança” com a agricultura em alta, as commodities voltando a terem preços em alta e, no caso de Camaçari, a transformação da cidade em um hub logístico entre Salvador e o oeste da Bahia.
Menos otimista é a reportagem “Andando para trás”, que aborda o fim da Operação Lava Jato sob o governo Bolsonaro e a aliança mal-sucedida entre o presidente e o juiz da operação, Sérgio Moro, “que estava orientando promotores inapropriadamente” durante as investigações. O texto descreve os retrocessos no País para o controle da corrupção, mesmo após toda a investigação feita a partir das delações de executivos da Odebrecht, e ainda cita os esforços do presidente, tensionando as instituições, para proteger os filhos de investigações criminais. A reportagem diz que o caso do “tratoraço”, revelado pelo Estadão, em que o Ministério do Desenvolvimento destinou até R$ 3 bilhões para compras suspeitas de superfaturamento para parlamentares, “minou as alegações de Bolsonaro de que não houve nenhum escândalo desde que ele assumiu o governo”.
A Economist foi ainda para o Território Sete de Setembro, terra indígena na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, na reportagem mais longa do especial, “Árvores de dinheiro”, que disseca os conflitos entre indígenas, madeireiros, garimpeiros e criadores de gado, tendo com a preservação da Amazônia como pano de fundo. A reportagem destaca que os povos residentes na região são os mais pobres do País, afirma que as oportunidades de renda a partir das atividades ilegais acabam atraindo mesmo os indígenas moradores das áreas protegidas e que faltam investimentos em pesquisa na região.
O texto fala em “cruzada” lançada pelo ministro Ricardo Salles contra o Fundo Amazônia e relembra da reunião ministerial de abril do ano passado, em que ele sugeriu “ir passando a boiada” de desregulamentação enquanto a atenção da imprensa estava na covid-19 e dá exemplos desse esforço em alterações legais, citando a autorização para garimpo em territórios indígenas. Isso sem deixar de citar a perseguição a agentes da Polícia Federal que investigam Salles.
Ao olhar para os demais políticos do País, no texto “Necessidade de reformas”, a publicação britânica diz que “Brasília está cheia de políticos jovens com ideias velhas”, citando frase da deputada federal Joênia Wapixana (Rede), primeira indígena do Congresso. O texto destaca que, depois dos protestos de 2013 e de 2016, que terminaram com o impeachment de Dilma, o parlamento brasileiro sofreu sua maior renovação, mas as expectativas de reformas políticas não se concretizaram. “Reformas mais profundas podem incluir distritos menores, regras de financiamento de campanha mais rígidas e admissão de candidatos independentes. Mas nada disso parece provável”, afirma a Economist.
Ainda no campo político, a revista explora o fator do voto evangélico na disputa eleitoral, e analisa que embora Bolsonaro busque neste eleitorado uma de suas principais bases – e conte com o apoio de líderes das principais denominações – o apoio do público evangélico ao presidente não é claro.
Outras edições especiais sobre o Brasil
A Economist já trouxe edições especiais do Brasil no passado. Em 2009, o Cristo Redentor estava decolando como um foguete, em uma especial intitulada “O Brasil decola”.
Em 2013, a foto era parecida, mas o cristo era um foguete descontrolado, voando a esmo. A reportagem “O Brasil explodiu?” dissecava os problemas econômicos que se vislumbravam naquele ponto, quando o crescimento estava em xeque e a inflação, em alta.
Em abril de 2016, a edição falava colocava o Cristo Redentor pedido socorro. Em editorial, a revista diz que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade sobre o fracasso econômico, mas que os que trabalham para tirá-la do cargo "são, em muitos aspectos, piores" e cita Eduardo Cunha como exemplo. "No curto prazo, o impeachment não vai resolver isso". Por isso, a revista defendia novas eleições gerais.
Em 2019, no começo do governo Bolsonaro, a capa trouxe a ilustração de uma floresta de tocos de árvores e teve foco na expectativa de aumento do desmatamento sob a gestão do então recém-empossado presidente.
Ameaça
eu sinto muita tristeza ao ver que uma médica bolsonarista, quando traída por bolsonaro, pode agora dizer as verdades antes escondidas.
(que palco!)
e por que me sinto triste?
triste porque aparentemente seu discurso é necessário para validar o nosso - pela saúde pública - neste país miserável.
triste porque sua fala sobre corrupção e polarização (como se a ciência estivesse acima da política e não pudesse ser instrumentalizada) não me engana um segundo só.
Quatro capas sobre o Brasil: 2009, 2013, 2016, 2021.
Vamos sugerir à vetusta revista The Economist que as possibilidades metafóricas do Cristo Redentor estão esgotadas rs. Aliás, se a revista fizesse a imagem de 2021 que cabia, teria enfrentado até rebelião de cristãos por desrespeito à imagem. Melhor ficar só com o tubinho de oxigênio mesmo.
Voto para que a próxima capa seja feita em outro cenário, sei lá, com um motorista de trator do agronegócio botando fogo em uma floresta, por exemplo.
Em todo caso, o dossiê de 10 páginas da revista está bem feito, mas não traz grande novidade para quem acompanhou a década no Brasil. A novidade é a revista dedicar um dossiê à catástrofe bolsonarista. A revista apoia em editorial o "qualquer um exceto Bolsonaro" para as eleições de 22.
(Foto: Reprodução | The Economist)
(Foto: Reprodução | The Economist)
La verità è più ampia della scienza: ciò che proviene dalla scienza è sempre vero, ma ciò che è vero non proviene solo dalla scienza.
Verità, in altri termini, è maggiore di esattezza: è anche bene, giustizia, bellezza. Per questo Giordano Bruno diceva che il contatto con tale pienezza della verità genera una vitalità da lui chiamata “eroico furore”
Eu, Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, Chefe do Departamento de Ciências Sociais da PUC SP publicamente expresso solidariedade e reconhecimento ao Padre Julio Renato Lancellotti, por sua coragem, exemplo, serenidade e radical compromisso com os seres humanos, sendo para todos/as nós motivo de amor e gratidão, também por ser Doutor Honoris Causa de nossa Universidade Católica. Julio Renato Lancellotti enobrece a Universidade, faz brilhar o testemunho de Jesus e expressa o melhor de todos diante dos irmãos e irmãs de rua e da população LGBTQI+. Estamos contigo! Coragem! Esperança sempre. Repudiamos a campanha sórdida dos grupos fascistas que se afirmam católicos, mas desconhecem o Evangelho e são cultivadores de joio. Deus em tua vida, mãos e coração. Omnis amor est vita tua. Que São Luciano e Santa Dulce cuidem de você. Orate pro nobis.
O jornalista e biógrafo Mário Magalhães, autor de Marighella - o guerrilheiro que incendiou o mundo, estará no Instagram da Da Vinci no próximo dia 10, às 18h, para uma conversa sobre esse personagem singular da história brasileira. Um espectro que não cansa de voltar, quem é Carlos Marighella?
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"Lavoro tutto il giorno come un monaco
e la notte in giro, come un gattaccio
in cerca d’amore... Farò proposta
alla Curia d’esser fatto santo.
Rispondo infatti alla mistificazione
con la mitezza. Guardo con l’occhio
d’un’immagine gli addetti al linciaggio.
Osservo me stesso massacrato col sereno
coraggio d’uno scienziato. Sembro
provare odio, e invece scrivo
dei versi pieni di puntuale amore.
Studio la perfidia come un fenomeno
fatale, quasi non ne fossi oggetto.
Ho pietà per i giovani fascisti,
e ai vecchi, che considero forme
del più orribile male, oppongo
solo la violenza della ragione.
Passivo come un uccello che vede
tutto, volando, e si porta in cuore
nel volo in cielo la coscienza
che non perdona."
Pier Paolo #Pasolini
"21 giugno 1962" in "Poesie mondane" in "Poesia in forma di rosa", Garzanti, 1964
Pier Paolo Pasolini em Veneza, 1963 © Archivio Cameraphoto Epoche
"Eu trabalho o dia todo como um monge
e à noite, ao redor, como um gato
procurando o amor.
Vou fazer uma proposta à Cúria para ser santificado.
Na verdade, eu respondo à mistificação
com mansidão.
Eu olho nos olhos os mafiosos linchadores.
Eu me observo massacrado com a serena coragem de um cientista.
Pareço sentir ódio, mas, em vez disso, escrevo versos cheios de amor pontual.
Eu estudo a perfídia como um fenômeno
fatal, como se dela eu não fosse o objeto.
Tenho pena dos jovens fascistas.
E aos velhos, que considero formas
do mal mais horrível, eu me oponho
apenas com a violência da razão.
Passivo como um pássaro que vê
tudo, e em meio ao voo carrega no coração a consciência que não perdoa. "
Pier Paolo #Pasolini
"21 de junho de 1962" em "Poemas mundanos" em "Poesia em forma de rosa", Garzanti, 1964