“Não, não vou renunciar. Isso seria interpretado como uma admissão de culpa”, disse George Pell

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Por: André | 08 Março 2016

O influente cardeal australiano George Pell, encarregado das finanças do Vaticano, descartou renunciar ao seu cargo apesar do escândalo que mancha vários padres pedófilos em sua ex-diocese, em uma entrevista ao Sky News.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 05-03-2016. A tradução é de André Langer.

O ex-líder da Igreja católica na Austrália, que se converteu em 2014 no prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé, negou ter encoberto casos de pedofilia cometidos nas décadas de 1970 ou 1980 por padres e religiosos da diocese de Melbourne, quando era arcebispo dessa cidade.

Pell, de 74 anos, declarou na semana passada diante de uma comissão australiana que investiga estes casos e garantiu que não tinha conhecimento dos abusos que foram cometidos.

“Não, não vou renunciar. Isso seria interpretado como uma admissão de culpa”, disse Pell em uma entrevista ao Sky News, gravada em Roma e transmitida na sexta-feira passada na Austrália.

“Se o Santo Padre me pedir, lhe direi isso, mas farei tudo o que me pedir”, acrescentou.

Pell considera que foi uma “coincidência desastrosa” o fato de que cinco padres abusaram de menores quando trabalhava nessa cidade.

Em 2013, a Igreja católica da Austrália admitiu ter ocultado durante décadas os abusos sexuais de menores de idade cometidos por membros da congregação eclesiástica e confirmou a existência de 620 casos de abusos sexuais contra menores, incluindo crianças de 7 e 8 anos, cometidos por padres desde a década de 1930.

O cardeal reconheceu, no dia 28 de fevereiro, após sua primeira audição, que a Igreja católica “cometeu grandes erros” ao ter permitido que padres violassem e abusassem sexualmente de milhares de crianças durante séculos.

“Não estou aqui para defender o indefensável. A Igreja cometeu grandes erros e trabalha para remediá-los”, afirmou Pell.

O Vaticano defendeu, na última sexta-feira, sem titubeios o cardeal australiano pela defesa “digna e consistente” que fez de sua atitude frente aos casos de pedofilia em sua diocese, considerada, ao contrário, insuficiente pelas vítimas do escândalo que o acusam de encobri-los durante décadas.