O risco de se instalar

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04 Agosto 2017

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 17,1-9 que corresponde a Festa da Transfiguração, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Cedo ou tarde, todos corremos o risco de nos instalarmos na vida, procurando o refúgio cômodo que nos permita viver tranquilos, sem sobressaltos nem preocupações excessivas, renunciando a qualquer outra aspiração.

Conseguido já certo êxito profissional, encaminhada a família e assegurado, de alguma forma, o futuro, é fácil deixar-se apanhar por um conformismo cômodo que nos permita continuar a caminhar pela vida da forma mais confortável.

É o momento de procurar uma atmosfera agradável e acolhedora. Viver descontraído num ambiente feliz. Fazer do lar um refúgio cativante, um canto para ler e escutar boa música. Saborear umas boas férias. Assegurar uns fins de semana agradáveis...

Mas, com frequência, é então quando a pessoa descobre, com mais clareza que nunca, que a felicidade não coincide com o bem-estar. Falta nessa vida algo que nos deixa vazios e insatisfeitos. Algo que não se pode comprar com dinheiro nem assegurar com uma vida confortável. Falta simplesmente a alegria própria de quem sabe vibrar com os problemas e necessidades dos demais, sentir-se solidário com os necessitados e viver, de alguma forma, mais próximo dos maltratados pela sociedade.

Mas há, além disso, um modo de «se instalar» que pode ser falsamente reforçado com «tons cristãos». É a eterna tentação de Pedro, que nos espreita sempre os crentes: «colocar tendas no alto da montanha». Quer dizer, procurar na religião o nosso bem-estar interior, iludindo a nossa responsabilidade individual e coletiva em conseguir uma convivência mais humana.

E, no entanto, a mensagem de Jesus é clara. Uma experiência religiosa não é verdadeiramente cristã se nos isola dos irmãos, nos instala comodamente na vida e nos afasta do serviço aos mais necessitados.

Se escutarmos Jesus, nos sentiremos convidados a sair do nosso conformismo, romper com um estilo de vida egoísta em que estamos talvez confortavelmente instalados e começar a viver mais atentos à interpelação que nos chega dos mais desprotegidos da nossa sociedade.

  

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