Os bispos do Sínodo farão um novo “Pacto das Catacumbas” para a Amazônia

Catacumba de Santa Domitila. Foto: Primeros Cristianos

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19 Outubro 2019

No ato, presidido por Erwin Kräutler, participarão várias dezenas dos participantes no Sínodo, e assinarão um “Pacto pela Amazônia”.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 18-10-2019. A tradução é Wagner Fernandes de Azevedo.

Em 16 de novembro de 1965, vários bispos latino-americanos, presentes no Concílio Vaticano II consagraram nas catacumbas de Santa Domitila, e subscreveram o chamado “Pacto das Catacumbas”, um dos marcos históricos da Igreja contemporânea, na qual se comprometiam a ser e a viver com os pobres. O pacto, considerado um dos antecedentes da Teologia da Libertação, terá um segundo capítulo 54 anos depois, em razão do Sínodo da Amazônia.

Segundo foi possível confirmar ao Religión Digital, neste domingo, a partir das sete da manhã, vários participantes do Sínodo da Amazônia atualizarão tal Pacto, com a assinatura de um “Pacto pela Amazônia”. Em um ato presidido por Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu, assinará um documento que apontará “um compromisso com a Amazônia e seus povos”, que será histórico, uma semana antes do encerramento do encontro.

O “Pacto da Amazônia” incluirá uma cerrada defesa do cuidado da natureza e seus povos originários frente à prepotência de latifundiários e governos opressores, e reivindicará a aprovação dos “viri probati” na Amazônia, e o diaconato feminino, assim como o reconhecimento do “rito amazônico”, teses propostas por uma clara maioria dos padres sinodais ao longo dessas semanas.

A criação de uma Região Eclesiástica Amazônica é outra das aspirações dos bispos deste canto do planeta, que o Papa está disposto a acolher.


Catacumba de Santa Domitila, onde foi assinado o Pacto das Catacumbas, em 1965. Foto: Religión Digital

A escolha de Santa Domitila não é banal. Já em 1965, o Pacto das Catacumbas – proposto, entre outros, por Hélder Câmara, um dos mitos do Episcopado latino-americano – impôs um antes e um depois na busca de uma Igreja pobre e para os pobres, centrada no Evangelho de Jesus e menos no frio Direito Canônico. Com Francisco em Roma, ademais, tudo parece possível.

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