• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Aquarius, uma fresta para o futuro

Imagem: YouTube

Mais Lidos

  • Uma breve oração pelos mortos no massacre no Rio de Janeiro: “Nossa Senhora da minha escuridão, que me perdoe por gostar dos des-heróis”

    LER MAIS
  • “É muito normal ouvir que Jesus está para voltar. Mas quem está no púlpito dizendo que Jesus está para voltar está fazendo aplicações em ações ou investimentos futuros, porque nem ele mesmo acredita que Jesus está para voltar”, afirma o historiador

    Reflexão para o Dia dos Mortos: “Num mundo onde a experiência fundamentalista ensina o fiel a olhar o outro como inimigo, tudo se torna bestial”. Entrevista especial com André Chevitarese

    LER MAIS
  • De Rosalía a Hakuna, por que a imagem cristã retornou à música? Artigo de Clara Nuño

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    30º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Deus tem misericórdia e ampara os humildes

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

09 Setembro 2016

Kleber Mendonça abre, em praça pública, a estrutura apodrecida de um certo Brasil. É filme de resistência e mudança — uma tempestade que a Casa Grande fez de tudo para evitar, mas está prestes a cair

A reportagem é de Cristina Martins Tavelin, publicada por Outras Palavras, 06-09-2016.

Em algumas passagens da História, a escuridão é tão densa que mal se pode imaginar uma brecha por onde entre luz. Apenas quando a estrutura já podre apresenta, na superfície, os sinais da destruição plantada há tempos, é que finalmente o primeiro raio atravessa o presente para ressignificar o passado e apontar o futuro.

Com Aquarius, Kleber Mendonça Filho vem com um machado para abrir, em praça pública, a estrutura já oca de uma certa História do Brasil. Não à toa, o final desse filme leva o espectador a uma espécie de êxtase inominável. Algumas obras antecedem novas conjunturas que ainda não podem ser traduzidas em palavras, e Aquarius carrega consigo essa marca do que está por vir.

Construído em três capítulos, trata de uma memória palpável e viva. O início, no ano de 1980, traz as cores, as dores e um resto de esperança herdada dos anos 70. Família reunida, crianças brincando no quintal e a jovem protagonista Clara que acaba de atravessar um câncer constroem esse primeiro momento — com uma fotografia notável –, o qual servirá de base e contraste para as passagens seguintes.

Anos depois, no mesmo apartamento do prédio Aquarius, a jornalista Clara explica o porquê gosta de colecionar discos de vinil: eles contam uma história, assim como as fotografias tão táteis e presentes durante o longa. Também aí se inicia a insistência para a venda do apartamento por parte dos emissários de uma construtora.

Quando percebe, Clara já está imersa em uma disputa diária com esse inimigo sem rosto, o qual instala-se no apartamento de cima, dá festas, passa a rondar a sua vida e falar com os seus filhos. Assim como as sociedades anônimas não têm uma identidade específica no fluxo do capital, o inimigo de Clara não tem corpo ou face.

A questão do corpo se apresenta de forma mais evidente em outra passagem. A rejeição sofrida pelo parceiro após o baile reduz à insignificância a história da personagem, onde as cicatrizes são vistas apenas como indícios de uma ausência. Sobre o corpo de Clara, vale ainda ressaltar outro detalhe: a forma como usufrui do prazer do sexo.

Ao analisar a moral cristã em História da Sexualidade, Foucault aponta seu cerne na ideia de que “a carne é a subjetividade do corpo” e precisa ser controlada no caminho para a salvação. O poder pastoral se realizou por meio dessa subjetividade. Clara vai em oposição a essa moral, à obediência enraizada que define até hoje a política como uma relação de submissão.

Um dos emissários da construtora, Diego — formado nos Estados Unidos, racista, meritocrático até o osso — está inserido nos negócios por ser neto de uma pessoa influente, o que traduz muito bem a forma como as relações de poder se dão no Brasil. Esse mesmo tema perpassa O Som ao Redor, mas agora com um toque possivelmente mais “moderno” ao ter uma grande empresa por trás. Impossível não lembrar do episódio de Fausto, em Goethe, quando a modernidade esmaga o casal de idosos sem nenhum remorso ao passar por cima de sua casa.

De O Som ao Redor, Aquarius também traz uma Recife em transformação, onde a nova estética se assenta às custas da memória. A cicatriz urbana se instala em edifícios de alto padrão e condomínios cercados por medo.

Os insetos, os emissários da construtora, a curiosidade e a angústia causadas pelo enigma dos apartamentos de cima: pontos que remetem brevemente à tensão das obras de Kafka, onde o protagonista nem ao menos consegue entender o que se passa, mas entra no fluxo dos acontecimentos. Também de Kafka pode-se trazer a ênfase nos gestos, em mãos que tateiam o nada ou deslizam junto ao véu fantasmagórico despencando do edifício.

De todos os méritos de Aquarius, talvez o maior seja o de não se submeter a nada. Pelo contrário, uma mulher forte — um devir feminino — encara essa rede indefinida para manter a própria sanidade. A única alternativa é o enfrentamento, pois algumas estruturas não têm mais salvação. Assim fica mais simples entender o êxtase coletivo ao final da exibição. Aquarius é um filme de resistência e de mudança — uma tempestade que a Casa Grande fez de tudo para evitar, mas que está prestes a cair.

Leia mais...

  • Não ficarás indiferente a ‘Aquarius’
  • Equipo del filme "Aquarius" protestó en Cannes contra "golpe" en Brasil (IHU/Adital)

Notícias relacionadas

  • Um filme para o museu

    Arte e poder são dois temas que interessam sobremaneira ao diretor russo Aleksandr Sokurov. Seus filmes combinam o rigor históri[...]

    LER MAIS
  • Woody Allen explica o uso do digital em 'Café Society'. Filme reabre a vertente judaica na obra do diretor

    LER MAIS
  • Café Society: um sonho amargo

    Café Society empreende de maneira ajustada o que Woody Allen realiza em essência. Uma visita melancólica ao passado, às amarga[...]

    LER MAIS
  • Woody Allen: “Era um menino doce e, de repente, algo me tornou negativo”

    Woody Allen tinha cinco anos quando começou a pensar na morte. “Minha mãe não sabe o que aconteceu comigo”, diz o diretor n[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados