Bernard Fellay: “Há linhas vermelhas que não vamos ultrapassar”

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05 Fevereiro 2017

“Há linhas vermelhas que não vamos ultrapassar”, afirma Bernard Fellay, superior geral dos lefebvrianos. Em uma entrevista publicada esta semana pela Vida Nueva, o líder da Fraternidade Sacerdotal São Pio X reconhece que “já não resta nenhum obstáculo insolúvel para um reconhecimento canônico da Fraternidade” e vê mais que factível a saída da “prelazia pessoal”, algo que Religión Digital adiantou em maio do ano passado.

A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 03-02-2017. A tradução é de André Langer.

Na entrevista que concedeu à revista Vida Nueva, embora destaque que foi Francisco quem deu o impulso definitivo para o processo e admita que encontraram nele “um Papa compreensivo e bondoso”, Fellay deixa bem claro que há “linhas vermelhas que não vamos ultrapassar”.

Entre essas linhas está a plena aceitação do Concílio Vaticano II, algo que levou o seu fundador, Marcel Lefebvre, a ser excomungado em 1988 após consagrar quatro bispos, entre os quais se encontrava o próprio Fellay. Em 2009, Bento XVI levantou a excomunhão dos quatro bispos, iniciando um diálogo que parece que pode ser bem sucedido com Francisco.

De fato, durante o Jubileu da Misericórdia, Bergoglio dispôs que as absolvições dadas na confissão por presbíteros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X gozariam de total validez e estariam em comunhão com a Igreja. Um gesto que o Pontífice prorrogou indefinidamente, “até nova disposição”.

Na entrevista, Fellay confirma que “tanto hoje como ontem, o principal entrave é o grau de obrigatoriedade da adesão ao Concílio Vaticano II”. Em geral e com pontos concretos: “O modo como o ecumenismo é praticado, incluindo afirmações muito perigosas para a fé, que fazem pensar que todos têm a mesma fé; a questão litúrgica, ou a relação entre a Igreja e o Estado. Todos estes são temas em que não vamos ceder. Não se trata de uma posição ou um ponto de vista pessoal, ou próprio somente da nossa congregação. Simplesmente, defendemos o que a Igreja já ensinou e definiu nestes temas. Poderíamos resumir dizendo que a conditio sine qua non é que Roma nos aceite assim como somos”.

Perguntado sobre os adjetivos de “ultraconservadores” ou “sectários” que costumam ser aplicados aos lefebvrianos, Fellay se defende: “Nós simplesmente seguimos e aplicamos o que foi praticado pela Igreja em todo o mundo durante séculos. Agora, nos anos 50 e depois com o Concílio, houve a pretensão de mudar a Igreja. Mas nós não abandonamos a rica herança de nossa Santa Mãe Igreja, e esse simples fato basta para nos outorgarem um aspecto conservador”.

Na edição desta semana, Vida Nueva também entrevista Guido Pozzo, secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, encarregada de negociar o retorno à comunhão da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Na mesma, Pozzo demonstra sua “confiança” em chegar a um acordo, admitindo a possibilidade da prelazia pessoal, mas adverte: “É um falso problema perguntar-se se um católico pode aceitar ou não o Concílio. Um bom católico não pode rejeitá-lo, por ser uma assembleia universal de bispos reunidos em torno do Papa”.

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