Com motosserra, deputado de Roraima derruba bloqueio em terra indígena

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29 Fevereiro 2020

A área da BR-174 é controlada a noite para proteger a fauna local. Durante o ato, o parlamentar citou Bolsonaro e criticou ONGs ambientais.

A reportagem é publicada por CartaCapital, 28-02-2020.

O deputado estadual Jeferson Alves (PTB-RR) derrubou, nesta sexta-feira, um bloqueio na BR-174, que dá acesso a Terra Indígena Waimiri Atroari, ocupada pelo povo Kinja. Um vídeo publicado nas próprias redes do parlamentar, mostram o momento em que, munido de uma motosserra e um alicate, destrói a corrente colocada no local. 

(Foto: Divulgação/Facebook Jeferson Alves)

Durante o ato, Jeferson citou o presidente Jair Bolsonaro. “Se depender de mim, hoje, Roraima vai ficar livre dessa corrente que não vai atrasar e isolar meu Estado pelo restante do Brasil. Presidente Bolsonaro, é por Roraima, pelo Brasil, e não a favor dessas ONGs que maltratam meu estado”, disse com a corrente nas mãos.

A Terra Indígena Waimiri Atroari é alvo de uma batalha jurídica envolvendo a construção de um linhão de transmissão de energia, proposto pelo governo federal e barrada pela Justiça. A linha está planejada para interligar Manaus a Boa Vista.

Os índios kinja promovem expedições para fiscalizar a entrada de invasores e uso ilegal de recursos naturais e são os responsáveis pelo monitoramento de atropelamento de fauna no trecho da BR-174. De acordo com o Instituto Socioambiental, 9.837 animais morreram atropelados entre 1997 e 2016. A comunidade costuma fechar a passagem da BR -174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (Roraima) durante a noite para impedir o trânsito de carros e caminhões como proteção à fauna local.

A defesa da tribo reagiu à atitude do parlamentar e levou o caso ao Ministério Público Federal e ao do Estado para avaliar o que pode ser feito, além de prever um boletim de ocorrência na Polícia Federal e estudo de medidas judiciais. Além de reafirmarem que o local só é restringido à noite, com permissão de passagem em casos de ambulâncias, caminhões com cargas perecíveis e carros de passeio são permitidos, também alegam que o parlamentar e seus apoiadores coagiram os indígenas que faziam o controle local no momento do ato.

De acordo com a Funai, os indígenas já substituíram as correntes, que são colocadas no início e no final da Terra Indígena.

 

 

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