Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 37º Dia

O território é um elemento fundamental para a vida

Foto: Ana Cotta/Flickr CC

02 Abril 2020

 

Dia 37 de Navegação - 2 de abril (Quinta-feira da semana V)

 

O território é um elemento fundamental para a vida

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Abrão prostrou-se com o rosto em terra, e Deus lhe disse: “De minha parte, esta é a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. Já não te chamarás Abrão: Abraão será teu nome, porque farei de ti o pai de uma multidão de nações.

Eu te tornarei extremamente fecundo. De ti farei nações e terás reis como descendentes. Estabeleço minha aliança entre mim e ti e teus descendentes para sempre, uma aliança eterna, para que eu seja Deus para ti e para teus descendentes. A terra em que vives como estrangeiro, toda a terra de Canaã, eu a darei como propriedade perpétua a ti e a teus descendentes. Eu serei o Deus deles”. Deus disse a Abraão: “De tua parte, guardarás a minha aliança, tu e tua descendência, para sempre. (Gn 17,3-9).

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

A promessa de Deus a Abraão é uma terra que produz em abundância. O povo de Israel sempre considerou que uma terra e uma descendência são sinais da bênção de Deus. Entre os povos nativos da Amazônia, o território constitui um elemento fundamental para a vida. É algo que eles receberam das gerações passadas e estão comprometidos com a preservação para que as gerações futuras também possam usufruir dela.

Os ataques ao território podem ser considerados como um ataque ao que Deus deixou para a humanidade, como uma atitude que desrespeita profundamente o Criador. É uma posse perpétua, que deve ser cuidada para o futuro, como um respeito a uma aliança selada secularmente. Não deixemos que essa aliança seja quebrada, não permitamos que aqueles que querem quebrar o plano de Deus, incluindo lobos disfarçados em pele de cordeiro, consigam terminar com o que Deus espera da humanidade.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 55)

Aprendendo com os povos nativos, podemos contemplar a Amazônia, e não apenas analisá-la, para reconhecer esse precioso mistério que nos supera; podemos amá-la, e não apenas usá-la, para que o amor desperte um interesse profundo e sincero; mais ainda, podemos sentir-nos intimamente unidos a ela, e não só defendêla: e então a Amazônia tornar-se-á nossa como uma mãe. Porque se “contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres” (LS, n. 220).

 

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