O bispo ídolo dos homossexuais (e dos Windsor)

Foto: Beth Crow | Wikimedia Commons

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16 Mai 2018

Em 19 de maio, na capela de Saint George no Castelo de Windsor, fará um sermão sobre o tema do amor por ocasião do casamento de Harry e Meghan.

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 15-05-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Poucos dias depois, dia 24, vai participar de uma marcha até a Casa Branca contra Donald Trump, para denunciar a "crise de liderança moral e política" presente nos EUA desde que o ‘Tycoon’ tomou posse em Washington. Fiel ao seu ecletismo, Michael Curry, 65 anos, o primeiro bispo afro-americano a liderar a Igreja episcopal nos Estados Unidos, uma das principais denominações cristãs norte-americanas, com dois milhões e meio de membros, vai passar as próximas semanas entre o Reino Unido e Washington, dividido entre as celebrações reais e o protesto político: "Nós acreditamos que a alma da nação e a integridade da fé estão agora em jogo", escreve o mesmo prelado em uma declaração assinada por mais de vinte líderes protestantes. E ainda: "Nós rejeitamos o renascimento do nacionalismo branco e do racismo em nosso país em muitas frentes, incluindo os mais altos níveis da liderança política." 

É desde o dia de sua eleição que Curry tornou-se o protagonista de tomadas de posição corajosas, capazes de dividir a própria Comunidade Anglicana em seu interior. Dois anos atrás, um claro pronunciamento em favor do casamento homossexual lhe custou algumas sanções pelos líderes anglicanos: a Igreja Episcopal foi suspensa de qualquer papel ativo dentro da Comunhão e reduzida ao status de observadora.

"Eu não mudo de ideia", respondeu Curry. Que aumentou o tom, explicando como a abertura ao mundo LGBT fosse parte importante "da nossa vocação." Apesar dos membros da Igreja Episcopal serem em número exíguo em relação ao total da Comunhão Anglicana (esta conta com cerca de 80 milhões de membros em todo o mundo), desfruta de uma grande presença em setores-chave da economia, da política e da cultura dos EUA.

Curry, um ano atrás, liderou a primeira "cruzada" contra Trump. Juntamente com outros 125 bispos ele comprou uma página do New York Times para publicar um anúncio dirigido ao presidente onde se pedia para não por fim à Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), o "escudo" temporário promovido por Obama que serviu para proteger os "dreamers" que chegaram aos EUA sem documentos em idade infantil. Crescido na era dos direitos civis, Curry continua a batalha que foi inspirada, como ele mesmo muitas vezes repetiu, pelo que aprendeu quando menino: "A mesma educação como descendente de escravos influenciou meu compromisso em aceitar tudo dentro da Igreja" ele disse. E talvez seja por essa atitude que ele é tão apreciado no Palácio de Buckingham: "O amor que trouxe e vai ligar o príncipe Harry e a senhora Meghan Markle tem origem em Deus e é a chave para a vida e para a felicidade", declarou alguns dias atrás.

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