Como acreditar em Jesus

Fonte: Religión Digital

30 Julho 2021

 

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de João 6,24-35, que corresponde ao 18º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

 

Eis o texto.

 

Segundo o evangelista João, Jesus conversa com as pessoas nas margens do Lago da Galileia. Jesus diz-lhes que não trabalhem por qualquer coisa, que não pensem apenas num «alimento perecível». O importante é trabalhar tendo como horizonte a «vida eterna».

 

Sem dúvida que é assim. Jesus tem razão. Mas qual é o trabalho que quer Deus? Esta é a pergunta das pessoas; como podemos nos ocuparmos nos trabalhos que Deus quer? A resposta de Jesus não deixa de ser desconcertante. O único trabalho que Deus quer é este: «Que acrediteis em quem Deus vos enviou». Que significa isto?

 

«Acreditar em Jesus» não é uma experiência teórica, um exercício mental. Não consiste simplesmente numa adesão religiosa. É um «trabalho» em que os seus seguidores se hão de ocupar ao longo das suas vidas. Acreditar em Jesus é algo que se tem de cuidar e trabalhar dia a dia.

 

«Acreditar em Jesus» é configurar a vida a partir Dele. Convencidos de que a sua vida foi verdadeira: uma vida que conduz à vida eterna. A sua maneira de viver Deus como Pai, a sua forma de reagir sempre com misericórdia, o seu compromisso em despertar esperança é o melhor que pode fazer o ser humano.

 

«Acreditar em Jesus» é viver e trabalhar por algo último e decisivo: esforçar-se por um mundo mais humano e justo; fazer mais real e mais credível a paternidade de Deus; não esquecer aqueles que correm o risco de ser esquecidos por todos, mesmo pelas religiões. E fazer tudo isto sabendo que o nosso pequeno compromisso, sempre pobre e limitado, é o trabalho mais humano que podemos fazer.

 

Por isso, ignorar a vida dos outros, viver tudo com indiferença, encerrarmo-nos apenas nos nossos interesses, ignorar o sofrimento das pessoas que encontramos no nosso caminho... são atitudes que indicam que não estamos a «trabalhar» a nossa fé em Jesus.

 

 

Leia mais: