21 Agosto 2020
Foto: Reprodução Facebook
A prisão de Steve Bannon, o criminoso e chefe mundial da Máfia das Fake News, que se declarou inimigo do Papa Francisco.
Já é de conhecimento do mundo inteiro que Steve Bannon comanda ataques orquestrados ao Papa Francisco. O mesmo nunca escondera e se declarara inimigo de Papa Francisco, devido a postura libertadora do Pontífice diferente de Bento XVI.
No ano de 2016, Bannon unido ao primeiro ministro do Interior da Italia, Matteo Salvini e com o apoio de alguns ultra- conservadores da Igreja atacaram e criaram campanhas contra o Papa Francisco por devido a sua defesa aos imigrantes. Os mesmos, uniram-se a grupos com a mesma visão e até vestiram camisas com dizeres "Bento XVI é o papa", e claro, com o total apoio de Trump. E não podemos esquecer da ligação de Bannon com o cardeal Burke e outros ultra-conservadores da Igreja. As notas do cardeal Burke com duras críticas ao pontificado do Papa Francisco, e os FAKE news de Bannon e Cia, como uma de suas últimas ao dizer que o Papa Francisco é o "anticristo", tudo orquestrado ao mesmo tempo.
Steve Bannon sempre teve uma ligação com a familícia Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro sempre assumiu que Bannon era o seu guru. E podemos observar bem que as estratégias de Bolsonaro e família são inspiradas nas de Bannon. Claro, isso vai muito mais além.
Aguardemos para vermos quais resultados virão com a prisão desse criminoso.
Paz e Bem!!
Copio o que escreveu um amigo, que não identifico porque está com o perfil fechado:
"Se não fossem os servidores públicos, nós veríamos cadáveres pelas ruas durante esta pandemia. Médicos e enfermeiros se infectando diariamente enquanto o governo sequer repassa para os estados e municípios os recursos do Ministério da Saúde previstos para o combate ao vírus; pesquisadores trabalhando como nunca para minimizar os efeitos da tragédia; professores das universidades federais, sem qualquer apoio governamental, estão mantendo suas aulas por meio remoto, assegurando, mesmo com dificuldades, a excelência que sempre caracterizou nossas instituições públicas de ensino superior; professores da educação básica espremidos entre aulas virtuais e a pressão pelo retorno das atividades presenciais. E tantos outros profissionais colocam suas vidas em risco, todos os dias, para que este país não vire um imenso cemitério.
O reconhecimento da dupla Guedes-Bolsonaro é o congelamento salarial até 2021, mesmo depois dos vencimentos dos servidores terem diminuído com a reforma da previdência. (que vai fazer todos nós trabalharmos mais para recebermos menos na aposentadoria).
Mas é claro que nem tudo é um horror, não é? Principalmente para os militares que ganharam uma nova carreira com a sua muito especial "reforma" previdenciária e que terão um orçamento à disposição, no Ministério da Defesa, superior ao da Educação.
Para os juízes e promotores que empilham penduricalhos nos vencimentos, muitas vezes maiores do que o teto constitucional, também não deve estar ruim."
Não é só por dinheiro: governo cancela Censo 2021 porque teme ver a cara do Brasil no espelho
Uma das piadas "analíticas" dos últimos dias é a série de textos produzidos por analistas de esquerda para explicar a recuperação da popularidade de Bolsonaro escamoteando o seu motor principal (o auxílio emergencial) como apenas mais um dos fatores. Enumera-se toda uma série de causas e dispositivos que sustentariam a popularidade bolsonarista (apoio neopentecostal, regime de comunicação simbólica do presidente com o eleitor, força do conservadorismo entre as classes populares, etc.) e sua retomada recente. Como padres em busca da redenção do próprio rebanho, falham em explicar porque os pobres do Nordeste "pecaram" e em um intervalo de pouco mais de sessenta dias a suposta "fortaleza do lulismo progressista" ruiu completamente, com a diferença de 33 pontos em favor da desaprovação de Bolsonaro se tornando aprovação favorável de dois pontos para o governo. Todos os dispositivos e causas anteriores existiam até junho e nunca provocaram o mesmo terremoto, deixando bastante claro que a renda gerada pelo auxílio emergencial e a diminuição da desigualdade e da pobreza a patamares históricos foram os fatores essenciais da mudança. Com uma esquerda materialista dessas – refém das mitologias do lulismo em tudo que verdadeiramente importa quando o assunto é o debate público sobre o país –, quem precisa de padres e pastores? O não dito dessa atitude é que se trata pura e simplesmente da denegação daqueles que acreditavam, ainda que inconscientemente, numa diferença qualitativa do apoio dos pobres ao lulismo e agora se veem privados de um dos seus sinalizadores de virtude política e social.
"Publiquei dias atrás neste FB um artigo meu, já antigo, no qual questiono o termo "América Latina" para designar nossos países onde a fala oficial, mas não a única, é o espanhol e o português. O título do texto, publicado na revista Art Press, é o seguinte: How latin is Latin America?". Noto a pergunta do título que convida à reflexão histórica e política. Como resposta aqui no FB amigos e outros discordaram da minha dúvida, afiançando a plena correção do vocábulo "latino"para identificação de nossas terras.
É direito e dever discordar quando termos assim simbólicos são postos em questão. Foi o que fizeram os que se pronunciaram no FB. Mas como sempre o e mail se transformou em arma sigilosa para pressionar os que pensam diferentes fazendo ameaças, escarnecendo, caluniando. Infelizmente recebi mensagens por e mail assumindo a mesma atitude dos que tentaram, no Fórum Social de Porto Alegre, me calar sobre este questionamento. Lá, a coordenação da mesa me proibiu de levantar o problema. Agora, como não é possível mais controlar as falas e as escritas, os ataques chegam post festum.
Entendo os que defendem a terminologia usada para denominar nossa gente como latina. Mas tenho razões ponderáveis para argumentar. A primeira é de origem: nos continentes chamados "latinos" temos em primeiro lugar, enquanto o genocídio não chega ao máximo, os que habitavam aqui antes de qualquer latino. Eles nada devem ao Latium, pelo contrário: o Latium, trazido nas naves portuguesas e espanholas tudo deles arrancou, do corpo à mente. E continua sua tarefa genocida do século XVI aos dias atuais. As elites brancas e latinas são esponjas que sugam o sangue dos que são donos originais do território. Mais eu poderia dizer, no entanto remeto aos escritos dos que lutaram contra os assassinos cristãos, e sofreram perseguição de sua própria grei. Um deles é Bartolomeu de Las Casas, que tem muito a nos contar sobre o latim carregado pela Igreja na tarefa de jogar água benta sobre o Horror do extermínio. Entre os nossos contemporâneos, cito Silvio Back, cujo documentário sobre os massacres abençoados pelos sacerdotes é terrível. Talvez um tanto injusto com os jesuítas, mas preciso (República Guarani, 1981).
Depois os africanos, que nada tinham de comum com os latinos, salvo terem sido escravizados por eles, numa ignomínia continuada por séculos e que até hoje segue como desgraça no continente inteiro. Suas línguas e culturas são várias, nenhuma delas com algo em comum com os padrões de Cícero, Horácio e outros. O Latium, para os negros, é sinônimo da morte cruel nas mãos dos que falavam português ou espanhol, e rezavam em latim.
Depois o abigarrado conjunto heteróclito de imigrantes árabes, turcos, persas, chineses, japoneses, coreanos, alemães, russos, sérvios, croatas, letões, gregos, que nada têm de latinos, mas entram no rol das sociedades que vão do México ao Sul do continente.
Se queremos um símbolo social e político menos comprometido com nosso passado colonial e que se coloque contra tudo o que ele representa, nos denominemos negros ou ligados às culturas dos que aqui estavam antes da Santa Maria, Pinta e Nina. Poderia me estender no assunto, Não o faço.
Mas além do imperialismo francês que batizou o termo "latino"para justificar sua concorrência contra o imperialismo anglo saxão, existem razões ponderáveis para balançar as certezas quanto ao "latino" aposto em nossa existência coletiva. Lembro, de passagem, que nos EUA o termo designa quem não é branco e, portanto, é inferior aos imaculados eleitores de Trump e mesmo...de Biden.
Minhas posições são discutíveis? Evidentemente. Discutam-nas, apontem suas falhas. Mas não ousem me mandar fechar a boca ou o teclado. É inútil. A morte dos movimentos que se dizem progressistas é a imposição da mordaça em quem discorda. Sempre recordo, em situações assim, o relato verídico da época estalinista. Quando o Pai dos Povos discursava, nos fundos dos auditórios eram mantidos baldes d'água para acalmar as mãos doloridas dos que seguiam a regra do "sim, camarada, sim".
Naquelas mãos inchadas podem ser vistas as sinalizações do fracasso da URSS. Quando discordar é proibido só uma via aparece, a que manda no momento. Outras formas de pensar são apagadas. E se a via única conduz a um abismo sem volta, o fim é melancólico. Um convite: se discordam de minhas posições, escrevam ou peçam que outros escrevam, de modo público e transparente, sem passar pelo feio semi anonimato dos e mails. A covardia não gera bons frutos, mesmo que os motivos alegados sejam sublimes. Bom fim de semana para todos."
Estou lendo o discurso de Vladimir Putin em comemoração aos 75 anos da vitória sobre o nazismo. Tem mais de 50 páginas. Muito bem construído, totalmente baseado em documentação primária, é uma pedrada nas versões que temos sobre a período que antecedeu a guerra e a guerra propriamente dita. Abaixo, um trecho:
* * *
"A União Soviética tentou até o fim usar qualquer chance para criar uma coalizão anti-Hitler, apesar da duplicidade dos países ocidentais. Através dos serviços de inteligência, as autoridades soviéticas recebiam informações detalhadas sobre contatos de bastidores entre britânicos e alemães no verão de 1939. Estes contatos eram conduzidos com muita frequência, e de forma quase simultânea com as conversações trilaterais entre os representantes da França, do Reino Unido e da União Soviética, que eram artificialmente prolongadas pelos parceiros ocidentais.
[...]
Nestas circunstâncias, a União Soviética assinou o pacto de não agressão com a Alemanha, sendo o último país a fazê-lo entre os países europeus. O acordo foi firmado diante de uma ameaça real de guerra em duas frentes, uma com a Alemanha a oeste e outra com o Japão a leste, onde já ocorriam intensas batalhas.
Stalin e seu círculo próximo merecem muitas acusações justas. Nos lembramos dos crimes cometidos pelo regime contra seu próprio povo e o terror das repressões em massa. Repito: os líderes soviéticos podem ser criticados por muitas coisas, mas não por não compreenderem o caráter das ameaças externas. Eles viram como tentavam deixar a União Soviética sozinha com a Alemanha e seus aliados. Tendo esta ameaça real em mente, procuraram ganhar tempo para fortalecer as defesas do país.
Hoje, há diversas especulações e acusações contra a Rússia ligadas ao pacto de não agressão assinado na época. Sim, a Rússia é o estado sucessor legal da União Soviética e do período soviético, que, com todas as vitórias e tragédias, é parte da nossa história milenar. Contudo, recordo que a União Soviética realizou uma avaliação geral e moral do chamado Pacto Molotov–Ribbentrop. Em uma resolução do Soviete Supremo, de 24 de dezembro de 1989, denunciou oficialmente os protocolos secretos como “ato de poder pessoal”, que não refletia a “vontade do povo soviético, que não é responsável pelo pacto”.
Entretanto, outros países preferem esquecer os acordos assinados por políticos nazistas e ocidentais, sem falar na avaliação jurídica ou política de tal cooperação, incluindo o consentimento tácito, ou mesmo o encorajamento direto, de alguns políticos europeus aos planos bárbaros dos nazistas. Basta recordar a frase do embaixador polonês na Alemanha, J. Lipski durante conversa com Hitler em 20 de setembro de 1938: “Por resolver a questão judaica, nós [os poloneses] colocaremos uma bela estátua em Varsóvia.”
Não sabemos se havia um “protocolo secreto” ou anexos aos acordos de diversos países com os nazistas, restando apenas acreditar nas palavras deles. Refiro-me, principalmente, aos materiais sobre as negociações secretas anglo-alemãs, que não foram desclassificados. Instamos a todos os países a intensificarem o processo de abertura de seus arquivos, publicando documentos anteriormente desconhecidos dos tempos pré-guerra, da mesma maneira que a Rússia tem feito nos últimos anos. Nesse contexto, estamos prontos para cooperar em projetos conjuntos de pesquisa, envolvendo historiadores."
* * *
Prossigo a leitura. Vou publicá-lo na íntegra em um livro que estou organizando.
Diante da notícia da prisão de Steve Bannon, acusado de fraudar o financiamento de campanha de apoio à construção do muro entre Estados Unidos e México, eu só consigo pensar se deram um bom nome pra operação que efetuou as prisões. A bola estava quicando na pequena área.
As ilusões da fusão
Eis um documento comprovando a ilusão das expectativas daqueles que defendiam a fusão entre o antigo Distrito Federal e o antigo Estado do Rio. Para o ex-prefeito do DF no governo Dutra, a fusão criará o Estado mais poderoso da república e o Rio continuará a ser "a Nova York brasileira".
Deu tudo rigorosamente errado.
Foto: Reprodução Facebook
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Celebramos hoje, 20/08, uma data muito especial na liturgia católica. É dia de são Bernardo de Claraval (1090-1153), um dos nomes mais singulares da mística cristã.
Ele é citado por Dante na Divina Comédia, no canto XXXI do paraíso, e indicado como o vértice fundamental da contemplação celeste.
Há também, infelizmente, relações mais sinistras do monge contemplativo, envolvido igualmente em controvérsias difíceis de seu tempo.
É o místico que reserva um lugar central para a experiência contemplativa. Lemos numa de suas obras clássicas sobre o Cântico dos Canticos: “Hodie legimus in libro experientiae” (Hoje lemos no livro da experiência "Sermão sobre o Cântico dos Cânticos - SCC 3") . Veremos igualmente isso em Teresa de Ávila, herdeira desta perspectiva.
Em sermão maravilhoso, no mesmo livro, de número 74, ele descreve lindamente a visita do Verbo na alma. A contemplação mais profunda ocorre justamente quando Deus se digna “a visitar diretamente a alma que o busca” (SCC31). Tratra-se da terceira e mais nobre forma de visão de Deus, percebida pelo "movimento do coração". É uma visão que, porém, não apaga a inefabilidade de Deus. A visão do Verbo na alma faz com que o sujeito que experimenta essa entrada viva uma ebulição fervente, e anseie vivamente que o sagrado hóspede retorne.
Estava claro para ele que a inteligência é curta quando incapaz de atingir a experiência. A contemplação é vista como algo que remexe as entranhas: “rara hora et parva mora” (rara hora e breve tempo). É algo forte demais para o humano, que recebe o visitante de vez em quando, mas uma visita que tem duração curta. Aliás, o ser humano não daria conta de permanecer muito tempo nesse estado.
A viagem em direção ao mistério, que habita o fundo da alma, é acionada pelo amor, que possibilita a presença contínua de Deus para cada um. Como assinala Bernard McGinn, grande estudioso do tema, quanto mais o amor se alarga no amor em direção a esse “ponto virgem”, que é liberdade de espírito, mais se torna espaço de habitação do Divino Hóspede.
Bernardo é o pai da chamada mística esponsal, diversa da mística da essência, mais racional. No percurso da vida, diz Bernardo, só o amor e não o conhecimento é capaz de favorecer o acesso ao Mistério maior. Chega a dizer que “o amor triunfa sobre Deus” (Sermão sobre o CC, 64 e 10).
Há igualmente a presença de uma linguagem erótica, que fala do beijo do Amado; bem como da embriaguez de Deus, vivida pelo contemplativo (“sobria vel sacra ebrietas”), que vem de Filão e é retomada pelos patrísticos.
Para concluir, a bela imagem do “Deus que vem”, na medida em que vem sempre resguardado por um “inconsumável mistério”. (SCC 31). No período medieval, esse e abade e santo de Claraval foi o mais lido e citado.
“Que faria a ciência sem o amor? Envaideceria.
Que faria o amor
sem a ciência? Erraria”.
S. Bernardo de Claraval