Ideia japonesa para parar a bomba-relógio demográfica: deixar os bebês chorar em lugares públicos

Foto: Pixabay

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05 Janeiro 2021

Treze governadores japoneses assinaram uma iniciativa a favor de uma maior tolerância em relação ao choro de bebês, um indicador da extrema necessidade por parte do Japão de conter o declínio da população em termos demográficos.

A reportagem é de Tara Francis Chan, publicada por Business Insider, 29-12-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Os políticos se comprometeram a apoiar o "Projeto Nós Amamos Bebês" para a criação de uma sociedade "onde as crianças podem chorar quando e onde quiserem". O grupo incentiva pessoas, empresas e restaurantes a exibir adesivos com a escrita “It’s OK to cry” na tentativa de mudar a opinião comum das pessoas sobre a criação de filhos, revertendo a queda nas taxas de natalidade. A iniciativa começou em 2016, mas este é o maior apoio recebido até agora.

"A sociedade japonesa ainda tende a fazer pais e mães se sentirem culpados pelas pessoas próximas quando seus filhos choram", disse o governador da prefeitura de Mie, Eikei Suzuki, ao Kyodo News. “Queremos mudar essa situação social”.

Com mais de uma dúzia de políticos proeminentes apoiando a iniciativa dos bebês chorosos, quase parece que o Japão esteja tentando conter sua bomba-relógio demográfica criando uma sociedade mais compreensiva em relação aos pais e filhos.

A população do Japão está envelhecendo rapidamente e os cidadãos idosos com mais de 65 anos representam mais de um quarto da população. Mas a taxa de natalidade está caindo constantemente.

No ano passado, apenas 946.060 bebês nasceram no Japão, o número mais baixo desde a primeira pesquisa oficial efetuada em 1899. Parte do problema é que há cada vez menos mulheres em idade fértil, mas o Japão tem se empenhando muito para criar um ambiente favorável para todos aqueles que têm filhos.

Segundo a AFP, alguns bairros se recusam a ter jardins de infância ou parques por causa do barulho das crianças.

Isso, juntamente com o apoio ao emprego feminino e às contribuições para as despesas pela infância promovidas pelo governo de Shinzo Abe, levou a uma dramática escassez de jardins de infância.

Em abril de 2017, a lista de espera das creches estatais era de 26.081 lugares, e alguns pais consideram o acesso ao jardim de infância mais difícil do que a admissão em uma universidade de prestígio.

A demanda por asilo é tão alta que recentemente uma mulher se desculpou por engravidar antes do que o programado antecipadamente para ela pelo seu chefe.

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