Abrir-nos a Jesus

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03 Setembro 2021

 

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 7,31-37, que corresponde ao 23º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

 

Eis o texto

 

A cena é conhecida. Apresentam a Jesus um homem surdo que, como resultado da sua surdez, mal consegue falar. A sua vida é uma desgraça. Só se ouve a si próprio. Não pode ouvir os seus parentes e vizinhos. Não pode conversar com os amigos. Tampouco pode escutar as parábolas de Jesus ou compreender sua mensagem. Vive preso na sua própria solidão.

Jesus leva-o consigo e concentra-se no seu trabalho curador. Insere os dedos nos seus ouvidos e procura vencer essa resistência que não o deixa ouvir ninguém. Com a sua saliva umedece aquela língua paralisada para dar fluidez à sua palavra. Não é fácil. O surdo-mudo não colabora, e Jesus faz um último esforço. Respira profundamente, lança um forte suspiro olhando o céu em busca da força de Deus, e depois grita ao doente: «Abre-te!».

Aquele homem sai do seu isolamento e, pela primeira vez, descobre o que é viver escutando os outros e conversando abertamente com todos. As pessoas ficam admiradas: Jesus faz tudo bem, como o Criador, «faz ouvir os surdos e falar os mudos».

Não é por acaso que os Evangelhos narram tantas curas de cegos e surdos. Estes relatos são um convite a deixar-se trabalhar por Jesus para abrir bem os olhos e ouvidos à sua pessoa e à sua palavra. Discípulos surdos à sua mensagem serão como «gagos» a anunciar o evangelho.

Viver dentro da Igreja com uma mentalidade «aberta» ou «fechada» pode ser uma questão de atitude mental ou de posição prática, quase sempre fruto da própria estrutura psicológica ou da formação recebida. Mas quando se trata de «abrir-se» ou «fechar-se» ao Evangelho, o assunto é de importância decisiva.

Se vivemos surdos à mensagem de Jesus, se não entendemos seu projeto, se não captamos o seu amor pelos que sofrem, encerrar-nos-emos nos nossos problemas e não escutaremos os das pessoas. Mas então não saberemos anunciar a Boa Nova de Jesus. Deformaremos sua mensagem. A muitos será difícil entender o nosso «evangelho». Não necessitaremos abrir-nos a Jesus para nos deixarmos curar da nossa surdez?

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