Cúria. Estuda-se um único dicastério para os temas da doutrina social

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Por: André | 15 Setembro 2014

Um novo encontro dos conselheiros do Papa para a reforma da cúria: de segunda-feira, dia 15, até quarta-feira, dia 17 de setembro, reunir-se-ão no Vaticano os nove cardeais (os oito inicialmente convocados e o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, que se somou posteriormente ao grupo) encarregados de estudar a racionalização e a simplificação das estruturas curiais, assim como de ajudar o Francisco no governo da Igreja universal.

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 13-09-2014. A tradução é de André Langer.

Não devemos esperar novidades clamorosas, explicou ao Vatican Insider um dos cardeais do grupo, e é provável que, salvo surpresas de última hora (o que nunca se deve excluir), não há anúncios sobre fusões ou sobre as reformas estruturais. Fora e dentro da cúria há alguns que indicam que se procede com lentidão. Mas vale a pena recordar que também o processo que resultou na Constituição Apostólica Pastor Bonus, a última reforma das estruturas da cúria vaticana (durante o Pontificado de João Paulo II), durou cinco anos.

Na agenda dos nove cardeais, que se reúnem sempre na presença do Papa (que raramente intervém e prefere apenas escutar), está o estudo da situação dos pontifícios conselhos (segue-se a ordem do conteúdo do Anuário Pontifício e os últimos da lista ainda não foram objeto de discussão) e a revisão do trabalho e das propostas já discutidas nas reuniões anteriores. Não seria raro, pois, que se fizessem precisões e ajustes enquanto se procede com o plano geral.

Em relação à já certa criação de um dicastério (provavelmente uma Congregação para os Leigos), se centrará sobretudo na família, englobando o homônimo pontifício conselho dirigido pelo bispo Vincenzo Paglia e aquele dirigido pelo cardeal Stanislaw Rylko, dedicado à família. Dentro desta nova estrutura, que se ocupará de destacar a importância e o papel do laicato na Igreja, deverá encontrar espaço uma secção dedicada especificamente às mulheres e à sua importância. Existe a hipótese de que a Pontifícia Academia para a Vida passe a fazer parte do novo dicastério, embora não haja nada decidido a este respeito.

Outro possível dicastério, a ser criado, poderia englobar todas as realidades que se ocupam de temas ou problemas relacionados à Doutrina Social da Igreja: o Pontifício Conselho Justiça e Paz, o Cor Unum e o Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes. Também neste caso não há nada definido: é preciso levar em conta a importância que está assumindo cada dia o tema da migração, razão pela qual as eventuais fusões não deveriam dar a ideia de que estes problemas de dramática atualidade têm uma importância de pouco relevo. Também está em estudo o futuro do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização.

Considerando a importância do diálogo ecumênico, o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos deverá manter suas atuais competências e também a direção cardinalícia. Mas também estão sendo estudadas as mudanças nas competências entre uns e outros dicastérios: por exemplo, a competência sobre a catequese poderia passar para a Congregação para a Doutrina da Fé. Por outro lado, não está certa a fusão das Congregações para as Causas dos Santos e do Culto Divino, pois se voltaria, na prática, à situação anterior das reformas de Paulo VI, quando apenas um dicastério se ocupava das canonizações, das beatificações e da liturgia: a Sacra Congregação dos Ritos.

O estudo da reforma procede, pois, a ritmos lentos, porque se está procurando avaliar cada uma das hipóteses. E não se deve esquecer que tudo sofreu um leve atraso pelas emergências de caráter econômico, depois das investigações sobre o IOR e da necessidade de racionalizar urgentemente os gastos provocados pela criação da Secretaria para a Economia.

Com respeito ao Instituto para as Obras de Religião, ainda está em discussão qual será sua futura estrutura. Existem as imprescindíveis normas internacionais antilavagem de dinheiro, é necessário agir com honestidade e transparência (como, infelizmente, nem sempre aconteceu no passado), mas também é necessário que o novo IOR assuma uma forma que seja verdadeiramente útil para o objetivo para o qual foi criado. Ou seja, que permita ajudar as Igrejas necessitadas, os missionários, que apóie as obras de religião em todos os países do mundo. E, sobretudo, que se paute segundo os critérios de transparência, e não segundo controles indiretos de tipo político que limitam a liberdade de movimento nos países que a comunidade internacional considera de risco.

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