• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

O bispo que amava os índios

Mais Lidos

  • Prevost, o Papa 'peruano': missionário e político

    LER MAIS
  • Leão XIV: o grande desafio, a desocidentalização e a despatriarcalização da Igreja. Artigo de Leonardo Boff

    LER MAIS
  • “Para a Igreja, a nova questão social é a inteligência artificial”, segundo Leão XIV

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

27 Mai 2019

No escaldante verão castelhano de 1550, na capela do Convento de São Gregório, em Valladolid, quatorze ilustres notáveis e estudiosos entravam para dirimir a disputa sobre as Índias e escutar um duelo de oratórias que duraria seis dias, entre Juan Ginés de Sepúlveda, preceptor latino do príncipe herdeiro Felipe, e Bartolomeu de Las Casas, bispo de Chiapas. A que ali se reunia foi a chamada "Junta", encomendada por Carlos V, imperador dos Habsburgos e o rei da Espanha. Haviam se passado 58 anos desde o primeiro desembarque de Cristóvão Colombo além oceano, o grande caso das injustas apropriações espanholas estava sendo aberto e justamente por aquele bispo, Bartolomeu. Ele havia começado uma campanha implacável contra a escravidão dos índios e a guerra imotivada contra eles. Las Casas considerava este o principal objetivo de sua existência e a missão para a qual ele era chamado como cristão.

O artigo é do filósofo, jornalista e escritor italiano Giancarlo Bosetti, diretor da revista de cultura política Reset, cofundada com Norberto Bobbio, dentre outros, publicado no jornal La Repubblica, 26-05-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

A ação contra o sistema das encomiendas (as concessões de territórios e populações nativas reduzidas à escravidão) e dos repartimientos (divisão dos índios como animais sem qualquer consideração por suas famílias) atacava posições adquiridas, das quais ninguém estava disposto a renunciar. A revolta furiosa contra esse religioso, que parecia ser uma ameaça subversiva aos assentamentos criados no novo mundo, era multiplicada pela zombaria de que o inimigo havia sido "um deles". Os encomenderos aspiravam à herança dos títulos de propriedade afirmados nos fatos e pressionavam a Corte com protestos contra a campanha estúpida orquestrada por essa criatura mentirosa, de quem se chegara a dizer que fosse "subornada pelo demônio".

Ora, em Valladolid, na disputa que estava prestes a começar, o adversário, Sepúlveda, tentou fazer uso do descontentamento e dar-lhe um golpe final no plano teológico. Mas Las Casas era um osso muito duro, não só por sua tenacidade e sutileza. Ele havia tecido alianças entre as ordens religiosas, cultivado amizades e sempre mantinha contatos com o imperador. A "inferioridade" dos índios era moeda corrente nas colônias e ele sabia muito bem como era difícil erradicar uma suposição de senso comum sobre a qual se sustentava a ordem das encomiendas.

A primeira fase da Conquista, Bartolomeu havia escrito ao rei, já havia exterminado milhões de homúnculos: apenas na ilha de Hispaniola havia, na época do desembarque da Armada de Cortés, três milhões de habitantes, quase todos desaparecidos. Em todas as Índias as vítimas eram entre 12 e 15 milhões de pessoas. Enquanto Sepúlveda ainda está falando sobre os índios como naturalmente destinados à escravidão por causa de sua inferioridade, Bartolomeu sabe que os indígenas das Américas eram para seu acusador o equivalente a matérias-primas, mas está à espera dos argumentos mais pesados, sobre idolatria, sacrifícios humanos e canibalismo. E, acima de tudo, está à espreita de um erro, que poderia custar caro à acusação, algo que diga respeito às reais motivações para a Conquista pelos espanhóis. E, em determinando momento, o adversário deixou escapar o argumento "errado": a admissão da verdadeira natureza das expedições, enquanto ao nosso bispo aflorava um sorriso de satisfação, como quando o advogado durante o processo vê uma pequena fresta que abre o caminho para o seu triunfo legal.

No afã oratório, estas palavras saem da boca de Sepúlveda: caso se quisesse enviar para lá pessoas para a pregação e para proteger os pregadores, "não se encontraria nenhuma, nem mesmo a trinta ducados por mês, porque as pessoas vão para lá e arriscam suas vidas pelo lucro, pelas minas de ouro e prata e pela ajuda dos índios". Feito. O motor da Conquista armada é também para Sepúlveda muito diferente de seu fundamento jurídico: a evangelização. O ponto chave da réplica já está pronto na cabeça de Bartolomeu e ele o usará com toda a força: por um lado ouro, prata e servidão dos índios, pelo outro, os objetivos evangélicos e civilizatórios, extirpar a idolatria e os vícios, agir para que não impeçam a pregação e se convertam, não recaiam nas idolatrias e heresias e para que na relação estável com os espanhóis se confirmem na fé e abandonem ritos e costumes bárbaros. Os colonos não vão às Índias pelo amor de Deus ou pelo zelo da fé, nem para salvar o próximo ou para servir ao Rei, de que se vangloriam por falsidade, mas por cobiça, para dominar os índios, para dividi-los entre si como animais numa posse perpétua tirânica infernal, eles vão lá "apropriar-se deles".

E sobre os sacrifícios humanos e sobre o canibalismo pensou uma resposta que teria marcado sua vitória e que ainda pode falar à nossa consciência atual: os sacrifícios humanos dos índios não representavam uma exceção em relação à história da religião a nós mais conhecida, sempre existiram (Abraão estava pronto para sacrificar Isaque). Aos exemplos, numerosos, do Antigo Testamento, acrescentava os ensinamentos do Novo: o sacrifício de Jesus pelo Pai no centro da mensagem do Evangelho. Mas para tais analogias, Las Casas apresenta a passagem decisiva: os pagãos das Índias pensavam agradar a Deus e "sua ignorância é desculpável porque eles não conhecem a lei sobrenatural da graça, mas apenas a lei natural que ainda é nebulosa".

Para o bispo de Chiapas, eles são "pagãos simples e mansos" com os quais Cristo reencontrou ovelhas perdidas, as colocou em seus ombros, e agora deveria estar - uma irônica pergunta dirigida a Sepúlveda - "feliz em ver Seus discípulos se lançarem com lanças e espadas contra estas pessoas que nunca receberam a fé e não nos fizeram mal algum?” Para Las Casas as duas "realidades negras" não são equivalentes porque o sacrifício humano é um crime religioso, enquanto o massacre de índios indefesos é um crime contra Deus, e se para Sepúlveda a salvação de uma só alma vale tantas mortes inocentes, para Las Casas a morte de um único homem tem maior peso do que a sua salvação.

Essas são atitudes com as quais Las Casas desafiava toda a sua época. Dele, dominicano, o franciscano Turíbio de Benavente, conhecido como Motolinìa, escreveu ao imperador que não o aguentava mais e procurava coletar todos os escritos daquele "bispo briguento" para que não prejudicassem a alma de ninguém e os queimava, ad majorem Dei gloriam. E não se esquecia de insinuar que em seus territórios havia muito mais empenho em excomungar um espanhol do que em converter um índio. "Assim acaba a fé aguada de quem honra demais a fé alheia". As usuais acusações de covardia e traição dos "nossos" valores sagrados de parte daqueles que agitam o natural etnocentrismo de cada cultura.

Leia mais

  • Raízes históricas dos direitos humanos na conquista da América: o protagonismo de Bartolomé de Las Casas e da Escola de Salamanca. Artigo de Fernanda Frizzo Bragato. Revista IHU On-Line, Nº 487
  • Bartolomé de Las Casas: protetor dos indígenas. Entrevista especial com Giuseppe Tosi. Revista IHU On-Line, Nº 307
  • O genocídio dos povos indígenas. A luta contra a invisibilidade, a indiferença e o aniquilamento. Revista IHU On-Line Nº 478
  • Bartolomeu de Las Casas, primeiro teólogo e filósofo da libertação. Entrevista especial com Giuseppe Tosi
  • O frei dominicano que lidou com a natureza política do homem
  • Frades Dominicanos: o compromisso de uma atuação profética
  • Frei Henri: um Las Casas de nossos dias
  • ‘O Brasil mantém os indígenas como segmento anexado’, afirma antropólogo Gersem Baniwa
  • Índios brasileiros foram tratados como escravos e castigados em troncos
  • A evangelização dos índios e a transição religiosa entre os povos originários, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
  • 1500, o ano que não terminou
  • Os Povos Indígenas e o Brasil. Mais de cinco séculos de ditadura
  • Índios de Chiapas abandonam catolicismo para se converter a outras religiões
  • A boa nova das culturas indígenas acolhe a boa nova de Jesus
  • Papa pede perdão aos indígenas pelo abuso contra suas terras e sua cultura
  • "Padres têm que conhecer melhor as culturas indígenas". Entrevista com o professor indígena Miguel Piloto
  • A transição religiosa entre os povos indígenas no Brasil

Notícias relacionadas

  • Obedecer é mais fácil do que entender

    “Obediência é submissão e passividade: morte do pensamento. Daí a importância de uma escola que seja capaz de ensinar as m[...]

    LER MAIS
  • BA: Resgatadas sete pessoas em trabalho escravo

    Resgatados atuavam em companhia de rodeio em situação degradante e sem formalização do contrato de trabalho no norte da Bahia [...]

    LER MAIS
  • Os imigrantes e o racismo

    Enfrentando péssimas condições, os imigrantes que vieram substituir a mão de obra escrava na agricultura trataram de se adapt[...]

    LER MAIS
  • Indígenas de São Paulo, acossados por todos os lados

    É na casa de reza da Tekoa Ytu, no Jaraguá, que índios guarani no menor território indígena do Brasil conseguem vivenciar a [...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados