Organismos ecumênicos propõem mudanças para um “novo normal”

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14 Julho 2020

A pandemia do coronavírus expôs “a crise mais profunda resultante do atual modelo econômico e de desenvolvimento”, como a exploração de recursos naturais que “destrói o planeta e deixa a maioria das pessoas em situação de pobreza”. O momento oferece, assim, “uma abertura sem precedentes para examinar coletivamente a ordem atual e ‘reconstruir melhor’ um sistema diferente que nutre a saúde, o bem-estar e a resiliência das comunidades do planeta nas próximas gerações”.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

A análise consta em carta enviada pelos secretários gerais do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas, Federação Luterana Mundial (FLM) e Conselho de Missão Mundial aos ministros de Finanças e diretores dos Bancos Centrais dos países do Grupo dos 20 (G20), que se reunirão na Cúpula dos Líderes em novembro próximo. As quatro organizações ecumênicas representam 500 milhões de cristãos e cristãs no planeta.

A carta destaca que é possível “embarcar em uma transformação essencial nas políticas e práticas de desenvolvimento”. A lideranças dos organismos ecumênicos acredita que “a maioria das pessoas não deseja voltar ao ‘velho normal’”. Propugna que essas mudanças sejam discutidas sob a égide das Nações Unidas, onde há ampla participação de países e da sociedade civil, e defende a manutenção do multilateralismo “como um princípio e abordagem-chave para enfrentar os desafios globais”.

Para uma efetiva mudança de modelo, a carta apresenta proposições aos ministros da Economia dos países do G20, como a salvaguarda dos bens públicos e bens comuns ecológicos, a alocação de recursos financeiros adequados à saúde pública e à proteção social de milhões de pessoas cujos meios de subsistência foram dizimados pela pandemia, a implementação de uma reforma tributária global para financiar a recuperação.

Tal reforma incluiria a introdução de um imposto progressivo sobre a riqueza, sobre transações financeiras, ganhos de capital e herança. Também reforçariam as medidas para coibir sonegação e evasão fiscal. “Além disso, uma sobretaxa da covid-19 deve ser cobrada dos fundos super ricos, de ações e de hedge e de empresas multinacionais, de comércio eletrônicos e digital”, defendem os líderes eclesiásticos.

Eles sugerem, ainda, o cancelamento das dívidas externas dos países de baixa e média renda, para que tais recursos possam ser aplicados na resposta de governos à pandemia, e o sustento de pessoas e comunidades.

Afora as sugestões e propostas, a carta agradece os esforços imediatos do G20 no enfrentamento da crise, oferecendo medidas fiscais para apoiar a resposta à saúde pública e facilidades de financiamento de emergência aos países pobres, como acordado na reunião de 15 de abril de 2020. Também aplaude o reconhecimento do G20 para a necessidade de um trabalho conjunto, de maneira coordenada e coerente, no enfrentamento da pandemia.

Mas ao mesmo tempo, “pensamos que mais pode e deve ser feito para mitigar o sofrimento humano e promover uma recuperação verdadeiramente justa e sustentável”, afirmam os missivistas. A carta está assinada pelo reverendo Dr. Ioan Sauca, secretário-geral interino do CMI, pelo pastor Dr. Chris Ferguson, do Conselho Mundial de Igrejas Reformadas, pelo secretário-geral da FLM, pastor Martin Junge, e o secretário-geral do Conselho de Missão Mundial, reverendo Dr. Collin Cowan.

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