Dia Mundial dos Oceanos. Mensagem do Patriarca Ecumênico Bartolomeu

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08 Junho 2016

"Ao invés de simplesmente abraçar modelos de desenvolvimento com fins lucrativos, é hora de mudanças certas que sustentem a integridade e a beleza dos oceanos do mundo e toda a criação de Deus", alerta o Patriarca Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico da Constantinopla, em mensagem pelo Dia Mundial dos Oceanos, publicada no portal do Patriarcado Ecumênico, 08-06-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Eis a mensagem.

 Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores. (Apocalipse. 7.3)

O Dia Mundial dos Oceanos celebra um dos dons mais preciosos de nosso Criador, um presente que somos chamados a preservar e conservar.

Ao longo das últimas duas décadas, o Patriarcado Ecumênico sublinhou a condição de deterioração dos oceanos do mundo. Agora, mais do que nunca, é fundamental respeitar e proteger este recurso inestimável e inalienável do nosso planeta, que é uma fonte única de nutrição e biodiversidade.

À medida que o desenvolvimento industrial se torna a norma do comportamento global, a nossa dependência dos combustíveis fósseis também leva a indiferença da sociedade aos cuidados de criação. Isto promove crescentes níveis de gases de efeito estufa na atmosfera, que por sua vez poluem a atmosfera da Terra irreversivelmente, criando condições favoráveis a mudanças e alterações climáticas.

Além disso, cerca de um terço das emissões de carbono se dissolve no oceano, causando o aumento dos níveis de acidificação. Esta acidificação está matando os recifes de coral, dissolvendo as conchas de moluscos, ostras e outros mariscos, ao mesmo tempo em que destrói a base da cadeia alimentar do oceano.

Muitos de nós, infelizmente, não podemos compreender essas consequências das alterações climáticas, devido às nossas circunstâncias complacentes e talvez até mesmo cúmplices. No entanto, os mais vulneráveis entre nós - que dependem dos oceanos para alimento e sustento - entendem essa situação terrível por testemunhar a mudança das condições no oceano e o aumento do nível do mar a partir da fusão de campos de gelo polares.

Ainda assim, todos nós somos chamados a lembrar-nos de que o que colocamos em nossas águas pode ser tão prejudicial quanto o que tiramos dos oceanos. A maneira com que nós poluímos nossos oceanos – seja intencionalmente através de resíduos não biodegradáveis ou inadvertidamente através do uso incessante de combustíveis fósseis - é tão destrutiva como a sobrepesca e a extração.

Além disso, os direitos humanos básicos estão em risco quando deixamos de proteger os oceanos. Tentamos frequentemente estabelecer conexões entre nossas atitudes e nossas ações. A forma como contaminamos os oceanos se reflete na forma como exploramos os seus recursos, o que está diretamente relacionado com a maneira como tratamos nossos companheiros seres humanos, especialmente os mais marginalizados e menos afortunados dos nossos irmãos e irmãs.

Portanto, se nós criamos as condições desastrosas que agora enfrentamos, somos igualmente responsáveis por e capaz de remediar a saúde do nosso ambiente. Cada um de nós deve aprender a reconhecer a forma como os nossos estilos de vida individuais e coletivos - nossas escolhas e prioridades - impactam o meio ambiente.

Por fim, conclamamos os líderes mundiais, à medida que aplicam o Acordo de Paris de 2015 e buscam novas formas de reduzir as emissões de carbono, a considerar propostas que preservem os oceanos do planeta e protejam as pessoas do mundo. Ao invés de simplesmente abraçar modelos de desenvolvimento com fins lucrativos, é hora de mudanças certas que sustentem a integridade e a beleza dos oceanos do mundo e toda a criação de Deus.

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