Portas fechadas às mulheres para o sacerdócio: “O Papa nada fez por nós”

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13 Janeiro 2021

“A Igreja não tem de forma alguma a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, afirma o pontífice. A estudiosa Scaraffia: “O Papa suscitou muitas esperanças em nós, mas nos decepcionou”.

A reportagem é publicada por Globalist, 12-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Nenhuma luz verde para o sacerdócio aberta também para as mulheres de parte do Vaticano.

Com efeito, o Papa Francisco apenas estabeleceu com um Motu proprio que os Ministérios da Leitorado e do Acolitado passam a ser também abertos às mulheres, de forma estável e institucionalizada com mandato específico. As mulheres que leem a Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas ou que realizam o serviço do altar já existem com uma práxis autorizada pelos bispos. Até agora, porém, tudo isso acontecia sem um mandato institucional verdadeiro.

Abrir oficialmente as portas para as mulheres no Leitorado e no Acolitado não significa que elas poderão se tornar sacerdotes, especifica o Papa Francisco fazendo suas as palavras de João Paulo II: “Com relação aos ministérios ordenados, a Igreja de forma alguma tem a faculdade de conferir às mulheres a ordenação sacerdotal”.

Mas para os ministérios não ordenados “é possível, e hoje parece oportuno, superar essa reserva - explica o Papa - Essa reserva teve seu sentido em um contexto específico, mas pode ser repensada em novos contextos”.

“A opção de conferir também estes cargos às mulheres, que implicam estabilidade, reconhecimento público e mandato de parte do bispo, torna mais efetiva na Igreja - explica o próprio Papa Francisco numa carta ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, card. Lusi Ladaria - a participação de todos na obra de evangelização”. Retomando as suas palavras da Exortação Apostólica 'Querida Amazonia', o Pontífice acrescenta: “Isto assegura também que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na direção das comunidades, mas sem deixar de o fazer com o estilo de sua marca feminina".

“Uma verdadeira decepção”, comenta Lucetta Scaraffia amargurada. “Nenhuma mulher pode ficar feliz por este Motu proprio”, diz a estudiosa que sempre lutou por um reconhecimento concreto da mulher na Igreja.

“Desta forma - observa Scaraffia - a questão do diaconato foi encerrada: o único pedido real que as mulheres fizeram, porque o diaconato foi colocado em outro setor junto com o sacramento da ordem. O leitorado e o acolitado foram concedidos às mulheres, dois ministérios que as mulheres desempenham desde o Vaticano II. Até nas missas do Papa acontecem. O fato de que chegue o reconhecimento oficial desta função não é algo tão necessário. Além disso - assinala Scaraffia - um reconhecimento institucional do bispo também significa controle, portanto as mulheres, de fato, são selecionadas e escolhidas pelas hierarquias eclesiásticas enquanto até agora havia maior liberdade. O Papa suscitou tantas esperanças em nós, em mim primeiro, depois não faz nada de substancial pelas mulheres. Nenhuma mulher pode ficar feliz por este motu proprio, é uma verdadeira decepção”.

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