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A rotina e o encanto. Artigo de José Geraldo Couto

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04 Março 2024

"A paixão do Hirayama de Wenders pelos jogos de luz e sombra se expressa em suas fotos e em seus sonhos em preto e branco, nos quais se misturam formas geométricas, fusões e 'vestígios do dia'. E o que é o cinema, em essência, senão isto: jogos de luz e sombra, sonhos, vestígios do dia?", escreve José Geraldo Couto, crítico de cinema, em artigo publicado por Blog do Cinema, 22-02-2024.

Eis o artigo.

Fazia um bom tempo que Wim Wenders não dava ao mundo uma obra tão arrebatadora quanto Dias perfeitos, que está sendo exibido em pré-estreia em várias cidades brasileiras e concorre ao Oscar de produção estrangeira, representando o Japão.

Aparentemente simples em sua superfície, o filme é de uma riqueza inesgotável de sentidos e sensações. Uma sinopse possível diria que o que se narra ali são alguns dias na vida de Hirayama (Koji Yakusho, prêmio de melhor ator em Cannes), um homem solitário e lacônico de meia-idade que trabalha limpando banheiros públicos em Tóquio.

Seu metódico dia a dia é mostrado em cenas repetitivas, com ligeiras alterações de enquadramento: acorda com o ruído de uma vizinha varrendo a calçada, escova os dentes, rega suas plantinhas, sai para o sol da manhã, toma um café em lata, entra em seu carro compacto e vai para o trabalho.

Cotidiano e descobertas

Aos poucos, percebemos que esse cotidiano prosaico é pontuado de descobertas, afetos, iluminações. Por uma fresta de sua janela, Hirayama vê a copa de uma árvore frondosa balançando ao vento, trespassada pela luz do sol. Analogamente, pelas frestas do dia emerge a poesia, uma poesia de contemplação, de imersão no movimento da vida, de comunhão com o mundo, ou antes “os mundos”, já que, como diz o protagonista a certa altura, “há muitos mundos no mundo; alguns se conectam, outros não”.

Hirayama cultiva afeições anacrônicas: faz fotos com uma câmera analógica, ouve canções internacionais dos anos 1960 e 70 em fitas cassete, colhe mudas de plantas no bosque, etc. Mas não é alguém fora de seu tempo, muito pelo contrário. “Falam tanto em décadas e esquecem o minuto e o milênio”, dizia Caetano Veloso em seu “Manifesto do Movimento Joia”. Hirayama está pousado de corpo e alma no minuto e no milênio.

Seu sortilégio é o de sentir a natureza no meio da megalópole de concreto e vidro, perceber a singularidade humana no meio da massa anônima da sociedade pós-industrial. No mais das vezes sua relação com o outro é silenciosa: com o velho maluco beleza que dança em plena avenida e abraça árvores, com o monge guardião de um parque urbano, com o menino encontrado sozinho num banheiro público, com a moça solitária que come seu lanche num banco de jardim...

Nessa narrativa episódica, que parece se desenvolver em espiral, com cada dia trazendo um novo aprendizado, há um episódio singelo que me parece crucial para iluminar a postura de Hirayama diante da vida. Ele encontra um papel com o início de um “jogo da velha”, escondido por alguém atrás de um vaso sanitário, e resolve entrar na brincadeira. A cada dia ele rabisca seu lance, recoloca o papel no lugar e espera o lance do “adversário” oculto. Essa disposição para o lúdico (que reaparece nos passeios com a sobrinha e no jogo de “pular sombra” com um homem que acabou de conhecer), essa abertura para o entendimento humano, essa porosidade à poesia do cotidiano, tudo isso configura o estar-no-mundo do protagonista.

Haicai e Ozu

Captar, mais por intuição do que pelo intelecto, o fluxo do cosmo em cada instante, em cada mudinha de planta, em cada mudança de luz, é uma atitude próxima do espírito do haicai – e do cinema límpido e rigoroso de Yasujiro Ozu, referência maior de Wim Wenders, mais pela inspiração poético-filosófica do que propriamente pela forma.

A homenagem ao mestre nipônico é explícita: Hirayama é o nome do protagonista do último filme de Ozu, que no Brasil recebeu o título de A rotina tem seu encanto (1962). O título original, Sanma no aji, significa algo como “O gosto do sanma”, que era o peixe mais barato e popular no Japão, sobretudo no outono. Seria como, para nós, “o gosto do arroz e feijão”, ou seja, do prosaico, do banal, do rotineiro. Encontrar o encanto da rotina, ou melhor, na rotina é o desafio que aproxima Wenders e Ozu.

Um paralelo menos evidente, e até esdrúxulo, é o que se pode fazer entre Dias perfeitos e Paterson (2016), de Jim Jarmusch. Ali também acompanhamos a rotina diária de um trabalhador (um motorista de ônibus) aberto ao encanto das pequenas coisas – e também, aliás, aficionado pela poesia japonesa.

Em Dias perfeitos as pequenas e grandes epifanias são suscitadas ou intensificadas pelo uso inspirado da música – uma das virtudes de Wenders desde sempre. Aqui, pérolas atemporais de Lou Reed, The Animals, Otis Redding e Nina Simone, além de uma inesperada e comovente versão japonesa de “The house of the rising sun”, realçam a pulsação de cada momento.

A paixão do Hirayama de Wenders pelos jogos de luz e sombra se expressa em suas fotos e em seus sonhos em preto e branco, nos quais se misturam formas geométricas, fusões e “vestígios do dia”. E o que é o cinema, em essência, senão isto: jogos de luz e sombra, sonhos, vestígios do dia?

Leia mais

  • Wim Wenders, Dias Perfeitos – 2023. Artigo de Faustino Teixeira
  • Os complexos caminhos da liberdade: O filme Bleu, de Kieslowski. Artigo de Faustino Teixeira
  • Mutantes: a irrupção de uma canção periférica alvissareira. Artigo de Faustino Teixeira
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