16 Abril 2021
Se para os alunos das escolas privadas o ensino à distância já é uma realidade, nos centros públicos —frequentados pela imensa maioria destes jovens— sua implantação é muito desigual. “A exclusão digital é uma realidade nos lares mais vulneráveis. Nesses ambientes, os garotos costumam ter mais acesso à Internet que as garotas. Sua socialização e educação dentro das famílias são menos prioritárias”, afirma Campos, da Plan International Brasil.
A Unicef (agência da ONU para a infância) calcula, a partir de dados públicos, que 5,5 milhões de meninos e meninas tiveram seu direito à educação negado durante a pandemia no Brasil.
Stephany Rejani está entre elas. Antes da covid-19, já enfrentava problemas estruturais, como a falta de professores. “Quando a pandemia começou, a escola não formou grupos de estudo online nem ofereceu uma plataforma com aulas. E ninguém mais queria estudar”, conta. “Na minha casa não temos computador, só dois celulares. É muito difícil fazer as tarefas dessa maneira.”
“Não estudo nada há um ano. Fico em casa limpando e cozinhando”
"No livro No tempo das catástrofes [28], Stengers afirma que vivemos hoje como se estivéssemos suspensos entre duas histórias. A primeira nos manda seguir vivendo, produzindo e nos reproduzindo como se a promessa de crescimento econômico infinito não fosse escandalosa.
A outra história, paradoxalmente, exige a redução de nossa pegada ecológica – o que, sem colocar o crescimento econômico em xeque, frequentemente se resume a atitudes individualistas que servem mais para aplacar nossa culpa do que para enfrentar o problema.
Desse modo, vemo-nos encurralados entre, de um lado, ordens para fechar as torneiras e reciclar o lixo, e, do outro, exortações a mais e mais consumo. Tal contradição revela a distância colossal entre aquilo que sabemos e aquilo que realmente nos mobiliza, já que parece nos faltar força política e imaginação para impedir que o mundo acabe antes do capitalismo"
Alyne Costa
Dossiê lançado por trinta organizações retrata devastação ambiental e conflitos por terra gerados pelo agronegócio no Cerrado, na Amazônia e no Pantanal; pelo menos seis comunidades tiveram casas e plantações incendiadas por grileiros e latifundiários
Por Mariana Franco Ramos
Plataforma mostra uso do fogo como arma de guerra contra povos do campo
Taxar livros é condenar a cultura....
Canalhas!!! Quem faz o que é certo e investiga os podres desse governo é demitido! Absurdo
Via @marcelofreixo
Hoje em dia, não existe frase que ative a minha histeria como “estou fazendo minha própria pesquisa sobre as vacinas”.
Eu fico meio histérico, e para evitar levantar o tom de voz, acabo me calando ou soltando alguma ironia incompreensível, enquanto rezo para que a conversa termine logo.
Aconteceu agora, com pessoa especial, minha bartender do coração, que fez a maioria das margaridas e dos sazeracs que bebi na última década (e que também foi minha fotógrafa em algumas ocasiões). Uma amiga:
- já vacinou?
- há muito tempo, você não vacinou?
- não, eu estou “fazendo minha própria pesquisa”.
- ....
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Ela me conhece há anos e viu que algo se quebrou ali. Não consegui responder sem parecer arrogante:
— A pesquisa que você pensa estar fazendo? Ela já foi feita, o nome do resultado é vacina.
Sei lá se ela entendeu, mas saí sem dar o sorriso de sempre.
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É por isso que estão equivocadas as pessoas que policiam os outros nas redes sociais por “ostentação de privilégio” quando se postam fotos de vacinação.
Não importa que seja privilégio, porque a empreitada da vacinação é essencialmente coletiva e ainda há uma horda de malucos por aí; mesmo nos lugares em que a vacinação anda bem, como aqui nos EUA, ainda enfrentamos a maluquice antivax. Cada foto de alguém sendo vacinado é um tijolinho na nossa luta.
Vacinou, poste a foto na alegria! Ajuda, sim!
a ideia de Deus até me parecia interessante. O problema era o seu fã-clube
Gilberto Dimenstein
Acho muito curioso perceber uma coisa sobre o nosso ativismo digital fuleiro de todos os dias.
O que as pessoas chamam de ativismo em nós é apenas a tentativa que empreendemos de restabelecer as palavras corretas para as situações vividas.
Vocês se lembram quando cinco anos atrás a gente chamava o golpe de golpe e eles (seus amigos, colegas de trabalho, chefes, família) se riam de nós?
Ativismo é apenas saber ler e escrever munidos do impulso, ou a mania, de tentar fazer o próximo acordar para a necessidade de leitura e de escrita.
Estátuas também caem
É surpreendente a demissão de Renato, porque parece que demitiram não o dono do time, mas o dono do clube.
Dizem que nem Fabio Koff desafiava o poder de Renato, que sempre foi visto como uma estátua viva e muitas vezes incômoda e arrogante.
O Grêmio poderá renovar corpo e alma. Renato havia arrastado a imagem do clube para o que existe de mais execrável na política e nas relações humanas hoje no Brasil.
Renato politizou o Grêmio com suas manifestações de extrema direita. Quem não era bolsonarista, disse ele, era contra o Brasil, talvez pensando em influenciar o genocida e seus homens na CBF e chegar à Seleção.
Renato reproduzia as falas simplórias dos bolsonaristas, ficava sem máscara à beira do campo e se repetia nas entrevistas em que tentava imitar Romário.
O Grêmio precisa fazer uma limpeza do que pode ter restado da índole bolsonarista de Renato em seus quadros e na cabeça dos que conviviam mais diretamente com ele.
As redes sociais não podem continuar associando o clube à militância bolsonarista, só porque Renato era fã ardoroso do fã de torturadores.
O Grêmio precisa admitir que deve ser um clube estimulador e acolhedor de diversidades, não só dentro do campo, depois de procurar entender por que tem uma torcida tão branca.
O Grêmio não pode ficar marcado, pela identificação com Renato, como o clube da elite reacionária gaúcha.
Sabemos muito bem os estragos que esse tipo de tatuagem provoca em marcas, pessoas e instituições. Salvem o Grêmio.
Parem tudo e avisem Lula. Luciano Huck está jantando em Porto Alegre nesse momento com Eduardo Leite na ala residencial do Palácio Piratini.
É informação de Marianna Holanda no Estadão. Esse jantar pode mudar todo o cenário para 2022.
Imagino que os dois estejam debatendo o tom do próximo manifesto bombástico dos tucanos.
A direita adora jantares. Não consigo imaginar o cardápio. Mas não acredito que a sobremesa seja um trocadilho de arroz de leite.
(Coitados dos assessores que ficarem a noite toda ouvindo duas figuras que se esforçam para engrossar suas vozes aveludadas de locutor de programa da madrugada. O som na sala de jantar deve ser o de um rádio ligado em cima da mesa.)
Tem gente criticando um certo "imperialismo ecológico" para passar pano para o casamento do "progressismo" desenvolvimentista-extrativista latino-americano com o imperialismo (abertamente antiecológico, diga-se passagem) chinês. O alvo não é apenas o ecologismo liberal, que nutre ilusões com o capitalismo verde, mas também (quase arrisco um "principalmente") outras vertentes ecológicas, como o ecossocialismo e as diferentes visões mais ligadas ao tronco do anarquismo. O "negacionismo de esquerda" ficou insustentável, então pelo visto é esse o novo discurso do campismo/produtivismo/neostalinismo.