Bispos da Alemanha irão ao Vaticano para discutir nova instrução sobre paróquias

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26 Agosto 2020

A Conferência Episcopal Alemã indicou nesta segunda-feira 24 de agosto que aceitará o convite do Vaticano para discutir a nova instrução sobre paróquias emitida em 20 de julho.

Os bispos informaram que irão acompanhados por alguns leigos em representação do polêmico processo sinodal que ocorre atualmente no país.

A informação é publicada por ACI Prensa, 24-08-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

A Igreja Católica na Alemanha atualmente está imersa no polêmico processo sinodal, que iniciou no Advento de 2019 e reúne bispos e diversos representantes leigos para debater vários temas, como a ordenação de mulheres, a benção de casais homossexuais e divorciados em nova união, assim como a possibilidade de que os protestantes recebam a Eucaristia.

Ao final da reunião do conselho permanente do Episcopado na cidade de Würzburg, foi anunciado que os bispos decidirão que dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal, “aceitaria o oferecimento de conversação feito pelo Prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Beniamino Stella”.

CNA Deutsch, agência do grupo ACI na Alemanha, informou que o Episcopado indicou que dom Bätzing “sugerirá à Congregação que a conversa seja feita com a presidência do processo sinodal, já que bispos, padres, diáconos e leigos são os receptores por igual da instrução” do Vaticano.

Não se sabe ainda quando seria esse diálogo no Vaticano.

Em 29 de julho, o cardeal Stella convidou os bispos alemães para irem a Roma discutir as críticas emitidas à instrução dedicada às paróquias e publicadas recentemente pelo Vaticano.

O Purpurado assegurou que estaria feliz de receber os bispos para “eliminar as dúvidas e a perplexidade”, informou a agência de notícias católica alemã KNA.

Vários bispos alemães criticaram duramente o documentoA conversão pastoral da comunidade paroquial ao serviço da missão evangelizadora da Igreja”. Este aponta que, segundo a lei canônica, somente os padres podem dirigir o cuidado pastoral das paróquias.

CNA Deutsch informou que alguns comentaristas viram a instrução como uma resposta aos planos de reduzir drasticamente o número de paróquias nas dioceses alemãs.

O Vaticano bloqueou recentemente um plano da diocese de Trier para converter 800 paróquias em 35. Enquanto isso, a Arquidiocese de Freiburg disse que continuará com os planos de reduzir suas mil paróquias para apenas 40.

Em uma entrevista em 28 de julho, com o jornal italiano La Stampa, o cardeal Stella disse que “deve se ter cuidado de não reduzir a paróquia ao alcance de ‘sucursal’ de uma ‘companhia’, neste caso, a diocese, com a consequência que pode ser ‘dirigida’ por qualquer um, talvez até mesmo por ‘grupos de funcionários’ com diferentes habilidades”. O documento provocou uma reação mista na Alemanha. Enquanto o cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo de Colônia, o bispo de Eichstätt, dom Gregor Maria Hanke, expressaram sua gratidão pelo texto; o bispo de Osnabrück e vice-presidente do episcopado dom Franz-Josef Bode, classificou a instrução como um “forte freio à motivação e apreciação dos serviços dos leigos”.

Dom Bode disse que temia que o texto indicasse uma “conversão à clericalização”, porque enfatizava o papel do padre na direção das paróquias.

O cardeal Walter Kasper defendeu a intervenção do Vaticano, apontando que “a crítica alemã perde completamente a preocupação real da instrução: a conversão pastoral a uma base missionária. Porém, precisamente esta preocupação básica do papa Francisco seria muito atual em vista do inquietante número de saídas da Igreja, recentemente publicado”.

O purpurado referiu-se às estatísticas publicadas no mês passado, que mostravam um número recorde de católicos que abandonaram a igreja na Alemanha em 2019.

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