Em meio a racha no partido, Tsipras pede 'referendo' no Syriza para decidir sobre 3º resgate

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Por: Jonas | 31 Julho 2015

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras (foto) sugeriu nesta quinta-feira (30/07), na reunião do Comitê Central, que o Syriza faça uma espécie de 'referendo interno' para decidir se o partido apoia ou não as negociações para um terceiro pacote de resgate da União Europeia, que devem estar concluídas até meados de agosto. A votação aconteceria no próximo domingo (02/08).

 
Fonte: http://goo.gl/X0D0H5  

A reportagem é publicada por Opera Mundi, 30-07-2015.

A sugestão é uma maneira de tentar isolar a extrema-esquerda da agremiação, que rachou com Tsipras após Atenas aceitar o último plano de austeridade dos parceiros europeus, em meados de julho.

Uma das maiores opositoras do premiê dentro do partido é, atualmente, a presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou. Ela, inclusive, se recusou a presidir a votação dos termos do pacote.

“Estamos dizendo alto e claro para o povo grego, e sem remorsos, que esse é o acordo que conseguimos trazer para ele e, se tem alguém que pensa que poderia ter conseguido um acordo melhor, que venha e diga. Se alguém acha que Tsipras e o Syriza recusaram uma alternativa melhor para o povo, essa pessoa deve vir e dizer isso”, afirmou, durante discurso no Comitê Central do partido.

Na mesma reunião, Tsipras afirmou que gostaria, também, de um congresso em setembro para definir estratégias de longo prazo para o Syriza. Num eventual referendo no próximo domingo, o premiê sairia em vantagem, já que a votação incluiria membros mais novos do partido. No congresso, a margem de manobra dele seria menor.

“No momento, há duas estratégias competindo no mesmo partido: uma quer a Grécia dentro do euro, e a outra quer a Grécia fora do euro. Essas duas não podem existir juntas em nível de governo”, afirmou a porta-voz do governo, Olga Gerovasili.

Terceiro resgate

A negociação do terceiro resgate, segundo fontes do Ministério das Finanças, vai acontecer com vários grupos de trabalho, que examinarão a situação financeira do país, as pensões, as relações trabalhistas, a abertura do mercado e outros assuntos decididos na cúpula da zona do euro de 12 de julho.

Segundo dados da Comissão Europeia, citados pela imprensa local, após a imposição dos controles de capital há quatro semanas, espera-se que o Produto Interno Bruto registre neste ano uma queda de pelo menos 4%, frente a um crescimento de 0,5% calculado inicialmente.

Assim, o objetivo do governo para um superávit primário de 1% neste ano parece inalcançável, enquanto há estimativas que preveem inclusive um déficit primário de 1%.

Atenas pretende conseguir um acordo até 18 de agosto para evitar um novo empréstimo-ponte, que lhe permitiria pagar suas obrigações com o BCE que vencem em 20 de agosto, mas seria também ligado a novos requisitos prévios que poderiam ampliar o racha no Syriza.